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ARGÉLIA
Bouteflika renunciou ao cargo de presidente da Argélia após mobilizações massivas
Redação

Abdelaziz Bouteflika anunciou oficialmente nesta terça-feira ao presidente do Conselho Constitucional sua decisão de renunciar, segundo a agência oficial argelina APS. Após o anúncio, milhares de pessoas foram às praças e às ruas espontaneamente para comemorar.

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Abdelaziz Bouteflika anunciou oficialmente nesta terça-feira ao presidente do Conselho Constitucional sua decisão de renunciar, segundo a agência oficial argelina APS. Após o anúncio, milhares de pessoas foram às praças e às ruas espontaneamente para comemorar.

A decisão de Bouteflika veio logo depois que o chefe do Estado-Maior do Exército argelino, Ahmed Gaid Salah, pediu hoje a aplicação dos Artigos 7, 8 e 102 da Carta Magna, que permitem que o presidente seja deposto, o qual após o derrame cerebral de 2013 só pode se mover em uma cadeira de rodas e praticamente desapareceu da vida pública, a ponto de ser mencionado como o “presidente fantasma”.

No último domingo, Bouteflika retornou à Argélia depois de passar quinze dias em um hospital na Suíça, sem se saber qual era seu verdadeiro estado, e já na segunda-feira a Presidência havia adiantado que ele renunciaria antes de 28 de abril, quando seu mandato expirou legalmente.

O anúncio é fruto da grande crise política que abriu os protestos de centenas de milhares que todas as sextas-feiras, desde o final de fevereiro, são registradas na Argélia e exigem sua saída do poder. Além disso, as mobilizações estão rejeitando as manobras do regime para orquestrar uma saída “constitucional”.

Primeiro, o círculo interno do poder teve de ceder à alegação de que Bouteflika concorreria a uma nova reeleição, que seria seu quinto mandato. A medida incluiu o adiamento das eleições e a criação de um governo de transição liderado pelo ministro do Interior, Nouredin Bedaui, e pelo ex-ministro das Relações Exteriores, Ramtan Lamamara.

Mas as manifestações continuaram a crescer e rejeitaram a armadilha do regime. Na semana seguinte, com o país já sofrendo o embate dos protestos em sua economia, o antes discreto Gaïd Salah anunciou em discurso a suas tropas a aplicação do Artigo 102 e que deixaria a transição nas mãos do presidente do Senado, Abdelkader Bensalah, outra das afinidades com o chamado “clã do Bouteflika”.

A resposta da rua foi novamente enfática: na sexta-feira passada, centenas de milhares de argelinos se reuniram para dizer não ao Artigo 102 e exigir a queda do próprio Gaïd Salah. Ele, como um homem forte do país no comando do exército, parece tentar manter essa saída reacionária e disse que o novo executivo seria encabeçado por Nouredin Bedaui, enquanto Salah permaneceria como número dois do regime.

Resta saber se a manobra vai funcionar e se conseguirão estabilizar a situação ou se os protestos serão capazes de neutralizar essa nova tentativa de impor uma saída “ordenada” para manter o sistema de poder argelino intacto.

 
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