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BANDEJÃO
Trabalhadores dos Restaurantes da USP paralisam hoje por melhores condições de trabalho e por mais contratações
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Hoje, 18 de setembro, dia em que ocorrerá a marcha contra os ataques da direita e do governo, trabalhadores dos bandejões Central e da Física paralisam as atividades para exigir contratações e melhores condições de trabalho.

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Desde criança nos perguntam: o que você vai ser quando crescer? Para os trabalhadores dos restaurantes universitários da maior universidade pública do país, a USP, a resposta é simples: vou ser carne humana “moída” por essa grande máquina de moer gente, que são os bandejões!

A situação dos trabalhadores não poderia ser melhor descrita. A imensa maioria deles tem cicatrizes em seus punhos, fruto de intervenções cirúrgicas no túnel do carpo, lesionados graças aos milhares de movimentos repetitivos diários ao servirem os pratos. Essas cirurgias acontecem depois de meses de intensa dor.

As lesões musculares, conhecidas por LER e DORT, que resultam em dores e dezenas de medicamentos são invisíveis aos olhos. Diariamente cargas de carne e cereais são descarregadas por dois ou três funcionários. São quase 6 toneladas! A depender da escala do dia, o mesmo trabalhador fica no mesmo posto, fazendo o mesmo movimento mais de duas mil vezes ao dia. São mais de dez mil repetições em uma semana lesionando cada vez mais seus músculos e ligamentos.
Cerca de 45% dos trabalhadores dos Bandejões da USP estão com restrições de trabalho por causa de lesões e dores. A tendência, se seguir esse ritmo alucinado de trabalho, é aumentar até atingir todo o quadro em poucos meses.

Não bastasse todos esses problemas de saúde física, o assédio moral tem sido cada vez mais habitual. Chefias desrespeitam as restrições médicas para fazer aumentar o ritmo de trabalho e a “produtividade”. Somados a todos esses problemas tem ainda o trabalho aos fins de semana. Para garantir as refeições servidas aos domingos os trabalhadores se revezam e trocam a folga de domingo por um dia na semana. Isso resulta em aumento de trabalho durante a semana, dias de maior movimento, pois o quadro acaba desfalcado.

Essa situação já foi inúmeras vezes denunciada pelo Sintusp, o sindicato da categoria, e também pelo ED. Porém nem a SAS (Superintendência de Assistência Social), sob a direção de Waldyr Antônio Jorge, nem o reitor Marco Antônio Zago tomaram qualquer providência. Mais, aceleraram o desmonte não apenas dos restaurantes universitários, com o fechamento do bandejão da prefeitura, mas de toda a USP. Já se especula que o próximo passo é a terceirização do bandejão da prefeitura nos moldes do que aconteceu com o restaurante da química que foi primeiro fechado, e, ao ser reaberto, já era terceirizado. As creches, para citar mais um exemplo, pelo segundo ano consecutivo, não abrirão vagas para novas crianças, deixando na mão trabalhadores e estudantes.

O PIDV (Programa de Incentivo à Demissão Voluntária) aprofundou a sobrecarga de trabalho nos bandejões assim como por toda a USP. Para forçar a contratação, os trabalhadores dos restaurantes reunidos decidiram por paralisar as atividades neste dia 18 de setembro.

Elenice Rocha, trabalhadora do restaurante da Física explica: Neste 18 de setembro, nós funcionários das SAS, estaremos paralisados, em busca de melhores condições de trabalho e também para pedir novas contratações de funcionários. A tarde temos uma reunião, agendada pelo Sr Coordenador da nossa unidade [Waldyr Antonio Jorge] onde levaremos algumas propostas como a reavaliação do cardápio, a reabertura do restaurante da unidade da prefeitura e também o encerramento ,mesmo que temporariamente das atividades de domingo, afim de amenizar as condições de trabalho, que tem se intensificado nos últimos anos ainda mais com a saída de s funcionários no PIDV e também com o fechamento da unidade da prefeitura. Com a demanda que só cresce a cada dia, a carência de funcionários se torna vez maior.

“Se a gente folga durante a semana, os colegas que ficam trabalham mais, em dobro. A paralisação de amanhã não é só para os funcionários não trabalharem aos domingos, mas por mais contratações, porque está em falta!”
Izabel Cristina do Restaurante da Física

“O PIDV reduziu bastante o número de funcionários na USP e não foi diferente nos restaurantes” Ângela Glisk do Restaurante da Física

“Vamos paralisar amanhã [dia 18] porque todos os funcionários estão doentes ou com restrições” Edivaldo Ricardo do Restaurante da Física

“Aqui falta muita gente pra dar conta do trabalho. Vejo muitos funcionários mais novos que com pouco tempo já acabam adoecendo.” Vilma Maria do Restaurante da Física

 
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