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RIO DE JANEIRO
Com 80 tiros em carro, militares executam um pai no RJ. Não é engano, é racismo de Estado!
Redação

Na tarde do dia 07/04, às 14:30 de domingo, um carro com uma família negra foi fuzilado por militares do Exército, no bairro de Guadalupe, zona norte da cidade do Rio de Janeiro.

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Segundo os próprios, o carro teria sido alvejado com 80 tiros em resposta aos disparos que teriam partido do interior do veículo. Para "surpresa" dos mesmos, dentro do carro estavam: Evaldo Rosa dos Santos, 51, seu filho de apenas 7, sua sobrinha de 13, sua esposa e seu sogro. Ainda com esse cenário absurdo para tal alegação o Comando Militar do Leste, entidade militar responsável pela jurisdição dos militares que efetuaram os disparos disse em nota que os militares agiram sob "legítima defesa" a partir do "ataque advindo do veículo", fuzilado.

Com essa ação, os militares executaram Evaldo (trabalhador, músico e pai de família) e ainda feriram seu sogro. Os outros passageiros do carro felizmente nada sofreram. Uma pessoa que passava pelo local e tentou ajudar também foi alvejada e encontra-se hospitalizada.

Com o respaldo vindo do ministro superstar Sérgio Moro e seu ultra-reacionário "pacote anti-crime" que nada mais é do que um pacote da legitimação de mortes brutais como essa e do racismo institucional. Esse pacote pretende garantir impunidade aos agentes do estado que executem pessoas por "medo, surpresa ou violenta emoção".

"Medo e surpresa" também é o que alegaram os policiais que executaram os meninos de Costa Barros, executados com 111 tiros pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Polícia essa que sempre cumpriu seu papel de assassina da juventude e da população negra e pobre e que a cada ano bate seus recordes, como o número de assassinatos.

Essa legitimação também vem do discursos como o do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que diz que a "polícia tem que mirar na cabecinha pra matar", além de ter ido visitar o estado genocida de Israel, se encontrar com Netanyahu, para comprar drones para atirar dos ares nas periferias cariocas.

As entrevistas dadas pelo Delegado da Delegacia de Homicídios da capital à TV Globo nesta manhã (08/04) só reforçam a linha de que para o estado e seus braços armados, polícias e forças armadas, há pessoas que são passíveis de serem fuziladas com mais de 80 ou 111 tiros, o "detalhe" é que as vítimas são sempre negras. Segundo Leonardo Salgado, delegado da DH:

"Foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados, e tudo indica que os militares realmente confundiram o veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma [no carro]. Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares".

Para ele não estando uma "família de bem", então este veículo seria passível de fuzilamento? Sim, e ainda mais se depender do pacote anti-crime de Sérgio Moro.

Essa crescente bolsonarista racista e violenta que respalda esse tipo de execução vem ainda em meio ao turbilhão não solucionado da execução de Marielle Franco, que já completa mais de um ano sem resposta, e a casos que ocorreram ainda este ano no Rio de Janeiro, como o do menino Kauan de apenas 12 anos, além de vários outros exemplos nos últimos anos, como Maria Eduarda, Marcus Vinícius, e diversos outros.

Bolsonaro e seus asseclas, como o superministro Sergio Moro, vieram para dar carta branca para situações como essa e não há resposta por fora do combate ao estado assassino e racista burguês que sempre estará legitimando e dando impunidade ao policiais e militares em situações como estas, fortalecendo seus braços armados na pressão aos trabalhadores, responsáveis pelo extermínio da população preta e pobre no Brasil.

 
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