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CUT
As contradições da CUT e seus limites com o atrelamento com o governo.
Kevin do Nascimento
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A mobilização reuniu trabalhadores com data-base no segundo semestre e os que ainda não concluíram as negociações com os patrões nos primeiros seis meses do ano. Segundo os organizadores a manifestação mobilizou 10 mil pessoas. “Cada categoria tem sua própria pauta de reivindicação. O que as unifica é a defesa da democracia, a busca por saídas econômicas que não prejudiquem ainda mais os trabalhadores e que revertam as perspectivas de fechamento de postos de trabalho”, afirmou o secretário-geral da CUT Wagner San­tana, o Wagnão. Na ocasião, a CUT lançou um manifesto no qual repudia os ataques aos direitos da classe trabalhadora e a tentativa, patrocinada pelos conservadores, de desestabilizar a democracia. Para o secretário-geral, agora é a hora de apertar as negociações com as bancadas patronais que tentam reduzir os direitos na convenção coletiva. “O momento requer unidade e ação conjunta na luta. Vamos deixar claro que os trabalhadores não vão pagar a conta da crise econômica, que somos contra a precarização nas relações de trabalho e que haverá resistência e luta às tentativas de ataque à democracia”, declarou Wagnão.

A grande questão é que os trabalhadores já estão pagando pela crise, mas parece que o sindicato não percebe pois está muito preocupado em guardar o governo do PT dos conservadores e defender a democracia dos ricos. Convenhamos que pela fraqueza do governo Dilma, se a burguesia quisesse derrubá-la já teria feito, porém a burguesia não precisa disso, pois o PT acata toda e qualquer reivindicação da burguesia, seja ela de retirada de direitos sociais, de maior controle sobre a juventude ou de ataque à classe trabalhadora, como vem demonstrando cotidianamente.

Ou seja, vale mais defender o governo que vem atacando de todas as formas os trabalhadores, do que lutar para que os trabalhadores sejam sujeitos contra a crise e os capitalistas. O que os unificam, não é a defesa da democracia e sim nossa classe. Porém, para a direção do sindicato, usar os trabalhadores como base para o governo de direita do PT é algo tradicional!

Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, a “tentativa de golpe” contra a presidenta da República não é motivada pelo combate à corrupção ou outras razões.

“Os setores que não respeitam o resultado das urnas querem, na verdade, aprofundar um clima que facilite a retirada de direitos, o achatamento dos salários, criação da idade mínima para aposentadoria, terceirização sem limites”, disse Vagner.

“Ou alguém acredita que quem quer entrar no lugar da presidenta vai continuar se preocupando em manter programas sociais importantes criados pelo governo Lula e Dil­ma?”, questionou o presidente da CUT.

“O golpe é contra os trabalhadores. Não é apenas uma disputa político-partidária, é uma disputa de classe que visa diminuir os ganhos, a participação dos companheiros nos resultados econômicos do País”, concluiu Vagner Freitas.

Talvez o presidente da CUT não saiba, mas foi justamente nos governos de Lula e Dilma que a terceirização triplicou, passando de 4 para 12 milhões de terceirizados . Além do mais, este clima ao qual ele se refere já é bem presente, é inclusive com base nele que Dilma/PT implementa seus ajustes econômicos, que todos percebemos, com ataques diretos apenas para classe trabalhadora.

Realmente, se trata de uma “disputa de classe”, onde a classe operária deve ser independente do governo e da oposição direitista. Porém, as direções sindicais, principalmente as ligadas a CUT, utilizam a energia dos trabalhadores que realmente querem e necessitam lutar, como amortecedor do desgaste politico que mina cada vez mais o governo do PT, aumentado ainda mais com as pressões da burguesia, escândalos de corrupção e o descontentamento da população!

Por isso é importante construir o ato do dia 18, para colocar de pé um polo classista, anti-governista e anti-burocrático que vote um plano de lutas com novos atos nos estados e nas categorias, debate nas bases, e que exija que a CUT e as outras centrais governistas rompam com o governo e comecem imediatamente a enfrentar o plano de ajustes. Precisamos avançar na construção desta alternativa classista dos trabalhadores.

 
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