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Após cortar salário de professores, Rui Costa (PT) nega direito de greve: “não é férias”
Redação Esquerda Diário Nordeste

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), cortou salário de professores em greve da UNEB em meados de abril desse ano, avançando contra o direito de greve da categoria que, junto aos estudantes, combatiam a sua política de cortes nas estaduais da Bahia. Ele que está negociando a reforma da previdência com Bolsonaro e que defendeu cobrança de mensalidade nas universidades públicas, justificou esse ataque ao direito de greve com um novo atestado do seu direitismo: "greve não é férias".

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Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, o chefe do executivo da Bahia disse que não há como investir em educação. Após a resposta de professores da UNEB, da Ufes e da Uesc, que decretaram greve por mais de um mês, o petista tomou uma decisão típica da que seria esperada de um político do PSDB ou da extrema-direita: cortou salário, negou o direito de greve desses professores.

Essa semana, “justificou” a medida dizendo: “O salário você discute na hora de encerrar a greve. Sempre foi assim. Não me lembro, na minha vida, que minha categoria ou outra recebeu parado, ou é férias”. Não faltou cinismo por parte do petista, que sabe que o corte de salário é cortar o sustento das famílias desses professores e que não se trata de férias, mas do direito político de qualquer trabalhador de se mobilizar sem ser prejudicado ou chantageado. Duplamente, Rui Costa afronta esse direito e atesta seu direitismo asqueroso.

Poderiam ser palavras vindas de um tucano, a la Alckmin, tal como as que Rui Costa usou para defender formas “alternativas” de financiamento do ensino superior, por exemplo, cobrar mensalidade dos estudantes, tal como Bolsonaro e João Amoedo propunham em suas campanhas a presidência.

Saiba mais: "Alckmin do PT": Rui Costa despreza a universidade pública e propõe mensalidade no ensino superior

Esse ataque ao direito de greve vem no mesmo momento em que Paulo Guedes e Rodrigo Maia (DEM) reuniram alguns jovens parlamentares (dentre eles a aluna do banqueiro Paulo Lemann, deputada Tabata Amaral (PDT)) para defender mudanças na Lei de Greve, como a que pressupõe corte imediato de salário de funcionários públicos que entrarem em greve, dentre outras medidas repressivas.

A política do PT a cabeça de um cargo executivo de suma importância se difere pouco da de políticos da direita, como o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), herdeiro de João Dória, que cortou ponto dos professores municipais em greve contra a Reforma da Previdência municipal.

Na realidade, os cortes a educação de Rui Costa sob a justificativa de “não ter dinheiro para investir”, não é muito diferente da chantagem que o próprio Bolsonaro fez quando cortou 30% das verbas não obrigatórias das Universidades Federais dizendo que devolveria após aprovada a Reforma da Previdência. Ora, Rui Costa está junto com outros governadores do Nordeste do PT, PCdoB, PDT e PSB que estão negociando a Reforma da Previdência com Bolsonaro, propondo uma versão “diet”, em troca de maior ajuda aos seus estados, e que mantem um enorme ataque a classe trabalhadora.

Os governadores do PT contribuem ativamente para encaminhar ataques neoliberais na educação e no terreno da previdência, enquanto a UNE, CUT e CTB, que são dirigidas pelo PT e PCdoB, separam estudantes e trabalhadores em dias de mobilização diferentes, contribuindo para que essas forças sociais não se conectem e saiam do controle das burocracias sindicais. Não podemos deixar nosso futuro ser negociado pela estratégia de conciliação de classes do PT.

É urgente construir uma alternativa independente, ou seja, dos trabalhadores e da juventude, por uma educação pública, gratuita e de qualidade, começando pelo fim do vestibular e a estatização sem indenização das universidades privadas e o perdão da dívida dos estudantes do FIES, e para isso é necessário fazer com que os capitalistas paguem pela crise. É preciso impor a abolição do pagamento da dívida pública, que constrange o orçamento nacional em função da especulação de banqueiros bilionários, e só serve para direcionar a maior parte do orçamento público à garantia do lucro mensal aos grandes banqueiros e empresários. Não precisamos da reforma da previdência: eliminemos o pagamento da fraudulenta dívida pública, única forma de não hipotecar nosso futuro aos capitalistas nacionais e estrangeiros.

 
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