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AGRONEGÓCIO
Bolsonaro quer legalizar assassinatos no campo: "a propriedade é sagrada", mas a vida não
Redação

Ontem (29), na maior feira do agronegócio da América Latina, Jair Bolsonaro prometeu impunidade a quem atirar em "invasores", ameaçando ainda mais a vida dos que participam dos movimentos sem terra e buscando agradar ruralistas e poderosos do agronegócio. Bolsonaro chegou a dizer que "a propriedade é sagrada e ponto", enquanto incentiva a violação da vida em nome do lucro.

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Jair Bolsonaro viajou para Ribeirão Preto (SP) para participar da cerimônia de abertura da Agrishow, feira internacional de agronegócio. Onde prometeu o "excludente de ilicitude" (ou seja: licença para matar impunemente) aos ruralistas que "protegessem suas propriedades".

Em um país que já mata dezenas de lutadores do campo todos os anos, Bolsonaro explicou que vai enviar ao Congresso Nacional um projeto que dará "excludente de ilicitude" para os proprietários rurais. É a versão rural da licença para matar que já consta nos planos de Bolsonaro e Moro para as forças de repressão, como no pacote "anticrime" de Sergio Moro.

Sobre isso declarou: “Vai dar o que falar, mas é uma maneira que nós temos de ajudar a combater a violência no campo é fazer com que, ao defender a sua propriedade privada ou a sua vida, o cidadão de bem entre no excludente de ilicitude. Ou seja, ele responde, mas não tem punição. É a forma que nós temos que proceder. Para que o outro lado, que desrespeita a lei, tema vocês, tema o cidadão de bem, e não o contrário”.

Uma grande mentira que Bolsonaro se preocupe com a propriedade do pequeno produtor, muitas vezes arruinado na competição com o latifúndio e com o encarecimento da vida. Os movimentos sem terra ocupam em sua maioria propriedades improdutivas que não cumprem sua função social e os movimentos indígenas defendem suas terras originárias das invasões do agronegócio. A violência é para servir aos poderes do latifúndio e dos ricos ruralistas do campo, não o pequeno ou o médio produtor. A licença para matar no campo tem os movimentos sociais como alvos óbvios, para minar a luta pela reforma agrária e pela demarcação das terras indígenas.

O atual presidente informou ainda que se reuniu com Rodrigo Maia (DEM) nesse final de semana e que o presidente da Câmara prometeu colocar em votação na próxima semana um projeto que permitirá que proprietários rurais tenham direito à posse de arma de fogo em todo o perímetro da propriedade. Se esse projeto for aprovado, o massacre aos indígenas e sem terra se intensificará muito mais.

Bolsonaro já tinha declarado no ano passado que “se eu assumir, índio não terá mais 1 centímetro de terra”, e já fez outras declarações absurdas e de ódio aos movimentos sem terra, dizendo aos "bandidos do MST" e "bandidos do MTST" que as ações destes grupos seriam "tipificadas como terrorismo".

Como parte do agrado aos ruralistas, além de ameaçar a vida dos que lutam pelos seus direitos no campo, também reafirmou seu ataque ao meio ambiente e às leis de proteção. Disse que orientou Ricardo Salles, seu ministro do Meio Ambiente, a fazer ’uma limpa’ no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgãos de fiscalização e preservação ambiental.

Dia 16 de abril, o ambientalista Adalberto Eberhard, pediu demissão do cargo de presidente do ICMBio por discordâncias com medidas de Ricardo Salles. Com a saída de Eberhard, outros três diretores do ICMBio também pediram demissão. Para ocupar estas vagas em aberto na direção do instituto, o ministro nomeou quatro militares.

Os latifundiários foram um dos principais setores que apoiaram Bolsonaro durante as eleições de 2018, pois Bolsonaro se mostra disposto a destruir reservas e órgãos importantes do meio ambiente em nome da propriedade privada e do lucro. Assim como pretende retirar todas as terras de indígenas para que sirva ao agronegócio.

A luta contra todos os ataques do governo Bolsonaro deve se ligar à luta contra a reforma da previdência, mobilizando já neste 1º de Maio a juventude e a classe trabalhadora também contra todos os ataques à educação, aos direitos trabalhistas, ao meio ambiente e reivindicando o direito à terra aos sem terra e a demarcação aos povos indígenas.

 
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