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Dez dias que abalaram o mundo, com o prólogo de Raúl Godoy
Redação

“A classe dos operários e a classe dos patrões não têm nada em comum”, já afirmava John Reed em sua obra “Dez dias que abalaram o mundo”, crônica disponível nas livrarias, publicada pela Ediciones IPS “Karl Marx” e que conta com palavras preliminares de Raúl Godoy. Por sua vez, nesta publicação conta-se com a arte dos ilustradores da Caja Roja (Caixa Vermelha), que ao longo do livro desenham os contornos da revolução, assim como eles se inspiraram depois da leitura deste apaixonante relato.

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No marco do centenário da primeira revolução que levou os trabalhadores ao poder em Outubro de 1917 na Rússia, as Ediciones IPS editam e publicam esta emocionante crônica, que foi para o escritor “um pedaço condensado da história dos dias em que os bolcheviques, à frente dos operários e soldados, conquistaram o poder do Estado na Rússia e o entregou aos Sovietes” (Prefácio de 1919).

Esta edição conta com palavras preliminares do dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS), deputado provincial neuquino pela Frente de Esquerda dos Trabalhadores (FIT, no espanhol) e operário da fábrica de ceramistas sem patrões FaSinPat, Raúl Godoy.

“Dez dias que abalaram o mundo chegou às minhas mãos aos 19 anos, quando saí de Neuquén a La Plata para estudar medicina. Sou filho de uma família operária, trabalhadores da fruta. Quando cheguei a La Plata alugamos uma casa com vários estudantes (...). Significou um dos primeiros contatos que tive com a esquerda revolucionária (...)”, conta Raúl Godoy.

E continua: “é um relato impressionante e, por sua vez, tem um rigor histórico certificado pelo próprio Lênin, que em toda a narrativa destes apaixonantes dias, aparece permanentemente dando batalhas fundamentais, ombro a ombro, dia atrás dia, hora atrás de hora, tecendo e se rearmando de forma impecável junto ao seu camarada Leon Trotsky. Quem lê esse relato preciso de John Reed, vê seu olhar atento, comprometido e imerso totalmente naqueles acontecimentos”.

E assim Godoy passa de seu primeiro contato ao texto para sua própria interpretação do relato: “O relato intenso de um jornalista militante que vai decifrando dia a dia e em todo o tempo os momentos mais dramáticos da revolução proletária em plena explosão. Cada página emociona, toca, angustia, libera e enche de vontade de se envolver e colaborar, ainda que seja carregando alguns dos milhões de panfletos que inundavam a Rússia revolucionária e revolucionada. Sou um desses operários que, cumprindo com os desejos de Lênin, leu este livro há muitos anos e vibrou com certa passagem dizendo que quando um operário vai a greve pela primeira vez, ele se sente diferente. Eleva-se por cima de sua máquina, de seu setor, de sua fábrica. Cruza as ruas com sua atenção firme e de peito aberto e levantado. Pensa coletivamente, se sente forte. Quando a greve transcende uma paralisação ordinária e se transforma em algo ativo, isto eleva as sensações. E se passar a se tratar de uma greve com piquetes e com ocupação de fábrica... E se essa greve com ocupação se transforma em tomada da propriedade privada capitalista... E se essa greve com ocupação se transforma em tomada da propriedade privada capitalista e passa a produzir e trabalhar com a comunidade... Sobre isto posso dar meu testemunho (...). O exemplo da cerâmica Zanon de Neuquén sob gestão operária, da qual sou parte, demonstrou a uma escala menor, a de uma fábrica, mas em uma forma profunda, as mudanças que podem acontecer na subjetividade dos trabalhadores quando estes se elevam sobre a rotina alienante que nos oferece o sistema capitalista e seus ritmos embrutecidos de exploração”.
Com simples palavras, Godoy cruza sua experiência como dirigente operário com algumas anedotas que John Reed cita: “Em Jarkov, trinta mil mineiros se organizaram e aprovaram o preâmbulo dos estatutos dos “Operários Industriais do Mundo”, que aclamava: “A classe dos operários e a classe dos patrões não têm nada em comum” (p. 69). “Expressão deste desejo é a ideia do controle operário, surgida de modo natural no ambiente de ruína econômica, originada pela política criminosa das classes dominantes” (p. 70). Um verdadeiro poema! Pode haver uma divisão mais artificial, antinatural e criminosa que em separar a vida de padecimentos da classe trabalhadora da política libertária?

Portanto, convidamos os jovens, trabalhadores e demais setores oprimidos que se aproximam da história da revolução mediante estas palavras de Lênin: “Que este livro seja lido por milhões de operários de todo o mundo (...). Estou absolutamente convencido de que esta história abrirá as portas para novas gerações, para que nossas lutas não sejam em vão. Cada pequena batalha tem que possuir como horizonte acontecimentos desta magnitude”.

 
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