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USP: LETRAS
Repúdio a invasão de policiais fortemente armados na Letras USP
juventude Faísca USP

Nesta quinta-feira, durante as aulas do período da manhã, dezenas de policiais armados invadiram o prédio da faculdade de Letras da USP a procura de um estudante acusado de um crime grave, por ora sem confirmação e divulgação. Intimando estudantes, funcionários e professores, os policias carregando fuzis passaram de sala em sala, recolhendo listas de chamada e informações de estudantes.

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Na manhã desta quinta-feira, 28, cerca de vinte policiais civis da GARRA (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) invadiram o prédio da Faculdade Letras da Universidade de São Paulo armados com fuzis e revólveres buscando um estudante acusado de um crime grave, por ora sem confirmação e divulgação.
Independentemente da veracidade da acusação, é absurdo que dezenas de policiais entrem no prédio exibindo armas, intimando professores, funcionários e estudantes nas salas de aula e corredores, recolhendo listas de chamada e informações de estudantes, causando medo e pânico.

Frente à escalada repressiva não só do governo, mas principalmente do autoritarismo do judiciário nos últimos tempos, que promoveu o golpe institucional em 2016, que prendeu arbitrariamente o candidato com maior intenção de voto, Lula, em 2018 e que se apoia na operação Lava Jato para ditar os rumos do país, vemos neste ocorrido no prédio da Letras a demonstração de como querem tornar padrão esse método repressivo.

A força repressiva da polícia vem crescendo por conta dos interesses do judiciário, com tendência a se aprofundar, ainda mais agora com a proposta do “pacote anticrime” do ministro da Justiça Sergio Moro, ex-juíz “celebridade” da Lava Jato.
Ano passado o poder judiciário também invadiu universidades do país, reprimindo manifestações estudantis no período das eleições presidenciais. O que aconteceu nesta manhã no prédio da Letras da USP não está separado. Nem mesmo a diretoria da faculdade sabia sobre essa operação, a polícia ter escolhido fazer esta ação na Universidade e não na casa do acusado, colocando em risco estudantes, funcionários e professores, fazendo um espetáculo com armas e intimidações, demonstra como no fundo querem dar um recado, já que historicamente as universidades, ainda mais em faculdades como a Letras, são polo de resistência, questionamento e luta contra a repressão e autoritarismo estatal.

O centro acadêmico do curso de Letras (CAELL), dirigido hoje pela juventude do PT, Levante Popular da Juventude e estudantes independentes, deveria ser o primeiro a impulsionar algum espaço onde os estudantes possam debater essas questões, a entidade não pode se limitar a reproduzir a nota da diretoria sem chamar espaços onde os próprios estudantes possam discutir. Mais do que isso, os demais centros acadêmicos da FFLCH, alguns dirigidos pelo PSOL e PCB (como o CEUPES e o CAHIS), e o próprio DCE da USP também deveriam convocar espaços para que todos os estudantes possam debater o significado mais profundo dessa ação absurda, a invasão das universidades por policiais fortemente armados não pode ser algo naturalizado. Inclusive, em assembleia ocorrida na tarde desta quinta-feira, logo após o acontecimento na Letras, os funcionários da USP votaram sair com uma declaração de repúdio à ação policial.

Ano passado a juventude universitária estava na linha de frente dos questionamentos a Bolsonaro e do movimento #EleNão, uma ação como essa, no mesmo momento que essa extrema direita ultra reacionária se prepara para comemorar os 55 anos do golpe militar que perseguiu e assassinou milhares de pessoas, também é um recado ao conjunto dos estudantes, trabalhadores e professores da universidades de que, caso seja necessário, o governo poderá usar esses métodos cada vez mais repressivos e abusivos contra nossa organização. Ainda mais porque sabemos que a repressão está a serviço justamente da implementação do pacote de ajustes, da necessidade fundamental de se aprovar medidas tão impopulares como a reforma da previdência e o desmonte às universidades públicas, parte do conjunto dos ataques à educação. Por tudo isso, repudiamos fortemente essa ação e fazemos um chamado a todos os estudantes, professores e funcionários para que nos organizemos contra o avanço do autoritarismo judiciário e das forças repressivas, dentro e fora da universidade!

 
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