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TENTATIVA DE GOLPE NA VENEZUELA
Golpismo: o Grupo de Lima convocou para "continuar a luta contra Maduro"
Redação

Depois da nova tentativa de golpe na terça-feira, o grupo encorajou "o povo venezuelano a se perseverar na luta", embora descartassem apoiar uma intervenção militar.

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Em uma reunião que ocorreu nesta sexta-feira por mais de cinco horas na capital peruana, os ministros das Relações Exteriores e representantes dos 12 países que compõem o Grupo de Lima emitiram uma declaração na qual ratificaram sua luta contra o governo de Maduro, bem como o apoio às ações golpistas que vem realizando o presidente do Parlamento e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó.

Os países do grupo declararam que "encorajam o povo venezuelano a se perseverar na luta pela recuperação da democracia" e destacam "a bravura e o patriotismo dos membros das Forças Armadas que o apoiaram (a Guaidó) nesta etapa decisiva", em alusão à nova tentativa de golpe de Estado que protagonizou o deputado de direita do Voluntad Popular na terça-feira, 30 de abril.

Por outro lado, eles condenaram a repressão exercidas pelas "forças do regime ilegítimo e ditatorial Maduro voltou causou mortes e centenas de feridos e detenções", enquanto exigiu "o pleno respeito pela vida, a integridade e a liberdade" de todos os venezuelanos, de Guaidó e dos líderes das forças da oposição. Afirmações que carregam uma cota significativa de cinismo.

O Grupo de Lima é composto pelos governos da Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e representantes da oposição de direita venezuelana. Quase sem exceção, estes governos estão a impor planos de austeridade contra os povos do continente e reprimindo protestos sociais onde quer que ocorram.

Criado em agosto 2017, sob os auspícios do Governo de Donald Trump, o Grupo de Lima pretende exercer pressão de fora para isolar e enfraquecer o governo de Maduro. Desde então, tem funcionado como uma correia de transmissão para as políticas que emanam da Casa Branca.

Desta vez, o grupo também exortou "a Rússia, a Turquia e todos aqueles que ainda apoiam o regime ilegítimo" para favorecer um "processo de transição democrática" e anunciaram que decidiram "tomar as medidas necessárias para que Cuba para participe da busca pela solução da crise".

Após a leitura da Declaração, ministro das Relações Exteriores do Peru, Nestor Popolizio, reafirmou que o Grupo de Lima não apoia uma intervenção militar na Venezuela, mas impulsiona "todos os esforços de caráter político" para "isolar" o regime de Maduro.

"A posição do Grupo de Lima é o respeito permanente ao não aceitar qualquer intervenção militar para resolver a crise na Venezuela", disse ele após ser questionado sobre as declarações do secretário em exercício do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Patrick Shanahan, que assegurou que o Pentágono tem "uma vasta gama de possibilidades" sobre esta crise.

Ao mesmo tempo e na mesma linha, o ministro do Exterior do Chile, Roberto Ampuero, disse que "é necessário e importante que todos os democratas do mundo" somem esforços "para contribuir para uma solução pacífica" para a crise na Venezuela.

No comunicado, também se rechaça "a ameaça representada pela proteção de grupos terroristas pelo ilegítimo regime de Maduro que operam no território da Colômbia" assim como qualquer tentativa de "desestabilizar" ou atacar o presidente do país, o direitista Iván Duque

Em relação à crise humanitária, o texto convocou à ONU e a "a comunidade internacional" para "tomar medidas inequívocas de proteção" para mitigar as consequências desta situação e aumentar a sua cooperação para enfrentar o êxodo em massa dos venezuelanos. Outra declaração condenável vindo de governos que estão endossando o bloqueio imposto pelos Estados Unidos para o comércio da Venezuela com Cuba e o confisco de milhares de milhões de dólares da PDVSA que ordenaram Washington e que pertencem ao povo venezuelano.

A crise econômica e social desesperante que atravessa o país é em grande parte da responsabilidade do governo da Maduro, que apesar disso, que vem descarregando ao debacle da economia sobre o povo trabalhador, especialmente por meio de uma inflação brutal que come literalmente os salários, também com a remoção de direitos trabalhistas e permitindo demissões.

Como apontado pelo grupo de esquerda venezuelano Liga de Trabalhadores pelo Socialismo (LTS), longe de seus discursos "contra o imperialismo", o governo de Maduro, no entanto, não toma nenhuma medida real anti-imperialista e se limita a colocar-se por baixo da asa de potencias como a Rússia e a China, enquanto se defende do golpe com métodos burocrático-militar que também atingem ao povo, e só servem para fortalecer as forças armadas como o poder real e árbitro da situação."

Os ministros do Grupo Lima decidiram continuar em sessão permanente e celebrar seu próximo encontro na Cidade da Guatemala, em data ainda não anunciada, e propor ao Grupo Internacional de Contato, formado pela União Europeia (UE), doze países europeus e latinoamericanos, uma reunião urgente "com o propósito comum de alcançar o retorno à democracia na Venezuela".

 
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