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ECOLOGIA
Fim de "estação ecológica" e desmatamento recorde na amazônia: A política ambiental de Bolsonaro
Redação

Intenção de decreto inconstitucional para acabar com área de preservação ambiental no RJ e mais de 7 mil campos de futebol desmatados em apenas 15 dias na amazônia. Bolsonaro age para beneficiar empresários e destruir importantes ecossistemas brasileiros.

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Enquanto avança sobre direitos históricos dos trabalhadores com reformas nefastas como a da Previdência, Bolsonaro vai colocando em prática objetivos menos centrais do ponto de vista do grande capital, mas que falam muito sobre as reais intenções deste governo: servir aos capitalistas custe o que custar, ainda que esse custo seja algumas das riquezas naturais mais valiosas do país.

Em apenas 5 meses de governo, Bolsonaro já coleciona recordes e absurdos contra a pauta ambiental que podem trazer consequências irreversíveis e incalculáveis para áreas protegidas, espécies ameaçadas e anos de pesquisas científicas. Tudo em nome de favorecer empresários do ramo extrativista, do turismo predatório e até do setor armamentista que aguarda com ansiedade o cumprimento da promessa de liberação da caça esportiva feita pelo presidente.

Um dos alvos prediletos do presidente tem sido a região da Estação Ecológica dos Tamoios, na baía de Angra dos Reis (RJ), área protegida há quase 30 anos para observação de impactos ambientais provenientes das usinas nucleares instaladas na região, com cerca de 29 ilhas e que abriga várias espécies ameaçadas de extinção que a usam como berçário, área de procriação e de alimentação para tantas outras. Tartarugas, Meros, Garoupas, Botos, Pinguins e cavalos-marinhos são algumas destas espécies que encontram na área protegida um refúgio no longo e cada vez mais degradado litoral brasileiro. Mas Bolsonaro parece não compadecer-se da situação de tal diversidade, o presidente chegou a afirmar que a região "Não está preservando nada!" e que pretende rever o status de "área de preservação" da região através de um decreto, o que seria inconstitucional, já que tal medida apenas poderia ser feita através da aprovação de uma nova lei.

Mesmo ocupando menos de 6% da área da baía de Angra dos Reis, a região é a preferida do presidente para que seja transformada numa "Cancún Brasileira", em referência à famosa região turística do México cheia de resorts de luxo e que, ao contrário do que parece saber o presidente, passa por diversas dificuldades no que diz respeito à preservação ambiental, registrando diminuição na população de espécies fundamentais como recifes de corais. A instalação de algo parecido nesta área protegida de Angra dos Reis só serviria para a sede de lucro de empresários do turismo. É o plano de governo de Bolsonaro: para o povo, trabalhar até morrer sem direitos. Para os ricos, cada vez mais privilégios como o de poder relaxar em hotéis de luxo num paraíso tropical.

Talvez a situação que melhor ilustre a situação de Bolsonaro com o meio ambiente seja o fato de que ele foi multado em 2012 por pescar justamente na área da Estação Ecológica dos Tamoios, multa essa que não apenas ele não pagou como também fez com que fosse revogada pela justiça e que gerou a demissão no começo de 2019, sem nenhuma explicação, do técnico do IBAMA que havia autuado o agora presidente.

Vistas grossas para as multas e recorde de desmatamento na Amazônia.

A aplicação de multas ambientais, aliás, parece ser um grande entrave para o país do ponto de vista de Bolsonaro. desde que assumiu, ele botou em prática seu plano para acabar com o que ele chama de "indústria das multas ambientais", onde, em nome de uma preservação "que não geraria nenhuma riqueza para o país", os empresários e agricultores seriam prejudicados. Tal visão fez com que o presidente acabasse com o "Departamento de Florestas e Combate ao Desmatamento", secretaria que funcionava dentro do Ministério do Meio Ambiente. O resultado disso? O Brasil desmatou 6.880 hectares de florestas apenas nos primeiros quinze dias do mês de Maio de 2019. quase a mesma quantidade da soma dos 9 meses anteriores; 19 hectares por hora; o equivalente a 7 mil campos de futebol.

Ao mesmo tempo, o número de multas aplicadas pelo IBAMA caiu 35%, evidenciando que se trata de um reflexo direto da política do atual governo. O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se esforça "negando as aparências, disfarçando as evidências" e culpa os atuais resultados como reflexos das políticas dos governos anteriores, já que a atual gestão ainda não teria tido tempo para nenhum resultado sobre o assunto.

O atual governo não faz o menor esforço para esconder sua predileção aos empresários. Desfazer ou passar por cima de todas as barreiras legais para entregar nossas vidas e nossas riquezas aos capitalistas, esse é o norte orientador de Bolsonaro, a total indiferença pela vida, seja ela humana ou não, e o obscurantismo em relação aos alertas científicos para a preservação do planeta são base importante da atuação do presidente.

 
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