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SENADO
Após atos de domingo, senadores falam em manter Coaf nas mãos de Sergio Moro
Redação

Senadores dizem que vão tentar aprovar manutenção do Coaf nas mãos de Sérgio Moro. Governo avalia que já tem 44 dos 81 senadores para contrariar decisão da Câmara dos Deputados.

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A transferência do Coaf (órgão que fiscaliza transações financeiras) do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia foi votada na semana passada na Câmara dos Deputados, configurando uma derrota do governo dentro do legislativo uma vez que a proposta inicial era passar o Coaf para o ministério presidido por Sérgio Moro. Agora a votação vai para o Senado avaliar. Entretanto após as manifestações desse domingo, cujas pautas incluíam a manutenção do Coaf com Moro, fizeram com que alguns senadores se movimentassem no sentido oposto do da câmara dos deputados. O próprio líder do governo no Senado, Major Olímpio (PSL-SP), afirmou que vai batalhar para manter o Coaf com Moro.

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Segundo o governo, cujo chefe da casa-civil Onyx Lorenzoni se reuniu com Moro nessa segunda feira (27) para avaliar a situação, há 44 dos 81 votos no Senado para manter o Coaf com o ex-juiz da Lava-Jato. Ou seja, 3 votos a mais do que o necessário para reverter a votação na Câmara. Se aprovada no Senado, a decisão de transferência volta para a Câmara dos Deputados.

Caso volte para a Câmara, a eventual decisão no Senado leva a outro problema para o governo Bolsonaro. A mudança do Coaf está inserida na reestruturação ministerial de Bolsonaro, a MP 870, que diminui o número de ministérios de 29 para 22. A transferência do Coaf para o Ministério da Economia fazia parte das negociações de Bolsonaro a fim de que a Câmara aprovasse a MP 870. Ou seja, os parlamentares acordam em aprovar a MP 870 em troca de tirar de Sério Moro o controle do Coaf. No entanto a MP 870 precisa ser aprovada ainda essa semana, uma vez que tem seu prazo de validade no dia 3 de junho.

Nesse vai e vem do Coaf e nas negociações da MP 870 reside as disputas entre executivo e legislativo. O palavreado do presidente é de combate à velha política, mas vem negociando o órgão que fiscaliza transações financeiras graúdas a fim de manter a reestruturação ministerial. Ao mesmo tempo se silencia diante dos inúmeros escândalos envolvendo os depósitos de Flávio Bolsonaro e os milhões encontrados na conta do filho. Em meio a tudo isso, faz demagogia dizendo combater a "velha política".

Agora se utilizando do argumento do dia 26/05, o governo pode tentar arriscar perder a aprovação da MP 870 em troca de manter o Coaf com Moro. Amanhã (28/05) está marcada votação no Senado sobre a questão. Se aprovada, a Câmara terá até sexta-feira para aprovar ou rechaçar decisão do Senado. Lembrando que o Coaf foi o órgão responsável por identificar os escândalos envolvendo os 48 depósitos de R$ 2 mil cada na conta de Flávio Bolsonaro, bem como o depósito de R$ 100 mil em dinheiro na conta de Ronnie Lessa, PM suspeito de ter assassinado Marielle Franco e Anderson Gomes. Ainda que os atos do domingo não tenham sido tão massivos quanto outros atos da direita no passado recente, os senadores se apoiam nas manifestações para ir para cima contra a decisão da Câmara dos Deputados.

 
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