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Ministra Damares Alves
Neste 8M, reacionária Damares propõe salvar as mulheres com o flores e cavalheirismo
Redação

A ministra lançou hoje, em pleno Dia Internacional das Mulheres, uma campanha supostamente contra a violência doméstica, que na verdade serve para seguir reproduzindo seus valores conservadores, dizendo que nós, mulheres, precisamos de flores e cavalheirismo.

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Na manhã desta sexta-feira, 8, em pleno Dia Internacional das Mulheres, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves deixa bem claro ao que veio ao anunciar uma campanha retrógrada que lida com a violência contra a mulher de maneira esdrúxula.

A ideia da campanha ironicamente chamada “Salve uma mulher” é treinar profissionais de beleza como manicures e cabeleireiros a identificar sinais de violência doméstica para orientar as mulheres a denunciarem o caso e desatarem a relação.

Enquanto muitas mulheres são hostilizadas por policiais no ato da denúncia e muitas outras acabam mortas por simplesmente procurar ajuda, a ministra acha eficiente se pautar em possíveis hematomas que fiquem evidentes para que a justiça acabe por fim lidando com o caso da mesma forma que essas denúncias já são tratadas atualmente: com mais demonstração de machismo e violência.

Em discurso feito esta manhã, a ministra declara indiretamente que as mulheres são fisicamente mais frágeis, e por isso precisam de flores e cavalheirismo, dizendo ainda que o segundo passo da campanha é ir para as escolas, a fim de ensinar esses valores, de cavalheirismo, aos meninos.

As mulheres não precisam de flores nem hoje nem no restante do ano, o que precisamos é ter direito aos nossos próprios corpos com a legalização do aborto para que seja seguro e gratuito, pois milhares de mulheres pobres e principalmente negras seguem morrendo vítimas de aborto clandestino, e aquelas que optam ou são obrigadas a levar a gestação até o fim sofrem com a violência obstétrica que vai desde tapa na cara em pleno trabalho de parto até o criminoso "ponto do marido".

Fica mais evidente a contradição desta campanha quando percebemos que o mesmo governo que a financia também segue aprofundando os efeitos da Reforma Trabalhista, reforma que permite que mulheres grávidas continuem trabalhando até mesmo em locais insalubres, além do projeto político da reforma da previdência, que vai fazer as mulheres trabalhadoras nunca poder se aposentar.

Damares, Bolsonaro e toda sua corja precisam saber que o que salva mulheres é não ter que trabalhar até morrer, é não ter que trabalhar grávida ou amamentando em locais de trabalho insalubres, é ter pleno direito ao corpo, podendo decidir por aborto legal, seguro e gratuito e por partos humanizados que são se deem as pressas nem sob violência, é poder se libertar dos padrões estéticos que levam nossas economias e muitas vezes nossas vidas em procedimentos cirúrgicos de beleza enquanto a indústria da moda segue lucrando.

Enquanto Damares faz demagogia, mulheres saem às ruas no dia de hoje tanto no Brasil quanto no resto do mundo para lutar contra a opressão patriarcal e a exploração capitalista, são as mulheres na linha de frente dos processos de luta, se colocando como sujeito do próprio corpo e da política que podem nos salvar de fato, é a luta contra os ataques do governo Bolsonaro e contra a submissão ao imperialismo de Trump que pode por um fim no machismo ao qual somos submetidas diariamente.

 
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