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DÍVIDA PÚBLICA
Bolsonaro admite que corta da educação para dar dinheiro aos banqueiros via dívida pública
Redação

“É que não temos como pagar as dívidas que o Brasil tem, por isso esse contingenciamento”, disse o presidente. O governo pede sacrifícios, como cortes na educação e Reforma da Previdência, para seguir pagando a infinita, ilegal e fraudulenta dívida pública que rouba o país e enriquece um punhado de banqueiros e especuladores.

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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (8) que não cortou recursos da educação “por maldade”. O presidente justificou os cortes com a necessidade de pagar “uma dívida muito grande”, dizendo também que “o Brasil está em situação difícil quando se fala em economia, em dinheiro”. As afirmações foram feitas em videoconferência com crianças da comunidade quilombola Kalunga, em Cavalcante (GO).

Mas o que significa a prioridade em pagar esta “dívida muito grande”? Seguir destinando as riquezas produzidas pelos trabalhadores e os impostos pagos pela população para as mãos de um pequeno grupo de banqueiros e especuladores, em sua maioria estrangeiros. Hoje quase metade do orçamento do país já é usado no pagamento da dívida e dos juros decorrentes.

A dívida pública é o principal mecanismo de roubo das riquezas nacionais pelos países imperialistas, um mecanismo de submissão do país aos interesses dos EUA, ditados pelo FMI, e acatados “religiosamente” por todos governos brasileiros. Na época da colônia o Brasil também tinha uma dívida infinita com a Coroa Portuguesa e com a Inglaterra, tinha seu ouro roubado e pagava impostos extorsivos. Com a diferença de certo refinamento e justificação “técnica”, a dívida pública cumpre o mesmo papel hoje.

Leia também: Entenda por que não pagar a dívida pública em 8 pontos

Se em tempos de crescimento econômico foi possível pagar a dívida e conceder alguns poucos direitos e melhorias na vida da população, em tempos de crise se impõe com muito mais força a gravidade da situação. Nos governos de FHC já haviam sido gastos quase 2 trilhões em juros e amortização da dívida brasileira, no governo Lula destinamos mais de 3 trilhões e no governo Dilma mais de 5 trilhões aos bolsos dos capitalistas.

Agora, em crise econômica – que não mostra sinais de recuperação – Bolsonaro quer “cortar na carne” do povo pobre e trabalhador para seguir satisfazendo os desejos dos mais ricos da sociedade e acatar as ordens dos EUA e do FMI. Querem parar as pesquisas, desmontar as universidades, sucatear as escolas. Para pagar a dívida, dizem que é preciso trabalhar até morrer sem nunca se aposentar. Cada vez mais, será preciso passar fome e viver na pobreza em nome da dívida.

O governo Bolsonaro mente quando fala demagogicamente em “combater privilégios”, justificando a Reforma da Previdência. O mesmo governo que é valente contra os “privilégios” do trabalhador não se anima a cobrar das grandes empresas a dívida de mais de 450 bilhões, admitida por um documento do próprio Senado Federal. Anualmente, o país dá mais de 350 bilhões de isenções fiscais para grandes empresas, que deixam de pagar impostos no país, que já é dos que menos cobra impostos de ricos e grandes empresários. Além disso, nosso judiciário (golpista e autoritário) é o mais caro do mundo e o Congresso Nacional é o segundo mais caro.

Como dissemos, a dívida pública é uma das bases fundamentais da desigualdade e do roubo do país, como o próprio Bolsonaro admite. Por isso uma saída de fundo para a situação econômica deve passar por impor com a luta de classes o fim desse roubo das riquezas nacionais, o não pagamento da dívida pública, que será a batalha decisiva para saber quem irá pagar pela crise: se serão os trabalhadores e o povo pobre, como querem Bolsonaro, Paulo Guedes e o conjunto das forças burguesas, como o judiciário autoritário, os militares e a grande mídia; ou se serão os capitalistas, um punhado de parasitas que mandam nos seus políticos e juízes privilegiados para controlarem o país.

É unindo forças que poderemos derrotar os ataques de Bolsonaro, impor o não pagamento da dívida pública e a garantia de um projeto de universidade e de educação que estejam a serviço da classe trabalhadora, e não das grandes empresas. Nessa luta temos que batalhar pela revogação das medidas e ataques de Temer, como a PEC 55, a Reforma Trabalhista e a lei de Terceirização Irrestrita, junto a um plano de obras públicas e à redução da jornada de trabalho sem redução salarial, que enfrentem o desemprego.

Para o dia 15 deste mês a CNTE está chamando uma paralisação nacional da educação, e as centrais sindicais anunciaram uma greve geral no próximo dia 14 de Junho. Mais do que nunca, não podemos deixar os professores sozinhos. A CUT e a CTB precisam convocar assembleias e reuniões nos lugares de trabalho, por uma efetiva paralisação no próximo dia 15, unificando a luta contra a Reforma da Previdência à luta contra os ataques à educação. Não podemos permitir que os cortes na educação sejam usados como chantagem para aprovação da Reforma da Previdência.

A União Nacional dos Estudantes, que prepara seu Congresso neste ano e já adiou sua data para dias úteis em que jovens trabalhadores não poderão ser parte, precisa coordenar as medidas em centenas de universidades que já estão em luta para que o movimento estudantil entre em cena como potente aliado dos professores e dos trabalhadores de conjunto contra o governo Bolsonaro.

 
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