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BOLSONARO NOS EUA
Bolsonaro e Trump fecham acordo para Brasil atuar como braço americano na América Latina
Redação

Conforme já vínhamos apontando desde antes do encontro, a síntese da coletiva concedida por Donald Trump e Jair Bolsonaro é um papel de maior submissão do Brasil aos EUA e sua atuação como um pilar da ofensiva recolonizadora na América Latina.

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Na espécie de acordo divulgado no pronunciamento de ambos estão expressas pequenas concessões relegadas ao Brasil em troca do papel muito maior que o país pode cumprir como instrumento dos interesses imperialistas estadunidenses no continente.

Trump declarou que pretende designar o Brasil como um aliado fora da OTAN, chegando ao ponto de cogitar incorporar o país dentro da aliança militar que funciona como fantoche e garantidora dos interesses geopolíticos norte-americanos. O aceno é uma contrapartida ao apoio brasileiro na deposição do governo Maduro, outra questão que foi amplamente tratada pelos dois políticos reacionários, mas na qual parece não ter havido pleno acordo.

Entretanto, o presidente norte-americano apresentou como justificativas para a designação do Brasil a aliança outros temas também: “o terrorismo do crime transnacional e do tráfico de drogas, armas e pessoas", toda a agenda de segurança pública tão cara a Bolsonaro e seu ministro da Justiça Sérgio Moro que não só acompanhou o presidente, como fez uma série de reuniões com o FBI, a CIA para o aperfeiçoamento dos serviços de repressão e inteligência brasileiros.

Em relação a Venezuela Trump voltou a declarar que “todas as opções estão abertas”, ainda em uma declaração no Salão Oval, claramente colocando a alternativa de intervenção militar na mesa. Já Bolsonaro, que tem de lidar com o freio dos militares que já se posicionaram contrários a intervenção armada do Brasil no vizinho, preferiu uma resposta evasiva: “é preciso discutir isso”. As duas falas foram ditas ainda antes do pronunciamento oficial, quando os presidentes foram mais recuados sobre o assunto, apenas sinalizando o apoio comum a Juan Guaidó.

Após a coletiva, Bolsonaro deu uma entrevista em que se recusou a dar maiores detalhes da conversa com Trump sobre o tema, se limitou a dizer que priorizará a "diplomacia". Porém, um representante da área militar do governo, em blog, deixou em aberto a possibilidade de dar “apoio logístico” a uma eventual ação militar americana, mostrando disposição de alas do governo de aprofundar o capachismo em relação as intenções golpistas de Trump.

Outra concessão aparentemente acordada trata-se do apoio a entrada no Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que traria um "selo" de investimento atraindo o capital estrangeiro. Entretanto, como condição para entrar acordo seria necessária a adoção de uma série de medidas econômicas liberais, como o controle inflacionário e fiscal. Além disso, os acordos firmados entre os dois países foi sumamente unilateral. Enquanto Bolsonaro acordou abrir o mercado para quase 1 milhão de toneladas de trigo e carne de porco americanas em troca de nada mais que uma promessa dos EUA em “enviar uma equipe para checar as condições sanitárias da carne bovina brasileira”. Bolsonaro voltará ao Brasil nesta madrugada, após vestir a coleira de Trump e pendurar novos grilhões do imperialismo no Brasil, trabalhando para difundi-los sob todo o “patio traseiro” dos EUA.

 
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