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ENCONTRO EM BARBADOS
Nada de bom para o povo: hermetismo nas negociações do Governo de Maduro com a oposição
La Izquierda Diario Venezuela

Elliot Abrams advertiu “que ninguém sabe o que está acontecendo" e na Venezuela todos decidiram pelo hermetismo, mas tanto o governo quanto a oposição declararam que "que houve progresso". Assim, à portas fechadas e com todo o sigilo, os pactos dos que estão acima são acelerados, enquanto aqueles abaixo ainda estão em calamidades.

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No marco da terceira rodada de negociações que estão sendo conduzidas pelo governo Maduro e pela oposição de direita em Barbados, foi acordado na quinta-feira a criação de uma mesa para chegar a "uma solução para a crise", conforme relatado pelo Ministério de Relações Exteriores da Noruega.

Os próprios representantes tanto do governo de Maduro como da oposição informaram que "que houve progresso” nas negociações e argumentaram que mais conversas serão realizadas na próxima semana. No entanto, nenhuma das partes deu o menor detalhe sobre o que foi discutido durante estes três dias em Barbados.

Recordemos que essas conversas começaram em Oslo, em meados de maio, e então vários países com interesses na situação política na Venezuela realizaram uma reunião buscando intervir nas negociações. "As negociações em Estocolmo são para respaldar o diálogo da Noruega" e "quebrar o gelo", afirmaram abertamente diplomatas da Suécia. Se tratava de caminho para uma solução negociada.

De acordo com o comunicado do Governo de Oslo, foi criada uma mesa que irá trabalhar de forma "contínua e rápida" para chegar a um acordo, e também está previsto que as partes realizem consultas para avançar as negociações que realizam. Espera-se que as negociações recomecem no domingo para prosseguir as negociações. Segundo fontes das agências de notícias da AFP, "em comum foi decidido deixar a espinhosa questão das eleições para o fim das negociações".

Com relação à primeira parte dos encontros em Barbados, o próprio Maduro declarou que "existe, está ativo" e "funcionando". Segundo Maduro, foi abordada uma agenda de seis pontos "consensuais", que inclui temas políticos, sociais e econômicos, sem dar outros detalhes, Por sua vez, Stalin González, que faz parte da delegação da oposição, em uma mensagem que ele postou em sua conta no Twitter, declarou que eles "farão consultas para avançar e pôr fim ao sofrimento dos venezuelanos", mas também não ofereceu detalhes.

E como essas conversas são apoiadas pelos Estados Unidos, que sempre estão presentes de alguma forma, coube a Elliot Abrams, o enviado especial daquele país para a Venezuela, declarar sobre as mesmas, mas exigir sigilo. Assim, afirmou nesta sexta-feira sobre as negociações que "Com respeito às negociações, gostaria apenas de dizer que espero que ninguém saiba o que realmente aconteceu, porque a única maneira pela qual as negociações darão frutos é se elas forem cobertas pela confidencialidade." Acrescentando que "os Estados Unidos querem uma restauração pacífica da democracia na Venezuela, ou seja, queremos que as negociações prosperem".

Quanto é acordado para todos pedirem sigilo? Uma coisa é certa, e é que dali nada de bom sairá para os trabalhadores. Inclusive se chegam a realizam declarações a futuro sobre o negociado, nunca sairão, na verdade, a luz pública os verdadeiros acordos permanecerão como "segredos de Estado". É disso que se trata a "transição pacífica", como tantas outras foram realizadas, em que o segredo é esconder do povo os acordos do acima.

Embora ainda seja cedo para ver a dinâmica dessas negociações. A Venezuela continua submersa na catástrofe econômica e social, e a incidência das sanções econômicas é sentida. Maduro procura saídas políticas sabendo que o panorama só vê queda. Por sua vez, a oposição está submersa em seu labirinto de tentativas fracassadas, dividida e sem políticas clara, enquanto os Estados Unidos mudam a linha política. Desta forma, se agarra novamente algum tipo de negociação.

Maduro também se move na necessidade de ganhar tempo, estendendo qualquer negociação, mas busca um pacto que lhe permita uma sobrevida. Por isso que busca arrancar acordos prévios que lhe permitam continuar aplicando seus planos de ajuste – tal como vem fazendo - com o "auxílio" econômico externo. Por seu vez, a oposição, que alega contar com um plano econômico bem ao estilo do FMI - como têm sustentado reiteradamente Ricardo Haussmann - busca uma "transição" mais rápida de governo. Daí todos os movimentos subterrâneos de todos os tipos entre os distintos setores.

Eles afirmam que fazem tudo isso "em nome do povo". Mentiras! Usam a grave situação sofrida pelo povo em meio a essa catástrofe como moedas para os objetivos de pactos e negociações por cima. Pois os de cima discutem "saídas" em função de seus seus interesses, enquanto aqueles abaixo sofrem as calamidades de uma agonizante catástrofe, e onde seus direitos mais elementares são violados.

É por isso que afirmamos que ambos têm, sim, algo em comum e é que a crise continue sendo descarregada sobre o povo. Maduro como demonstrado quando ele optou por pagar uma fraudulenta dívida externa cumprindo com os credores internacionais, em vez de atender as necessidades do povo, ajustando ao povo até chegar a impor, via o chicote da hiperinflação, salários de cinco dólares mensais e liquidar conquistas históricas de classe trabalhadora, que envolveram praticamente décadas de regressão.

Enquanto isso, a oposição, com todo um ataque de planos golpistas, pedindo pelo aumento das sanções econômicas, o confisco de bens do Estado por outros países, pagam a dívida externa com contas líquidos penhorando esses ativos, mesmo sem serem o governo, ações que só faz aumentar os sofrimentos do povo. Sobre essa base e caminho asfaltado, ambos preparam seus planos para a "saída" da catástrofe que reorganize os negócios capitalistas e novas formas de dominação política.

Por isso que os trabalhadores e o povo não devem semear qualquer esperança nestas "transições" e pactos por cima, que contam com o aval do imperialismo. Se Maduro nos afundou na catástrofe, a direita demonstrou amplamente sua demagogia com seus chamados à interferência imperialista e mais planos de ataques ao povo. A única saída viável, onde não somos os mesmos de sempre aqueles que continuam a pagar por essa catástrofe só pode vir do povo trabalhador e pobre com uma política independente.

Como escrevemos em um artigo recente, "Hoje vários setores estão começando a lutar, como é atualmente expresso em várias empresas no país, tanto públicas quanto privadas. Apesar de serem lutas pelo momento que não se generalizam em todo o país, mas podem retomar a situação que se abriu no segundo semestre do ano passado, onde a importante luta das enfermeiras a nível nacional incentivou outros setores e tendências a unidade se fizeram sentir. É nessa perspectiva que devemos apostar, levantando bandeiras próprias e um programa de saída para a crise que só pode ser imposto com a mobilização da classe trabalhadora e o conjunto doo explorados do país ".

 
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