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REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Reforma de Bolsonaro vai cortar abono salarial de 20 milhões de trabalhadores em 5 estados
Redação

Bolsonaro quer acabar com o abono salárial dos trabalhadores de 5 estados do país, tirando um direito de 20 milhões de pessoas que recebem até dois salários mínimos por mês. A medida acaba com o direito em SP RJ, PR, SC e RS. Dessa forma, apenas quem recebe um salário mínimo (998,0) teria acesso ao direito de abono. Uma redução de 90% na área, para liberar mais verbas públicas para a "bolsa-banqueiro" que é a Dívida Pública brasileira.

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A reforma da previdência de Bolsonaro pretende mudar as regras do pagamento do abono salarial feita pelo estado. Hoje o benefício de um salario mínimo ao ano (R$ 998,0) é pago aos trabalhadores registrados que recebem até dois salários mínimos por mês (R$1,9 mil), ou seja, 24 milhões de brasileiros (mais da metade dos trabalhadores formais). Com as mudanças o benefício passaria a ser pago apenas para quem recebe um salario mínimo, o que significaria que apenas 2,6 milhões de pessoas teriam acesso ao benefício (uma redução de quase 90%). Em cinco estados do país o piso salarial é mais alto do que o nacional, ou seja, o benefício deixaria de existir em cinco estados – SP, RJ, PR, SC, RS.

Esse ponto da Reforma de Bolsonaro é mais um ataque brutal ao direito dos trabalhadores, principalmente das camadas mais precárias, afetadas pela perda do abono, mostrando o quanto é mentiroso o discurso das distintas alas do Governo sobre “acabar com privilégios”. A real intenção de cada ponto desta reforma é enxugar gastos públicos em direitos essenciais da classe trabalhadora, para poder pagar cada vez mais a Dívida Pública brasileira, enchendo o bolso de banqueiros com o dinheiro fruto do suor de trabalhadoras e trabalhadores do Brasil, garantindo o interesse dos capitalistas e do imperialismo norte-americano.

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Ironicamente Paulinho da Força, deputado e presidente do Solidariedade (partido da Força Sindical), se colocou contra o corte do benefício. A ironia vem do fato do burocrata sindical se colocar contra o corte pontualmente, mas deixando passar o restante da reforma da previdência e dos ataques, defendendo apenas uma “desitração” do texto de Bolsonaro, para tentar aprovar uma reforma menos dolorosa. Paulinho da Força, no 1° de Maio defendeu que qualquer força articulada nas ruas deveria ser usada para fortalecer acordos com o governo e a Câmara, para conseguir que a reforma seja aprova de forma “enxugada”. Uma perspectiva claramente traidora, que conta com o silêncio completo de centrais como CUT e CTB, que também estão em negociatas próprias com o Governo e com Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. As centrais sindicais dirigidas por PT, PCdoB, e também a reacionária Força Sindical, estão dispostas a negociar nossos direitos em nome de seus privilégios como burocratas sindicais. Tábata Amaral, filha da Fundação Lemann e seus interesses privatizantes, faz demagogia com a educação e defende a Reforma. Por sua vez, o PCdoB, que dirige a UNE com a UJS, apoiou Maia na Câmara. O PT, que está à frente da CUT, apoia a Reforma, com alteração em alguns "pontos" que mantêm seu objetivo de nos explorar até morrermos, como o aumento do tempo de contribuição e da idade mínima, com seus governadores no Nordeste à frente. Enquanto as centrais se pintam de luta e discursam contra os ataques, buscam separar o setor da Educação que paralisará nesse dia 15 do dia 14 de Junho, convocado como greve geral. Nosso futuro não está em negociação. Sem uma estratégia de independência política frente a todas as variantes da burguesia, é impossível derrotar os ataques do governo à educação e a Reforma da Previdência.

Não é pelas negociatas das centrais sindicais que vamos trilhar o caminho para derrotar a Reforma da Previdência de Bolsonaro. Este caminho é para nos levar a uma enorme traição, e por consequência uma derrota. Hoje, se enfrentar com a Reforma de Bolsonaro também passa por se enfrentar com a chantagem feita por ele por Weitraub, com os cortes nas universidades, e fortalecer a perspectiva de travarmos uma só luta: contra os cortes na educação e contra a reforma da previdência. Para isso, é preciso um programa que questione profundamente a resposta capitalista para a crise, a começar pelo não pagamento da dívida pública, a grande justificativa para a Reforma da previdência, uma dívida ilegal, ilegítima e fraudulenta.

Nesta quarta-feira teremos o 15M, um dia Nacional de luta pela Educação, que na última semana vem dando sinais de que terá uma importante demonstração das forças do movimento estudantil universitário, que realizou atos com milhares de pessoas e assembleias massivas em universidades ao redor de todo o país. A juventude entrou em cena, e começa a se mobilizar contra os cortes nas universidades, mas também contra a chantagem de Bolsonaro e Weitraub com a reforma da previdência, tentando dividir estudantes e trabalhadores. A construção de um forte 15M, que tenha como perspectiva travarmos uma só batalha, contra os cortes nas universidades e contra a Reforma da Previdência, é um passo fundamental para a vitória. E isso também passa por exigir das centrais sindicais que deixem de separar as duas lutas, e unifiquem o combate aos cortes com o combate à reforma, da mesma forma que passa por exigir da UNE e das direções do movimento estudantil uma coordenação nacional das lutas contra os cortes e a Reforma da Previdência, com representantes eleitos em assembleias de cada universidade, Instituto Federal e também escola mobilizados, fortalecendo a auto-organização e a democracia de base para que essa luta de fato se massifique.

Veja também: 15M: uma só luta contra os cortes de Bolsonaro e a Reforma da Previdência

 
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