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ESTADAO INIMIGO DOS TRABALHADORES
Editorial do Estadão: ódio aos trabalhadores para defender sua nefasta Reforma da Previdência
Virgínia Guitzel
Travesti, trabalhadora da educação e estudante da UFABC

Neste 14J, o Editorial do Estadão demonstrou todo seu caráter patronal, onde para defender sua nefasta Reforma da Previdência contra os mais pobres, chamou os manifestantes de "inconformados com a democracia", dizendo que "se preparam para fazer o que melhor sabem: bagunça".

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Em sua tentativa de deslegitimar o dia nacional de paralisações e mobilizações, o Editorial do Estadão defensor de que os trabalhadores morram sem se aposentar, dizem que a valente paralisação dos trabalhadores do transporte - que enfrentaram a justiça burguesa, e inclusive a traição das centrais sindicais - são para impedir "os brasileiros de chegarem a seus locais de trabalho". Como se não houvesse uma grande aprovação da população na luta contra a reforma da previdência, o que se expressa, por exemplo, no rechaço da população às ameaças de punição feitas pela empresa do Metrô de SP contra os funcionários em greve.

Também buscaram deslegitimar o dia de mobilizações dizendo que a data foi escolhida na sexta-feira para que os grevistas possam "discutir alegremente a reforma da Previdência na mesa do bar, nessa “happy hour” proporcionada pelos sindicatos".

O Estadão ataca o direito de greve com muito clamor, debochando dos trabalhadores que rejeitam trabalhar até morrer e que se mobilizam nacionalmente em defesa dos seus direitos porque temem que esse descontentamento com os ataques do governo se expressem pela luta de classes. Isto porque, se a raiva e o rechaço a retirar nossos direitos e empregos se transformam em força de mobilização e organização, estes setores sabem, que é possível ser questionado não apenas a Reforma, mas todos os ajustes neoliberais.

Nessa tentativa, dizem que o dia foi convocado pelas centrais sindicais e supostos "movimentos sociais", já que para estes defensores dos lucros patronais, o único questionamento legítimo seria via institucional, o mesmo caminho manipulado e controlado pelo poder judiciário, o fisiologismo, as castas políticas privilégiadas e golpistas. De fundo, o que quer o editorial do Estadão é defender que a crise gerada pelos capitalistas tem que ser paga com a vida dos trabalhadores.

Ao dizer que a Reforma da Previdência é para "combater os privilégios", e que é justamente para ajudar aos mais pobres, eles não contam que justamente essa Reforma propõe o endurecimento dos requisitos para aposentadorias, redução do seu valor e diminuição dos benefícios. Para o trabalhador se aposentar recebendo 100% do salário de benefício, terá que contribuir por pelo menos 40 anos. Mas todos este setores patronais concordam com Rodrigo Maia (DEM), "todo mundo consegue trabalhar até os 80 anos".

Enquanto protegem os mais ricos, as grandes empresas e grandes bancos, que lucram com diversos privilégios, e devem atualmente mais de R$450 bilhões para a Previdência Social, os trabalhadores rurais não poderão se aposentar.

Se o Estadão chama os trabalhadores e estudantes que lutam no dia de hoje pelo direito ao seu futuro de "inimigos da democracia" é porque esta opinião pública é inimiga dos trabalhadores e dos nossos direitos.

Terminam o texto com a advertência dos escravistas: "E é bom que fique claro: para que a crise seja afastada de vez e que o País retome o caminho do desenvolvimento, em benefício de todos os brasileiros, essa reforma é apenas o começo".

Assim fica escancarado que a intenção do Estadão em seu editorial é defender com unhas e dentes a sua santa Reforma da Previdência, que foi barrada através da grande paralisação nacional do 28 de Abril de 2017. Mas também demonstram que essa Reforma seria apenas um começo de um longo plano cruel de ataques do mercado financeiro aos trabalhadores, para subordinar ainda mais o Brasil ao imperialismo, privatizar e garantir os lucros patronais com o suor e a vida de milhões de trabalhadores.

Como já denunciamos no Esquerda Diário, esta Reforma anti-operária não poderia "salvar o capitalismo brasileiro", justamente porque vivemos uma economia globalizada, e o que predomina no cenário internacional é a crise, baixo crescimento e um estancamento secular. É uma crise histórica deste sistema decadente que teve de recorrer a figuras desprezíveis como Trump e Bolsonaro fruto da suas crises de dominação.

Nós não queremos salvar o capitalismo brasileiro ou mundial, pelo contrário, confiamos na poderosa força dos trabalhadores para barrar a reforma da previdência e os ajustes neoliberais. Trabalhadores e jovens demonstram isso hoje, apesar das suas direções que atuam burocraticamente para frear toda sua potencialidade. Nos preparamos para, através da resistência e defesa contra os ataques, abrir o caminho para o contra-ataque, que deve ter como perspectiva superar este sistema baseado na desigualdade e na exploração e avançar para um governo dos trabalhadores em ruptura com o capitalismo. Esse é o maior medo do Estadão e da burguesia. E é para ter medo mesmo, porque o futuro nos pertece, e não a eles.

 
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