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DESEMPREGO
Desemprego no Rio bate recorde em 2019 e as mulheres jovens são as mais atingidas
Redação

Segundo os dados do IBGE 15,3% da população, 1,4 milhão de pessoas, está desempregada, e é comum encontrar pessoas que procuram emprego a mais de 3 anos sem conseguir qualquer vaga que não seja na informalidade.

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O Rio de Janeiro é o Estado onde a crise capitalista mostra sua cara mais nefasta, agora sob o Governo de Witzel a intenção é cada vez mais descarregar a crise sob as costas dos trabalhadores, em especial da juventude e com todo o racismo e misoginia da extrema direita recai ainda mais sob as mulheres negras que amargam taxas de desemprego que só aumentam enquanto lutam diariamente para sobreviver.

O Estado também foi extremamente afetado pelo projeto do golpe institucional orquestrado pelo judiciário e apoiado pelo congresso reacionário em 2016, retirando Dilma e o PT do governo, pois estes já não conseguiam aprovar os ajustes neoliberais que vinham aplicando na velocidade que lhes era exigida. Intencionando um projeto de subordinação ainda maior aos interesses do imperialismo.

Um pilar da economia carioca era justamente a Petrobrás, empresa estratégica para a arrecadação e geração de empregos. A medida que a crise se aprofundava o próprio PT já dava início a privatizações, mas que ganham proporções cada vez maiores nas mãos de Temer. Atacando a empresa para preparar as privatizações aos grandes capitalistas do setor energético e de petróleo dos EUA.

Após a aprovação da Reforma Trabalhista no ano de 2017 - após a traição aberta das maiores centrais sindicais do país à mobilização dos trabalhadores - a promessa da burguesia era de que “flexibilizar as leis trabalhistas”, ou seja, na prática retirar cada vez mais direitos dos trabalhadores e garantir a possibilidade da implementação de regimes de trabalho cada vez mais precários por parte das empresas, geraria um crescimento no número de vagas e uma recuperação da economia.

Dois anos depois o país passou por um processo eleitoral completamente manipulado pelo judiciário, que aprofundando o projeto do golpe prendeu Lula de maneira arbitrária e frente ao derretimento do PSDB, o partido idealizado para seguir com o plano de aprovação das reformas e privatizações, se viu obrigado a reconciliar com seu “filho ilegítimo” da extrema direita, levando Bolsonaro ao poder e no Estado elegendo Witzel que se alinha ao projeto do governo federal completamente.

A promessa desses dois foi desde o início garantir os interesses dos grandes capitalistas e empresários com mais austeridade e sem possibilidade real de recuperação econômica. Tudo isso alinhado a uma política de Estado racista, misógina e lgbtfóbica, típica dessa extrema direita nojenta, garantindo que sejam esses setores a pagarem com suas vidas por uma crise que não criaram.

Veja as declarações de mulheres, muitas jovens e mães, nas filas quilométricas para procurar emprego:

Giovana Souza, que também esperava, tem 22 anos e está na faixa de idade mais atingida pelo desemprego no país e busca uma vaga para ajudar no sustento do filho, de quem cuida sozinha. “A gente faz um pouco de tudo, a gente faz umas faxinas, vende algumas coisas, umas limpezas”

As amigas Jéssica Ribeiro e Dayana Oliveira, que também têm filhos, chegaram ao Maracanã às 3h da madrugada de terça (7), para chegar cedo em uma seleção de vagas para uma farmácia, que acabou não acontecendo. As duas também buscam uma vaga com carteira assinada há mais de três anos.

“Eu trabalhei como freelancer em cozinha, gosto de trabalhar na cozinha. Mas, se por ventura aparecer em vendas, auxiliar de loja, operadora de caixa, eu estou pegando”, explicou Jéssica.

Apostar em atividades paralelas também é a opção que tem ajudado Dayana, que tem três filhos. “Eu sou trancista, faço cabelo para fora”, explicou.

Agora, após a aprovação da reforma da previdência na Câmara dos deputados na última semana, vemos uma mudança no discurso de boa parte das grandes mídias que estavam mostrando os dentes para que a reforma fosse aprovada o quanto antes, uma mudança inclusive no discurso do próprio governo. O que antes seria a “salvação” da economia agora não passa da linha de largada para mais ataques e privatizações.

Com a economia em perspectiva de nova recessão e com a certeza de que apenas a reforma da previdência já nas basta pra saciar a sede de lucro dos capitalistas, o governo tenta a manobra de liberação de parte do FGTS para a população, como declarou recente o Ministro da Economia Paulo Guedes, a intenção é dar uma falsa cobertura de que as pessoas terão dinheiro em suas contas, e poderão comprar produtos e movimentar a economia.

Assim como a reforma trabalhista não gerou a ampliação do número de vagas essa reforma da previdência não recuperará a economia e fará com que os trabalhadores, essas jovens mulheres em sua maioria negras, trabalhem até morrer caso consigam uma vaga, mas que nem isso é certo também!

As centrais sindicais dirigidas pelo PT e pelo PCdoB negociaram o futuro de toda uma geração a vida dos trabalhadores com a traição da greve geral do dia 14J, deixando a reforma ser aprovada sem grandes distúrbios. Fizeram isso ao mesmo tempo que o Congresso deixou caducar a MP que visava acabar com a contribuição sindical obrigatória.

Mas isso foi parte apenas da divisão de tarefas que esses partidos orquestraram, seus 4 governadores no Nordeste batalharam até o final para a inclusão de seus Estados na reforma federal, apoiando abertamente a reforma da previdência que nos faz pagar a crise com sangue e suor.

A juventude que foi protagonista das grandes mobilizações do dia 15 e do dia 30 e demonstrou potencial de luta no dia 14 junto aos trabalhadores é afetada profundamente por esse projeto do golpe institucional como mostram esses dados gritantes sobre o desemprego no Rio de Janeiro, e pelos ataques da extrema direita ao futuro e a educação como é a proposta do MEC de avançar na privatização das universidades federais.

Recentemente, na mesma semana da aprovação da reforma, ocorreu o Congresso de estudantes da UNE que reuniu a vanguarda dessa juventude a nível nacional e poderia ter tirado um plano de lutas sério contra esse projeto, mas que hoje se encontra nas mãos da mesma burocracia do PT e do PCdoB com suas juventudes (Juventude do PT e UJS).

Sem esse plano de lutas das centrais sindicais e da UNE nossas vidas seguirão sendo tiradas para manter os interesses dos grandes capitalistas e do imperialismo. A dívida pública, uma dívida fraudulenta, é a principal justificativa para o aprofundamento dos ataques, funcionando como uma verdadeira bolsa-banqueiro pro mercado financeiro, contra mais ajustes neoliberais e privatizações devemos levantar o não pagamento dessa dívida.

Para resolver a questão dos índices absurdos de desemprego é preciso levantar a redução da jornada de trabalho de 8 para 6 horas sem diminuição de salários ou quaisquer direitos trabalhistas, para que se possam dividir as horas de trabalho entre empregados e desempregados.

 
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