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VIOLÊNCIA POLICIAL
Polícia brasileira é a que mais mata! E eu com isso?
Lourival Aguiar Mahin
São Paulo
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Em seu último relatório, que saiu neste segunda-feira, 07 de setembro, a organização Anistia Internacional evidenciou o que qualquer cidadão comum morador das regiões periféricas do Brasil já sabia: a polícia brasileira é a que mais mata no mundo, sendo que entre os mortos, a maioria são pessoas que já se renderam, que já estão feridas e são mortas sem uma advertência que permitisse que o suspeito se entregasse.

Brasil e Estados Unidos são os destaques do levantamento. O Brasil aparece como o país que tem o maior número geral de homicídios no mundo inteiro. Só em 2012, foram 56 mil homicídios. No mês de agosto, a Anistia Internacional lançou o relatório "Você matou meu filho: Homicídios cometidos pela Polícia Militar na cidade do Rio de Janeiro", onde apresenta dados inéditos sobre a letalidade policial na cidade do Rio de Janeiro – onde a polícia responde por cerca de 16% do total dos homicídios nos últimos cinco anos.

A Anistia Internacional acompanhou 220 investigações sobre mortes causadas por policiais desde 2011. Em quatro anos, em apenas um caso, o policial chegou a ser formalmente acusado pela Justiça. Em 2015, desses 220 casos, 183 investigações ainda não tinham sido concluídas.Em 2014, 15,6% dos homicídios forem feitos por policiais. De acordo com o relatório da Anistia Internacional, os policiais atiram em pessoas que já se renderam, que já estão feridas e sem uma advertência que permitisse que o suspeito se entregue. O levantamento se concentrou na Zona Norte do Rio de Janeiro, que inclui a Favela de Acari.

Entre as vítimas da violência policial no Rio, entre 2010 e 2013, 99,5% eram homens. Quase 80% das vítimas eram negras e três em cada quatro, 75%, tinham idades entre 15 e 29 anos.

Este Estudo mostra dados assustadores, que chocariam qualquer pessoa. Porém , no Brasil vivemos em uma "normatização" dos assassinatos e da violência. Não nos chocamos mais ao saber que a vide de mais um jovem foi tirada pela polícia. Mas por quê? Redes de notícias sensacionalistas, como percebemos nas redes de televisão abertas, colaboram com este sentimento de inércia perante essas mortes, uma vez que lucram exatamente com a exaltação da violência policial ao patamar de "superiores a lei", com a venda das mortes e assassinatos como fitas rebobinadas, nas quais as vítimas não possuem nome, família, passado, são apenas mais um corpo estirado no chão. Um corpo que MERECIA estar lá, pois possuía antecedentes, por estar no "lugar errado", por ser suspeito, por ser pobre e desempregado, por ousar, com todas essas coisas contra ele, estar vivo!

Essas mortes tem que sair das estatísticas e tomarem as ruas, os meios de comunicação e as consciências de toda a população e da classe trabalhadora, que devem tomar para si a defesa, acima de tudo, da vida da camada mais pobre da sociedade, que sofre diariamente com a violência policial e perseguição racial perpetuada pela policia, aonde 80% dos mortos, não coincidentemente, são negros. Os números ofociais não contam ainda as histórias de desaparecimento dos nossos Amarildos, levados para "verificação" e nunca mais vistos ou das vítimas das chacinas policiais, como a do Cabula, em Salvador e do Munhoz, em Osasco, aonde a polícia finge dizer que não existe participação de seus membros nesses massacres.

Chega do assassinato dos nosso jovens, negros e pobres! Como aponta a própria Anistia Internacional: investigações independentes, punições em caso de abuso e regras mais rígidas sobre a atuação dos agentes da lei, estatutos que deixem claro quando o uso da força se justifica (que para mim não deve ser de julgamento da polícia, organização racista e homicida).

Contra a violência policial, nenhum passo atrás!

 
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