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Moro, defensor da reforma da previdência, foi recompensado em R$2,8 milhões desde o início da Lava Jato
Redação

Moro defende a Reforma da Previdência. Ela é, segundo ele, tão crucial quanto seu projeto de lei anti-crime que garante impunidade a policiais que matem. As barbariedades que ele defende são uma continuação de sua atuação autoritária e politicamente interessada na Lava Jato. E ele foi regiamente recompensado por seus serviços embolsando uma fortuna só em salários oficiais.

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Foto: Marcelo Camargo

Falam que todos estão incluídos na reforma. Pura balela. O agronegócio ganhou isenções de mais de R$83 bilhões e grandes bancos, como o Itaú, devem centenas de milhões ao INSS. Bolsonaro aposentou-se com 33 anos de idade e defende a reforma.

Enquanto você vai ter que trabalhar até morrer, alguns dos defensores da Reforma embolsam milhões. Sérgio Moro é um desses ardorosos defensores da Reforma.
Só em vencimentos oficiais da Justiça Federal do Paraná ele abocanhou quase três milhões de reais desde o começo da operação com as digitais ianques.
Sérgio Moro, herói nacional segundo Bolsonaro e generais como Augusto Heleno e Mourão, foi regiamente recompensado por seus inestimáveis serviços ao golpismo. Embolsou, só da Justiça Federal, R$2.825.614,74 desde o começo da Lava Jato, isso segundo os dados oficiais. Nesses dados, não há nenhum valor das palestras, de capítulos em livros, dos salários como ministro e outras fontes.

Com o bolso cheio, Sérgio Moro é mais uma voz a dizer que, se você não aceitar trabalhar até os 65 anos de idade e ainda receber menos do que hoje, o país quebrará.

Não é segredo que os juízes atuam para garantir seus privilégios na Reforma da Previdência. Querem equiparação aos militares, aos políticos e aos burgueses a que servem. Há barulhento lobby da toga em Brasília, como publicado por diversas mídias.

Graças a lei de transparência todos tribunais são obrigados a publicar os vencimentos oficiais e segundo informações do TRF-4 compiladas pelo Esquerda Diário, desde março de 2014 quando ocorreu a primeira operação da Lava Jato, Sérgio Fernando Moro amelhou quase 3 milhões de reais, pagos com o suor dos trabalhadores.

Abaixo ilustramos com um gráfico sua evolução de rendimentos (que inclui auxilio moradia e outras prebendas que os capitalistas garantem a seus serviçais da toga, da farda e do parlamento), a informação pode ser checada no site do TRF-4.

No período da Lava Jato, Sérgio Fernando Moro teve uma média de rendimentos de R$48.717,50, muito acima do teto constitucional. Esse valor médio é o equivalente a 49 salários mínimos. Quase 60% dos aposentados recebem um salário mínimo. Um juiz, sozinho, recebeu em média o que 49 aposentados recebem. Do alto desse privilégio é fácil falar da necessidade da reforma, não?

Mas esse valor médio não é o que ocorria sempre, algumas vezes ele era digno de comparação com estrelas do futebol e da TV. Separamos também alguns felpudos contra-cheques para que o leitor possa comparar aos seus (caso não esteja desempregado como mais de 13% da população economicamente ativa do país):

Vencimento de janeiro de 2018

Vencimento de junho de 2018

o mais alto rendimento de Moro, de dezembro de 2016

Como pode-se ver acima, só no mês de dezembro de 2016 ele recebeu em valores líquidos 102mil reais, ou, o mesmo que 102 aposentados, os culpados pela quebra do país segundo a narrativa oficial repetida por Moro.

A Lava Jato sempre embolsou recursos das delações e acordos de leniência, uma das conhecidas fontes de entreveros entre Moro e o falecido ministro do STF Teori. O cumulo dessa experiência de desvio de recursos públicos para destiná-los à 13a Vara de Curitiba e para o MPF-PR foi a criação de um fundo bilionário, com dinheiro da Petrobras, que Deltan Dallagnol administraria.

Para uma pequena casta de juízes, políticos e procuradores a burguesia garante vencimentos que permitam aproximar seus padrões de vida aos dos donos do país. Assim, com algo que não é corrupção legalmente conseguem uma boa dose de corrupção e controle político do que é votado, julgado. Controle esse que os vazamentos da Lava Jato escancaram como prestidigitados, teleguiados como sempre afirmamos nesse Esquerda Diário.

O vazamento a conta-gotas e conforme os interesses dos donas das mídias, várias delas defensoras da Reforma da Previdência, vai na contramão do que os trabalhadores precisam: a completa transparência dos arquivos para saber cada podre dessa operação golpista. O material, não disponibilizado em sua íntegra, permitiria mais facilmente unir a denúncia da Lava Jato à luta contra a reforma da previdência, as privatizações e outros interesses capitalistas a que a operação e Sérgio Moro servem, e por bem servir a esses interesses ganham felpudos salários.

Parodiando a teologia da prosperidade tão em moda no governo Bolsonaro e em alguns parlamentares apoiadores da Reforma, pode-se dizer que a burguesia não escolhe os bem-remunerados, mas bem-remunera os escolhidos. Sérgio Moro foi escolhido para treinamento tanto pelo Departamento de Justiça como pelo Departamento de Estado americano, como comprovam os vazamentos diplomáticos americanos do Wikileaks, e deixou patente essas marcas em cada detalhe da operação, inclusive no que investigar e no que não, como mostramos aqui, sua atuação judicial com apoio da mídia e da cúpula militar em cada momento decisivo, foi crucial para o começo do golpe com o impeachment, para a prisão arbitrária de Lula e para garantir a vitória de Bolsonaro.

A recompensa de Moro, além dos quase R$3milhões em salário, foi o cargo de ministro da Justiça para ajudar Bolsonaro a impor ataques aos direitos dos trabalhadores maiores do que o PT já fazia (especialmente no governo Dilma2).

Sérgio Moro como todo o governo Bolsonaro, os capitalistas, os donos da dívida pública, deputados financiados por bilionários como Tabata Amaral (PDT-SP) e governadores do PT e PCdoB, todos apoiam a reforma da previdência. No caso dos últimos isso pode acontecer especialmente depois que ela sofreu algumas pequenas alterações (mas que ainda a mantém como uma violenta máquina de aumentar desigualdades). Os governadores nordestinos puderam dizer que não era mais a reforma de Bolsonaro, e desde então trabalharam para que os estados fossem incluídos na reforma, buscando dinheiro da privatização do pre-sal e trabalhando para que os professores e trabalhadores da saúde de seus estados também paguem a conta.

A reforma da previdência está desenhada para garantir privilégios, como mostramos aqui. Ela serve para liberar mais recursos aos donos da dívida, e para baratear o salário dos trabalhadores já que todos terão que competir por empregos por mais anos, por isso ela é defendida pelos banqueiros, pelo agronegócio e por seus funcionários bem-remunerados como Sérgio Moro. A luta contra toda reforma da previdência passa também pela necessidade que ganhe força entre os trabalhadores e a juventude a demanda de não pagamento da dívida pública e para que todo juiz, procurador, e político ganhe como uma professora, seja eleito e revogável.

Privilegiados não são os trabalhadores que chegam vivos até a idade de se aposentar, são Sérgio Moro, Bolsonaro, os latifundiários da soja, o Itaú, o Bradesco, o Santander.

 
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