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GOVERNO BOLSONARO
No Brasil que Bolsonaro não quer ver, 15 pessoas morrem de desnutrição por dia
Redação

Em café com correspondentes de jornais estrangeiros convidados na manhã dessa sexta-feira (19/07), o Presidente Jair Bolsonaro afirmou que "falar que passar fome no Brasil é uma grande mentira".

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Imagem: Brazil Photos / Contributor/Getty Images

A declaração do presidente não é somente mais um mero deslize da sua gestão, mas parte de um plano dos seus objetivos, é fruto da continuidade do golpe institucional orquestrado por Sérgio Moro e companhia, através de manobras judiciais e com a tutela das Forças Armadas. Por isso, é mais um dos ataques aos jovens e a população pobre.

Bolsonaro afirmou "Passa-se mal, não come bem. Aí eu concordo. Agora, passar fome, não". Vejamos, com dados, o que pode-se afirmar frente a um presidente que jorra sua ignorância sobre todos assuntos, e invariavelmente, atinge aos mais pobres e trabalhadores.

O Mapa da Fome divulgado periodicamente pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) é um documento composto por países que apresentam quantidade superior a 5% de sua população consumindo quantidade de calorias abaixo do recomendado. O Brasil deixou de fazer parte desse mapa no ano de 2014, o que não significa que tenha atingido patamares que sinalizem uma distância da fome.

Segundo a última pesquisa do IBGE sobre o tema da fome, de 2013, 3,6% dos brasileiros têm insegurança alimentar grave. O índice correspondia a 7,2 milhões de pessoas no ano da pesquisa. Na definição do IBGE, em domicílios com insegurança alimentar grave, pode-se "passar pela privação de alimentos, podendo chegar à sua expressão mais grave, a fome".

Em contrapartida, em razão da crise capitalista geradora do desemprego crescente, da falta de oportunidades e da redução dos gastos dos programas sociais, esse quadro está sendo revertido. Grande parte da população está em situação de pobreza e miséria, fatores estes que impedem o acesso da população aos alimentos.

É bem provável que o índice, conforme aponta o UOL, tenha aumentado nos últimos anos, acompanhando o crescimento da pobreza verificado a partir de 2016, depois dos ajustes neo-liberais de Dilma e do golpe instituicional. Naquele ano, 52,8 milhões de pessoas (ou 25,7% dos brasileiros) eram consideradas pobres, número que passou para 54,8 milhões (26,5%) em 2017.

O presidenciável destacou que o que tira o país da miséria é o conhecimento, o que o torna contraditório visto que seu governo vem atendendo aos interesses neoliberais e fazendo do Brasil "quintal" do imperialismo de Trump, através da adoção de políticas de cortes de verbas das universidades públicas, desvalorização de professores e apresentou na última semana o projeto "Future-se" que basicamente visa utilizar dinheiro público para especular na bolsa. Todo esse quadro de desmonte do ensino público é exatamente o oposto do que foi afirmado por ele nessa manhã.

5.653 pessoas morreram de desnutrição no Brasil em 2017 —último dado disponível—, segundo informações do Ministério da Saúde, divulgados na Folha. Uma média de mais de 15 pessoas que morrem de fome por dia no Brasil.

No caso das crianças, que são as que majoritariamente morrem de fome, o Ministério da Cidadania fez, em 2018, o Mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional (Mapa InSAN). Os dados apontam que, no ano de coleta dos dados (2016), 427.551 crianças com menos de cinco anos que são atendidas pelo Bolsa Família tinham algum grau de desnutrição, que é medido de acordo com o déficit de peso por idade ou de altura por idade.

Nos parece que Bolsonaro ainda se encontra no ano de 1500, afirmando simploriamente que o solo do Brasil é "muito rico para tudo que se possa imaginar", ignorando as peculiaridades climáticas, territoriais, econômicas e sociais de cada área desse país de dimensões continentais e inclusive tapando os olhos para conjuntura internacional na qual estamos inseridos.

Além dele ignorar as condições naturais quanto ao plantio e cultivo, ele também ignora propositalmente que existem pessoas todos os dias sendo massacradas por condições precárias de trabalho, se submetendo a situações degradantes para terem o que comer e abrindo mão dos seus direitos básicos para se submeterem a empregos precários provocadas pelo capitalismo para que este pudesse se manter na crise a qual ele mesmo criou. Diante destes massacres, apenas a juventude em aliança com a classe trabalhadora será possível de superar o que o governo Bolsonaro a favor dos capitalistas está disposto a fazer.

Fonte de informações: UOL e Folha

 
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