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REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Grande mídia e governador do PT fazem operação conjunta para acabar com aposentadoria estadual
Redação

Folha, Globo e Estado trazem hoje uma pauta única: os Estados precisam ser incluídos na reforma da previdência. Este tema motivou as capas dos jornais e seus editoriais. Como não podia ser diferente, não faltou no dia de hoje uma estrondosa e enfática declaração de governador petista em apoio à reforma da previdência.

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Foto: Governador Wellington Dias com Guedes

Até ontem havia farto noticiário político dando conta que os deputados federais iriam retirar os estados e municípios da reforma da previdência, que sangraria os direitos dos trabalhadores privados, dos trabalhadores rurais e domésticos e do funcionalismo federal, mas pouparia professores estaduais e municipais. Para a Bovespa, FMI, Wall Street o R$1 trilhão projetado por Guedes é pouco, querem tudo. Mas por motivos políticos essa parte do ataque estava emperrada, é aí que entra o papel da mídia e uma gigantesca ajuda do PT à reforma da previdência.

O cálculo dos deputados para não incluir estados e municípios não tinha nada a ver com qualquer defesa dos direitos dos trabalhadores, mas o mais puro eleitoralismo. Preocupavam-se em aprovar um ataque nos estados e assim diminuir os prospectos de eleição para prefeito de vários deles.

Guedes fez declaração criticando isso nos últimos dias, Rodrigo Maia também. Pronto, sinal estava dado, as redações todas se uniram para criar manchetes e editoriais para aumentar a pressão para que os governadores do nordeste (do PT e PCdoB em sua maioria) passem da negociação por uma reforma da previdência à defesa aberta e abjeta da reforma da previdência de Bolsonaro ou uma versão atenuada por Maia. Wellington Dias já assumiu sua posição de vanguarda serviçal da Bovespa.

De Wellington Dias a cada redação dos jornalões há uma ideia ecoando: trucidem os direitos dos trabalhadores, aumentem os lucros dos donos da dívida.

A monotonia temática da chantagem com os direitos dos trabalhadores municipais e estaduais está na capa da edição digital da Folha que estampa o tema “Plano de socorro a estados” e um editorial “Omissão estadual”; o Estadão traz o editorial “o verdadeiro ônus político” e, O Globo estampa como destaque “Reforma pode incluir apenas estados mais endividados” e o editorial “Reforma previdenciária tem de incluir estados”. O Poder 360, por sua vez divulga entrevista com Wellington Dias, governador petista do Piauí, com a mesma temática.

A mídia faz de tudo para ajudar os capitalistas a impor maior sacrifício a todos trabalhadores e assim garantir maiores lucros aos donos da dívida. A reforma da Previdência, como muito temos escrito tem alguns objetivos primordiais: 1) aumentar a taxa de lucro impondo menores salários a todos trabalhadores uma vez que mais braços disputariam as mesmas vagas de emprego; 2) liberar mais recursos do orçamento para a dívida pública, enriquecendo ainda mais os banqueiros e outros capitalistas detentores da mesma.

O objetivo da operação midiática de hoje é muito simples incluir os Estados, trucidar direitos de centenas de milhares de trabalhadores, e de quebra, atacar a saúde e educação, direitos sociais garantidos fundamentalmente pelos estados.

O próprio Wellington Dias do PT afirma sua subserviência a Guedes e aos capitalistas reafirmando a ideia que é preciso “Uma proposta que de equilíbrio para o hoje e para o amanhã.” Como se o desequilíbrio fosse oriundo da aposentadoria de um salário mínimo e não de empresas que sonegam bilhões e que centenas de bilhões de reais são constrangidos no orçamento público para pagar juros da dívida. Mas não, para Dias o problema é “atuarial” e é preciso uma reforma.

É preciso alguma e de qualquer jeito ele deixa claro: “A pior reforma é aquela que não é aprovada. Só tem uma fórmula? Não.” Ou seja, o pior que poderia acontecer seria os trabalhadores não perderem direitos. É possível uma visão mais neoliberal mais capitalista mascarada de oposição??

Com esta declaração a política do PT fica escancarada. Querem sim uma reforma, estão dispostos sim a negociar os direitos dos trabalhadores. Se a UGT e a Força Sindical abertamente negociam com Bolsonaro a aceitação da reforma, a CUT e CTB declaram-se contrárias, mas seus governadores atuam do mesmo modo de Paulinho da Força, para garanti-la. Por isso, por esse duplo discurso, que as centrais pouco tem se movimentado para impor um fortíssimo dia de paralisação na greve geral do dia 14. Precisamos tomar em nossas mãos esse dia, impondo assembleias nos locais de trabalho, e, confluindo com a luta estudantil para enquadrar e derrubar a reforma da previdência, derrotando o pacto de Bolsonaro-Maia-Toffoli que também inclui em suas bambalinas a mídia e os governadores petista.

 
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