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Bolsonaro e Congresso querem permitir trabalho nas folgas: "não tem mais essa frescura"
Redação

MP 881/2018 é a expansão da reforma trabalhista de Temer e tenta impor trabalho aos domingos e feriados para todas as categorias de trabalhadores. Além de nos retirar o direito à aposentadoria, querem impor que os trabalhadores entreguem seus dias de descanso. Dessa vez, não apenas os 78 setores da economia como havia sido anunciado por portaria, mas sim a todos os trabalhadores brasileiros.

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"Não tem mais essa frescura": Esse foi o anúncio feito pelo deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que participou da live na rede social de Jair Bolsonaro na noite desta quinta-feira anunciando que a comissão mista do Congresso aprovou na madrugada de quinta-feira o parecer favorável a MP da Liberdade Econômica, com 36 itens que alteram a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

Em meio ao avanço da reforma da previdência, que tira o direito a aposentadoria de milhões de brasileiros, agora o alvo do governo Bolsonaro e seus aliados é aprofundar a reforma trabalhista feita por Michel Temer, considerada como insuficiente no ataque aos trabalhadores.

A MP prevê o fim do direito aos domingos e feriados de descanso, liberando que as empresas já contratem em novo regime, onde funcionários terão que trabalhar também nesses dias, sem direito a remuneração adicional, contando como parte da carga horária. Esse ataque já estava sendo aplicado em 78 setores da econômica, autorizado em portaria do governo, e se a MP for aprovada passa a valer para todos os trabalhadores. Jerônimo Goergem ao jornal Folha de SP fez a seguinte afirmação: “Vai valer para todo mundo. Não tem mais essa frescura”.

Leia: Bolsonaro permitindo que categorias trabalhistas de 78 setores da economia passem a trabalhar de domingos e feriados

Para Bolsonaro e toda sua base aliada, o direito ao descanso dos trabalhadores é uma “frescura”, que precisa acabar para não prejudicar os patrões e empresários, e junto com a reforma da previdência significa dar sangue e suor todos os dias da sua vida até os 70 anos. É trabalhar até morrer e morrer de trabalhar.

Com já baixos salários e milhares de empregos precários, a vida da população vai sendo deteriorada pelas castas poderosas, que inclui os políticos da ordem, juízes e militares, e com o golpe institucional ocorrido no país em 2016 esse objetivo avança em toda linha e com urgência, a mesma urgência que o deputado afirmou que a MP tramita no Congresso Nacional.

O direito ao descanso remunerado, conquistado pelos trabalhadores, agora pode ser retirado com o argumento de geração de emprego, assim como foi a reforma trabalhista de Temer e a reforma da previdência, que segue avançando a passos largos, mas até agora o que se vê são filas intermináveis com mais de 13 milhões de mulheres e homens de todas as idades, em todo país, procurando uma única oportunidade de emprego que não chega, e quando raramente chega são totalmente precárias e sem direitos.

Disposição como essa de tirar tudo que podem dos trabalhadores tem como único objetivo garantir o máximo de lucros dos empresários e patrões e descarregar nos ombros de cada trabalhador o peso da crise econômica.

Veja também: Trabalhar aos domingos e feriados: esse é o destino escravizante de Bolsonaro aos trabalhadores

Jair Bolsonaro é o editor dessa MP, enviada em 30 de abril para instituir a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, mas poderia também ser chamada de “MP do fim dos direitos trabalhistas”, ou “MP da Escravidão”, como já têm chamado, pois é um claro aprofundamento da reforma trabalhista de Michel Temer e dos golpistas, com os incrementos dos deputados e da comissão mista.

Além de permitir que os empregados trabalhem em qualquer dia e hora a MP também prevê outros grandes ataques, como dificultar o direito a indenizações trabalhistas, a estabilidade de 1 ano dos funcionários que participem de Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidente) e avançar com a implementação da tão falada Carteira Verde e Amarela de Jair Bolsonaro, que na prática significa contratação em condições extremamente atrasadas.

Enquanto isso os trabalhadores seguem sem que seus sindicatos, entidades e centrais sindicais rompam com seus acordos e objetivos próprios para organizar em cada lugar de trabalho e estudo a resistência dos trabalhadores contra os que querem tomar seus descansos, salários, empregos, aposentadoria e vida, e deixar claro que nossas vidas valem mais que o lucro deles.

 
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