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Mundo operário Chile
Greve na Enel, Walmart e de professores: a necessidade de se unificar as lutas
La Izquierda Diario

Após cinco semanas de negociação coletiva, o sindicato regional de trabalhadores da Enel Chile (empresa privada distribuidora de gás natural e energia elétrica) rechaçou, por 151 votos de 152, a última oferta da empresa, aprovando uma greve de funcionários nas regiões de Tarapacá até Bío-Bío.

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De acordo com a deliberação, que ocorreu em 27 de junho, a greve deveria ter início no último dia 2 de julho. No entanto, a empresa solicitou a mediação obrigatória da inspeção trabalhista, conforme consta no artigo 351 do Código Trabalhista chileno.

Na prática, isto significa que o órgão de fiscalização adiará em mais 5 dias o início do processo. Esse prazo se cumpre hoje (8) e, ao não ter sido alcançado um acordo, a greve se efetivaria no início do dia de amanhã (terça-feira, 9).

O presidente do sindicato, Arturo Rodríguez, em entrevista para a Radio Bío Bío, disse que os principais pontos das reivindicações dos trabalhadores são: aumento real dos salários, bônus de produtividade, indenização para funcionários em idade de aposentadoria e com mais de 15 anos de serviço, bônus a longo prazo e aumento das bolsas de estudo.

Vale mencionar que estes trabalhadores correspondem ao sindicato da Enel Generación, das centrais de Iquique e Bio-Bío, e não das plantas de distribuição.

Ao se tornar efetiva esta greve legal, poderia somar-se à greve dos 17 mil funcionários e funcionárias do Walmart que, também após a mediação do órgão de fiscalização trabalhista, se iniciaria na terça-feira às 18h.

Enquanto isso, Bárbara Figueroa (presidente da CUT, central sindical chilena), remarcou a necessidade de se analisar com maior rigor os dados apresentados pelo Ministério do Trabalho sobre a criação de empregos no Chile, já que muitos destes correspondem a postos de trabalho autônomo.

Neste sentido, a dirigente da CUT acusou o Ministério do Trabalho de elaborar dados influenciados por seus próprios interesses, que não condizem com os dados informados pelo Instituto Nacional de Estatísticas a respeito da empregabilidade no país.

Para além desta tímida defesa dos trabalhadores, contudo, o desemprego no Chile não tem sido motivo para que as direções dos sindicatos operários organizem e mobilizem pela base, de maneira a defender os postos de trabalho. A direção da CUT, com o Partido Comunista Chileno e Figueroa à frente, tampouco tem se disposto a organizar a classe trabalhadora com a unidade necessária para barrar as reformas que já estão sendo discutidas, como a reforma trabalhista, tributária, da previdência e da saúde.

A solidariedade que a classe operária requer também passa por ampliar a unidade com setores como os professores municipais, que entram na sexta semana de sua greve por tempo indefinido, por melhorias na educação pública, em suas condições, na dívida histórica, as horas de ensino, menção de diferencial e jardim de infância, etc. No entanto, a displicência e intransigência de Marcela Cubillos (ministra de Educação) não retrocederão sozinhas, e as demandas dos docentes não serão conquistadas pela “boa vontade” do governo.

A CUT deveria fazer um forte chamado a que se unifiquem as lutas, a partir do Sindicato Interempresas de Líder, por exemplo, e convocar uma paralisação unificada que consiga golpear com um só punho este governo e suas nefastas reformas.

Hoje por hoje, os professores do Chile levam adiante uma greve que já dura mais de um mês sem serem escutados. Apenas através da mobilização e da unidade entre as lutas, com centenas de milhares nas ruas, que será possível impor uma derrota a este governo e ministério incompetente e intransigente.

 
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