Uma mulher de 22 anos, grávida e em situação de rua, se encontra internada há um mês na Santa Casa de Suzano – SP contra a sua vontade. Em agosto, através do pedido de uma promotora da Vara da Infância e da Juventude da Cidade, a Justiça determinou busca e apreensão da gestante para que se avaliassem as condições de saúde dela e do feto. Inclusive, se fosse preciso, o uso de força policial para leva-la até o hospital. Segundo a promotora, era preciso garantir o direito do nascituro, por isso, o pedido da tutela para a internação compulsória da gestante. Entretanto, a juíza decidiu que a gestante fosse apenas examinada pelos médicos.

Com a realização dos exames verificou-se que não havia necessidade de internação e que a gestante poderia prosseguir com atendimento ambulatorial. Apesar disso, e mesmo sem ordem judicial, essa mulher ainda se encontra internada e sob escolta de dois policiais. Ainda, segundo denúncia¹, a cirurgia cesariana está marcada pra hoje 11/09, sendo esse, mais um grave ataque contra os direitos das mulheres e sua autonomia na escolha do parto.

Semelhante ao caso de Adelir, que foi submetida a uma cesariana contra sua vontade em abril de 2014, o Estado brasileiro escancara mais uma vez o tratamento dado às mulheres pobres deste país. Não garante moradia, educação e saúde de qualidade, mas está presente quando o assunto é reprimir os direitos reprodutivos das mulheres. Parir não é caso de policia!

[1] https://www.facebook.com/anakeunecke/videos/990386114347321/?pnref=story