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ATAQUES À EDUCAÇÃO
Pagar pela universidade pública: entenda por que isso não resolve a crise na educação
Redação

O Ministro da Educação negou e disse que não haverá cobrança de mensalidade na graduação nas universidades públicas. Mas já acenou abrir margem para cursos de pós serem pagos e para avançar numa privatização pelas beiradas.

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Sempre foi uma pauta da direita a cobrança de mensalidades nas universidades públicas, que de acordo com nosso atual presidente são um antro de balbúrdia e cheias de "idiotas úteis". Neste mês, diversas denúncias surgiram sobre a proposta de efetivar esse plano. Entretanto, Weintraub, vendo o rechaço nas redes e com medo da força que o movimento estudantil mostrou ter em atos massivos como os do dia 30 e 15, declarou hoje que isso não está mais em questão.

A ideia de pegar mensalidades em universidades públicas, além de tornar ainda mais complicada a permanência na universidade aos mais pobres que conseguem furar o filtro social do vestibular, sequer seria suficiente para manter as atividades destas instituições. De acordo com levantamento do Jornal da USP, por exemplo, caso fosse cobrado 1000 reais de cada estudante desta universidade, a arrecadação seria de 100 milhões, o que ainda assim seria pouco para suprir os gastos da mesma, que necessita de 5,6 bilhões de reais por ano.

Parece muito não é? E é mesmo. A questão é que esse dinheiro não é revertido para os estudantes, muito menos para funcionários precarizados como os do bandejão, que em sua maioria sofrem de doenças ocupacionais por conta da sobrecarga de trabalho. A maior parte desse montante serve para pagar os supersalários e as regalias de um punhado de burocratas que estão nos postos de poder da universidade e aposentadorias exorbitantes de alguns ex membros da cátedra acadêmica. A cobrança de mensalidades não serve, portanto, para resolver a crise no ensino superior, pelo contrário, ela só agrava essa crise, que só será resolvida quando os recursos da universidade forem geridos não por essa meia dúzia que sequer é eleita, mas sim pelos 3 setores da universidade, estudantes, professores e trabalhadores.

O recuo do ministro não significa, porém, que o projeto que pretende anunciar dia 17 seja muito melhor. De acordo com o jornal Valor Econômico na última semana, chamará Future-se o novo projeto do Ministério da Educação. O projeto tem como objetivo o "fortalecimento da autonomia financeira das universidades e dos institutos federais", nas palavras do secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior. Ainda não é certo o que essa autonomia significaria, mas é uma brecha importante para desvincular mais os gastos do estado e buscar a entrada de capital privado nas universidades, através de incentivar convênios com grandes empresários e barões do agronegócio, que utilizem o conhecimento produzido nestas instituições para aumentar a exploração em suas indústrias/fazendas.

Contra esses projetos, é preciso que o movimento estudantil retome sua força. A política divisionista levada à cabo pelas burocracias sindicais e estudantis (direção majoritária da UNE, ou seja, a UJS do PCdoB, o Levante e juventudes petistas, assim como a CUT-PT e CTB-PCdoB) dissipou a força imparável de estudantes e trabalhadores unificados contra os ataques da educação e a reforma da previdência. É preciso retomar essa unificação e levar até as últimas consequências o potencial revolucionário da aliança entre estudantes e trabalhadores.

Por isso, nesse CONUNE fizemos um chamado à Oposição de Esquerda para construção de um pólo antiburocrático que lute para implementar organismos de auto-organização dos estudantes e trabalhadores em cada local de estudo e trabalho, pois a luta precisa estar nas nossas mãos. Só assim será possível batalhar por uma universidade que esteja a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, lutar contra as ameaças de privatizações e questionar inclusive o ensino privado que hoje endivida a juventude, batalhando pela estatização das universidades privadas para acabar com o filtro social e racial que é o vestibular.

 
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