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TERCEIRIZADOS
Terceirizados são os protagonistas nas greves do setor privado
Redação

Os trabalhadores terceirizados foram responsáveis por 70% das greves do setor privado em 2018 apontam dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

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Desde as mobilizações de 2013, os terceirizados têm ganhado protagonismo, numa mudança em relação ao ano passado, quando empregados da indústria do Sudeste, de forte tradição sindical, eram os principais atores dos movimentos grevistas. Em 2018, foram realizadas 1.453 greves no Brasil, ante 1.568 paralisações de 2017, segundo o "Balanço das greves de 2018" do Dieese, segundo dados disponibilizados ao Valor. Este foi o segundo ano seguido de retração no número de greves realizadas, após um pico de 2.114 em 2016.

Os principais fatores para essa queda são o desemprego e a diminuição da formalização, segundo Rodrigo Linhares, técnico de Dieese e responsável pelo levantamento. "O avanço do desemprego produz uma insegurança no trabalhador na hora de ponderar sobre fazer greve ou não. Com o mercado de trabalho aquecido, a decisão de paralisar atividades é mais fácil", afirmou.

Das greves de 2018, 791 foram realizadas na esfera pública, 655, na esfera privada, e 7 envolveram os setores público e privado conjuntamente. No setor privado, 459 greves foram realizadas por trabalhadores de categorias tipicamente terceirizadas (vigilância e limpeza), ou de empresas privadas concessionárias de serviços públicos (transporte coletivo e entidades privadas da saúde), representando 70% das mobilizações do setor privado e 32% do total de paralisações do ano.

Esse crescimento está diretamente relacionado à piora da situação econômica do país e também à precariedade a que estão sujeitos os trabalhadores terceirizados. "Uma empresa em dificuldades, antes de atrasar o salário dos próprios funcionários, prefere atrasar o pagamento à empresa terceirizada, considerada mais uma entre outros fornecedores", afirma técnico de Dieese .

Para Linhares, isso também acontece na contratação de empresas privadas como concessionárias de serviços públicos. "O Estado, antes de atrasar o pagamento dos servidores públicos, deixa de fazer os repasses definidos em contrato às empresas de vigilância privadas, ou às organizações sociais que atuam na saúde. Sem os repasses, as empresas deixam de pagar os salários. Num ambiente de dificuldades nas finanças públicas, esses trabalhadores são os primeiros atingidos."

Nos governos do PT a terceirização saltou de 4 milhões para 12,7 milhões de trabalhadores. Segundo estudo da própria CUT e do Dieese, esses 12,7 milhões de terceirizados representam (26,8%) do mercado de trabalho formal, recebiam, em dezembro de 2013, 24,7% a menos do que os que tinham contratos diretos (efetivos) com as empresas, trabalham três horas semanais a mais que os efetivos e estão mais suscetíveis a acidentes e morte no trabalho. De cada 10 acidentes de trabalho, no país, oito são com terceirizados.

Sabemos que a precarização tem rosto de mulher. Segundo o IBGE, uma mulher negra ganha aproximadamente o equivalente a 30% do salário de um homem branco, mesmo exercendo a mesma função. A precarização do trabalho e a terceirização possuem rosto de mulher negra, mulher pobre, mulher trabalhadora. A Terceirização ataca os direitos dos trabalhadores e gera as fontes da corrupção em escala industrial.

Precisamos encarar o fato de que a emancipação das mulheres negras não é possível dentro do capitalismo. É preciso se livrar daquelas amarras da escravidão assalariada e destruir esse sistema capitalista que necessita da opressão racista e machista para se perpetuar e manter a exploração dos trabalhadores para lucrarem cada vez mais.

 
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