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UNIDADE DA ESQUERDA
Argentina: a esquerda anunciou uma lista de unidade para competir nestas eleições
Redação

Nesta quarta-feira, as alianças eleitorais para as próximas eleições presidenciais foram encerradas. A Frente de Esquerda e dos Trabalhadores foi apresentada com listas unitárias para competir em todo o país.

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Nesta quarta-feira foram apresentadas as alianças que vão competir nas eleições primárias de agosto de 2019. A chapa já anunciada Fernández - Fernández, onde a ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner vai participar como candidata a vice-presidente; a chapa do governismo, com Macri como candidato a presidente e o atual senador peronista Miguel Pichetto como vice; e outra chapa composta por Roberto Lavagna, ex-ministro da economia Néstor Kirchner, que vai tentar ocupar uma abertura estreita entre as duas outras chapas. Longe daqueles que passaram mais de uma vez de um partido para outro e de opositores a partidos no poder, a esquerda apresentou a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores - Unidade (FIT Unidad em espanhol) que compreende mais de 90% das forças da anticapitalistas do país, liderado por Nicolás Del Caño.

O anúncio da candidatura que será dirigida por Mauricio Macri e Miguel Pichetto foi comemorada pelos mercados e pelo círculo vermelho, com um dólar em queda e o mercado de ações subindo. Como se isso não bastasse, a dupla fez sua estreia pública no pré-colóquio da IDEA, que reúne a maioria dos patrões da indústria, comércio e serviços. Pichetto ocupa o Senado Nacional há pelo menos 17 anos na província de Rio Negro e foi presidente da Câmara e aliado de Néstor e Cristina Kirchner. Sua decisão de ser vice-presidente obedece à necessidade de que o macrismo apareça como garantidor da governança do país após as eleições e, acima de tudo, do pagamento da dívida externa ao FMI.

O anúncio da chapa Fernández - Fernández no sábado, 18 de maio, agora se soma a um acordo com Sergio Massa, em uma coalizão que reúne uma grande parte do peronismo e já tem o apoio público de mais de uma dúzia de governadores. Esta nova aliança que foi formada sob a desculpa de enfrentar Macri é um rejunte que inclui muitos dos líderes que foram mais úteis ao Macrismo durante todos esses anos. Note-se que, sem os votos de muitos que compõem esta força, nunca teria sido possível aprovar leis como as que permitiram o acordo com os "fundos abutre", um pilar indispensável para os planos de endividamento, ajustes e entrega ao capital financeiro que hoje pesam sobre a grande maioria e que levaram ao aumento da pobreza e do desemprego.

Finalmente o chamado da Frente de Esquerda para construir chapas unitárias a nível nacional da esquerda anti-capitalista se concretizou com a apresentação da Frente de Esquerda Unidade (FIT Unidad) contra todas as variantes de chefes políticos e patronais. A coligação que terá o PTS, com Nicolás del Caño e Myriam Bregman, o Partido Obrero, Esquerda Socialista, e agora se soma o MST, Poder Popular e PSTU.

A apresentação da chapa foi acompanhada pelos vinte pontos que compõem a ata do acordo programático desta frente unitária de esquerda, entre os quais se destaca a ruptura com o FMI, o não pagamento da dívida e o cancelamento dos aumentos nas tarifas de serviços públicos entre as principais medidas de emergência.

"Vamos apresentar uma alternativa para disputar a consciência de milhões e milhões", disse Nicolás del Caño, candidato a presidente. Contra aqueles que "por um lado dizem que o único caminho é do Fundo Monetário, do ajuste; e contra aqueles que, por outro lado, vendem uma mentira, dizendo que é possível apresentar um plano para a maioria sem se livrar do Fundo monetário, sem parar de pagar a dívida fraudulenta ".

Del Caño continuou dizendo: "Quero fazer uma convocação muito especial (já estão chegando parabenizações para esta unidade da esquerda), para que façam essa campanha nos bairros, no movimento de mulheres, para que possamos alcançar milhões para dizer a eles que não têm que se resignar, que temos que inverter as prioridades. Quantas crianças e adolescentes mais têm de cair na pobreza para termos uma alternativa? Essas são as prioridades. Para que a crise não seja paga pelos trabalhadores, mas sim pelos grandes banqueiros, empresários e latifundiários, que são os que geraram esta crise. Para que se prepare uma saída, com a mobilização, em favor dos trabalhadores e do povo".

Enquanto isso, Romina del Plá, deputada nacional, líder do Partido Obrero (PO) e candidata a vice na fórmula com Del Caño, saudou as forças presentes e afirmou que "esta Frente que estamos apresentando hoje é absolutamente fundamental. É um pólo de reagrupamento, de independência política dos trabalhadores e da juventude. Nesse momento político, em que assistimos ao espetáculo dessas chapas, onde estão disputando o aparato estatal para colocá-lo a serviço de seus próprios negócios, mas não com um programa diferente. Eles disputam o apoio dos governadores".

Uma vez que as alianças dos partidos tradicionais estão definidas, agora será a definição das candidaturas para uma campanha marcada pelo compromisso com o grande capital e chapas destinadas a trazer tranquilidade para "o mercado" e garantir "governabilidade" nos próximos anos de ajuste e contra-reformas que exigirá o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Pela mesma razão, torna-se mais urgente do que nunca desenvolver uma grande campanha militante, contra os partidos que recebem milhões de pesos para garantir o ajuste, marcando um objetivo claro: inverter as prioridades e alocar os recursos que hoje pagam a dívida para investir a saúde, educação, moradia e emprego, para milhões que sofrem o ajuste.

 
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