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ELEIÇÕES AMERICANAS
Se lançou Joe Biden, o homem do establishment Democrata para a eleição presidencial de 2020
Redação

O ex-vice-presidente de Obama, acusado de abuso e membro do partido Democrata, foi lançado na quinta-feira como candidato à presidência e concorrerá com Bernie Sanders.

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Joe Biden lançou na quinta-feira sua candidatura presidencial pelo Partido Democrata nas eleições de 2020. Ele vai competir com uma série de outros candidatos, dos quais o mais forte é Bernie Sanders, que até agora estava o primeiro nas urnas.

Embora ele queira dar uma imagem de "outsider" e "low profile", o ex-vice-presidente de Barack Obama é no momento o candidato do establishment Democrata, com uma história de disciplina partidária nas votações duras e várias denúncias de assédio, que vieram à tona nas últimas semanas.

"Os valores fundamentais desta nação... a nossa posição no mundo... a nossa democracia... tudo o que fez da América -America- está em jogo. É por isso que hoje estou anunciando minha candidatura para o presidente dos Estados Unidos" - escreveu Biden em sua conta no Twitter.

O tweet do ex-vice-presidente no governo do presidente Barack Obama (2009-2017) é acompanhado por um vídeo intitulado "Joe Biden para presidente: a América é uma ideia."

Com este anúncio, já existem 20 candidatos que confirmaram que vão lutar pela candidatura democrata para as eleições de 2020.

Biden foi envolvido em escândalo nas últimas semanas, quando vieram a luz alegações de quatro mulheres que disseram ter sido assediadas por ele em eventos públicos. A defesa de Biden foi, pode se dizer, pouco ortodoxa, sem pedir desculpas para os ocorridos, reconheceu que geralmente tem "contato físico" com pessoas diferentes.

Em uma declaração indefensável ele disse: "Ao longo da minha carreira eu sempre tentei estabelecer uma conexão humana (com pessoas), porque eu acho que é minha responsabilidade. Aperto mãos, abraço as pessoas, agarro homens e mulheres pelo ombro e lhes digo, ’ você pode obter isso’", e depois continuou a promessa de que a partir de agora seria mais "respeitoso" e levaria melhor em conta o "espaço pessoal" das pessoas.

No entanto, o maior problema para Biden será o de tentar aparecer como um "outsider" para competir contra Sanders, que até agora lidera as pesquisas. Enquanto Biden é um político que aparece como "atípico" aos olhos de muitos eleitores, e ele mesmo se dá esse perfil, a realidade é que é uma figura totalmente orgânica do Partido Democrata.

Para se ter uma ideia, em 2015, Biden se recusou a disputar as primárias para evitar competir contra a então candidata democrata, Hillary Clinton, que foi escolhida pelo establishment do partido.

Além disso, Biden presidiu o Comitê Judiciário do Senado em 1991, quando Anita Hill acusou de assédio sexual ao então nomeado como juiz da Suprema Corte, Clarence Thomas. Naquela época Biden fez Hill depor perante um painel composto exclusivamente por homens brancos, que terminou com a confirmação do juiz e da retirada da queixa de assédio.

Com a controvertida confirmação de outro nominado ao Supremo - Brett Kavanaugh - todavia recente, Biden pediu desculpas em março para gestão do caso de Hill, e lamentou "não ter encontrado uma maneira de dar-lhe a audiência que merecia" em seu comitê.

Além disso, o ex-senador foi acusado de contribuir, apoiando leis contra o crime violento e posse de drogas, para o sistemático sistema de encarceramento em massa dos afro-americanos e pobres nos EUA. Esta lei passada sob a presidência de Bill Clinton é a versão moderna da segregação racial. Ele também é criticado por ter apoiado em 1986 uma lei que abriu as portas para a venda de armas pelo correio e pela internet.

Em sua conta oficial no twitter, o renomado jornalista Glenn Greenwald publicou um vídeo de Biden em 1989, que questionou Bush pai por ser suave com o crime e drogas, onde exige mais e prisão de "traficantes e consumidores." Essa expressão de desejo se tornou efetiva com a lei Clinton de 1994.

Greenwald também mostra Biden atacando Bush por cortar a segurança na fronteira, dizendo que "precisamos de mais controles de fronteira e imigração para parar as drogas". Um discurso que hoje poderia facilmente ser de Trump.

Finalmente, como parte do establishment democrata, Biden votou a favor da guerra no Iraque, que terminou com centenas de milhares de mortos e milhões de desabrigados.

Como vice-presidente de Obama, ele foi cúmplice das deportações em massa de imigrantes e do uso indiscriminado de drones no assassinato de civis em missões secretas no Oriente Médio.

Embora sua apresentação formal tenha sido feita nesta quinta-feira, as pesquisas começaram a medir desde a semana passada e imediatamente atrás de Bernie Sanders, e acima do prefeito de South Bend (Indiana), Pete Buttigieg, Senador Kamala Harris e Beto O Rourke.

 
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