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14J TRANSPORTES SP
Greve geral em SP: Metrô, trens e ônibus aderem e justiça mostra seu caráter patronal
Redação

A maior cidade da América Latina, São Paulo, terá nesta próxima sexta-feira, dia 14, seus transportes paralisados ao se somarem aos demais trabalhadores do país na greve geral contra a reforma da previdência. Metrô, trens da CPTM e ônibus paralisarão suas atividades durante todo o dia. É necessário unir juventude e trabalhadores para derrotar o plano do golpe da Lava Jato, o Congresso e Bolsonaro!

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Com os sindicatos e categorias que já confirmaram aderir à greve geral no dia 14 de junho, mais de 15,3 milhões de viagens deixarão de ser realizadas dia 14 de junho na região metropolitana de São Paulo. Dirigentes das dez centrais sindicais anunciaram, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 10, que diversas categorias irão aderir à greve. Em São Paulo as linhas de Metrô 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata (Monotrilho) irão paralisar suas atividades a partir da 23h59 de quinta-feira, já referendadas pelos metroviários em duas assembleias. Também os sindicatos de cinco linhas de trens da CPTM (de um total de sete) anunciaram adesão, das linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Os sindicatos dos motoristas dos ônibus das linhas municipais e intermunicipais anunciaram que também irão aderir à greve dia 14 de junho.

O Metrô de SP e a CPTM entraram ontem, 11, com liminar na justiça contra os sindicatos tentando impedir que as greves ocorressem, mostrando seu caráter patronal. Os sindicatos recorreram e em audiência de conciliação realizada no dia de hoje foi determinado multa no valor de R$200 mil reais caso a greve do Metrô e CPTM seja deflagrada de fato.

Além da nefasta reforma da previdência que Bolsonaro, Rodrigo Maia junto ao "centrão" e o STF querem implementar, é necessário unificar a luta do direito à aposentadoria junto a luta protagonizada pela juventude em maio contra os cortes no orçamento da educação, que mobilizou milhões de jovens e trabalhadores nos últimos dias 15 e 30 de maio. Esta é uma unidade explosiva que pode muito concretamente derrubar os ataques contra os direitos dos trabalhadores e da juventude.

Muitos ataques ao direito a aposentadoria estão em xeque com a reforma caso seja aprovada. O benefício destinado a idosos carentes, hoje no valor de um salário mínimo, pode ser reduzido a 400 reais com a reforma, além de aumentar a idade mínima da aposentadoria tanto para mulheres como para homens, chegando a em diversas cidades brasileiras a superar a expectativa de vida. Ou seja, se aprovada a reforma os trabalhadores brasileiros irão trabalhar até morrer e não poderão usufruir de aposentadoria.

Os metroviários realizarão nesta próxima quinta-feira uma nova assembleia, às 18h30, para definir sua atuação na greve de sexta-feira. Além do transporte outros sindicatos muito importantes anunciaram paralisação em SP, como o de professores estaduais e municipais, bancários, metalúrgicos, entre outros.

A greve geral do dia 14 de junho tem que ser parte de um intenso plano de luta com continuidade e construído pela base das diversas categorias no Brasil afora para derrotar definitivamente a reforma da previdência e os cortes da educação. Assembleias em todas as categorias e locais de estudos tem que ser organizadas pelos sindicatos e entidades para que sejam os trabalhadores e juventude que decidam os rumos da luta. É necessário que as centrais sindicais rompam por definitivo as muitas negociações com o governo e o "centrão" com Maia à cabeça, sem despejar nenhuma ilusão nesta cúpula, que já deram muitos exemplos de que não estão do lado dos trabalhadores (como Maia que já afirmou que se "pode trabalhar até os 80 anos hoje no Brasil"). Na última assembleia dos metroviários nós do MRT e do Movimento Nossa Classe denunciamos estes acordos (veja vídeo ao final deste artigo).

A política de Paulinho da Força, da UGT e da CTB, com aval da CUT, negocia o futuro da população de portas fechadas em Brasília ao passo que os governadores do PT defendem a reforma da previdência em carta à Bolsonaro, e por isso é necessário a exigência de rompimento de tais negociações, assim como repudiar e denunciar enormemente os governadores do PT! Por isso, inclusive, não devemos seguir neste dia 14J conselhos como os da CUT e Força Sindical que orientaram a população a "não sair de casa", e sim todos devem lotar a Avenida Paulista as 16h, mostrando sua força nas ruas também, trabalhadores e juventude juntos, para se manifestar contra a reforma da previdência e os cortes.

É necessário fazer com que a política vá para as mãos dos trabalhadores e juventude de forma independente dos patrões e governos para que a crise seja paga pelos capitalistas! Lutar por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta, com os trabalhadores sendo sujeitos, para que estes possam dar uma saída de fundo aos problemas estruturais do país que atingem os trabalhadores, como a anulação das reformas e dos cortes e para darem uma saída à crise política que o Brasil atravessa.

Frente a atual conjuntura no país os trabalhadores tem que entrar em cena com seus potentes métodos de luta, pois a Lava Jato, principal operação para garantir os planos do golpe institucional está questionada e teve caída sua máscara. A justiça mostra, mais uma vez, quem realmente defendem, manipulada por juízes politicamente interessados como Sérgio Moro, que prendeu Lula arbitrariamente, ou mesmo estes juízes que julgam greves como hoje a dos metroferroviários. Uma CPI contra a Lava Jato hoje não responde ao enorme problema colocado, é necessário uma saída independente dos trabalhadores para responder os grandes problemas do país. Somente uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana pode, hoje, acabar com a farra de disputas golpistas e burguesas pelo regime, sendo os trabalhadores a força política para impôr uma saída de acordo com suas próprias demandas.

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