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CONTRA AS DEMISSÕES DA DONNELLEY
RR Donnelley, que demitiu cerca de mil trabalhadores, é acusada de direcionar licitações
Redação

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e a RR Donnelley, multinacional que teve um contrato anual de mais de 120 milhões por uma década e agora anunciou o fechamento das 3 fábricas brasileiras demitindo cerca de mil trabalhadores, são suspeitos de irregularidades que teriam favorecido a empresa a ser a única a imprimir o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) durante dez anos.

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De acordo com o Estadão a auditoria técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) indicou em 2018 que não houvesse “excesso de rigor” nas exigências da licitação permitindo então uma concorrência. Ou seja, se excluía a competição nos demais anos para que somente a RR Donnelley lucrasse.

No governo Lula a RR Donnelley foi contratada pela primeira vez pelo Inep, em 2009, quando a prova foi roubada e cancelada após denúncia. Logo em seguida houve apenas duas licitações nos anos de 2010 e 2016 - sendo ambas vencidas pela multinacional. Depois dos processos licitatórios, o Inep teve renovado por cinco anos os contratos, limite estabelecido por lei em casos de serviços continuados e em que há “preços e condições mais vantajosas para a administração”.

Por causa disso, o Enem seria impresso neste ano novamente pela RR Donnelley. Mas, para o TCU a renovação não se enquadra na lei. Entre as recomendações da auditoria estão que o Inep “se abstenha de renovar contrato”.

Segundo as denúncias, funcionários do Inep operaram o direcionamento da licitação a pedido de representantes da RR Donnelley. Também solicitou que o contrato não fosse mais prorrogado sem concorrência. O processo ainda não foi a julgamento.

Em meio a tudo isso, dia 31 de março a RR Donnelley foi à justiça solicitar a autofalência. Segundo a empresa “não há recursos sequer para custear as despesas correntes”, o que é um absurdo visto que a fábrica lucrou uma fortuna imprimindo as provas do Enem em cima do suor dos trabalhadores que hoje está demitindo, deixando cerca de mil famílias nas ruas.

Fecharam a fábrica sem o mínimo previsto por lei, que seria dar um aviso prévio. Essa situação ocorre pois a empresa está apoiada na "liberdade de violar as leis trabalhistas" que é cada vez maior no governo Bolsonaro, que fechou o Ministério do Trabalho e não vê a hora de aprovar a reforma da previdência para descontar a crise nos trabalhadores e vai aos EUA dizer a Trump que o Brasil está de portas abertas para os patrões. Além disso, a Donnelley chega ao absurdo de afirmar que é improvável o pagamento das verbas recisórias, o que escancara a violência cometida pela empresa com quase mil famílias. Usam de chantagem a aceitação do não pagamento das verbas para que os trabalhadores não organizem uma luta e desistam de defender seus empregos e direitos como as verbas rescisórias.

A empresa alega sua falência contraditoriamente em meio a diversos contratos rentáveis com a Shell, a Saraiva, Bradesco, Companhia das Letras, e 10 anos favorecidos recebendo centenas de milhões assegurados pelas impressões do ENEM, além das acusações de direcionar licitações para favorecer seu lucro. Que mostrem então as planilhas e livros de contas para provar!

Os trabalhadores que estão sendo demitidos demonstraram nos últimos dias que não vão aceitar esse ataque da empresa norte-americana. Fecharam a rodovia Anhanguera duas vezes e nessa sexta, 05, foram até o Consulado Americano questionar onde está o dinheiro da matriz, que está sendo mandado para os Estados Unidos.

Se os trabalhadores continuarem se mobilizando não precisam cair na chantagem da empresa, pois não têm nada a perder, e bem organizados têm força pra defender seus direitos. Podem continuar as manifestações, e fortalecer ainda mais a luta, propondo ao sindicato que busque medidas judiciais para fortalecer a mobilização, que faça uma campanha financeira de solidariedade aos trabalhadores demitidos para sustentar a luta, e que chame os trabalhadores das outras gráficas a também se mobilizarem em apoio.

 
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