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8 de março
Trabalhadoras da USP contra Bolsonaro e a Reforma da Previdência
Redação

Reproduzimos o Boletim da Secretaria de Mulheres do Sintusp para o 8 de março, dia internacional de luta das mulheres.

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MULHERES DA USP CONTRA BOLSONARO E A REFORMA DA PREVIDÊNCIA!

O dia internacional da mulher é uma data histórica que marca a luta das mulheres por melhores condições de trabalho e de vida e por igualdade de direitos civis em relação aos homens. O percurso dessas lutas foi marcado por greves, piquetes, manifestações de rua e enfrentamento aberto contra o patriarcado e o sistema que ainda o sustenta, o capitalismo.

Esse 8 de março de 2019 acontece em meio a ascensão de um governo extremamente machista e anti-trabalhadores, que consolida o golpe de 2016, que estava a serviço de fazer ataques ainda mais profundos que o governo do PT já vinha fazendo à classe trabalhadora. Com a articulação do judiciário, que atuou como árbitro manipulador das eleições, a vitória de Bolsonaro está a serviço de aplicar ataques profundos aos trabalhadores e para isso é preciso derrotar as mulheres em toda sua potencialidade de luta e organização.

Desde antes da eleição, Jair Bolsonaro já destilava seu ódio contra as mulheres, negros e LGBTs. Apologia ao estupro, defesa de salários menores às mulheres “porque engravidam”, além de Bolsonaro considerar as filhas mulheres fruto de uma “fraquejada”. Seu governo e aliados declararam guerra as mulheres. Primeiro impedindo que tenham direito ao próprio corpo, mas chegando ao cúmulo de tentarem trazer à tona um projeto que proíbe a venda de contraceptivos e desarquivando a PEC da Vida (PEC 29) que propõe definir a inviolabilidade da vida desde a concepção, o que proibiria o aborto em todos os casos já permitido até mesmo em caso de estupro.

Damares Alves, a Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, declarou logo que empossada o início de uma “nova era” de meninos de azul e meninas de rosa. Seu discurso profundamente machista e homofóbico, visa atacar o que a direita chama de “ideologia de gênero” que nada mais é que a repressão da discussão sobre sexualidade em nome de um ideologia conservadora nos costumes, que quer disciplinar os corpos da juventude e das mulheres ao mesmo tempo que mantém as divisões de trabalho, a desigualdade salarial e a violência machista. Permeadas por fake news, atrasos e com o objetivo claro de derrotar o movimento de mulheres, esses ataques estão coordenados com o grande objetivo de aprovar uma reforma da previdência onde trabalharemos até morrer com quase nenhum direito.

Sobre as mulheres recai o jugo da dupla jornada. Um trabalho essencial, o cuidado da casa, comida, roupas e filhos, do qual depende todo o funcionamento da sociedade capitalista, mas que não recebe nenhuma remuneração a mais. Em média uma mulher chega a trabalhar 21 horas a mais por semana só com o cuidado da casa e dos filhos. Soma-se a jornada de 40 horas (44 horas se for como as trabalhadoras terceirizadas), horas extras ou banco de horas (como é na USP), e a jornada semanal ultrapassa facilmente às 60 horas. Ainda devemos considerar que é um trabalho que muitas vezes a mulher começa na adolescência, muito antes dos 16 anos, e vai exercê-lo até o final da vida. Sem nenhum salário ou direito! Os patrões lucram sobre um trabalho fundamentalmente feminino, pois sem ele não há operários nas fábricas prontos para o trabalho, nas empresas, nas ruas. Ignorando toda essa carga de trabalho gratuito que pesa sobre as mulheres, o governo Bolsonaro aumenta idade mínima para aposentar.

É um ataque sem precedente aos trabalhadores que já entregam a maior parte de suas vidas aos patrões e um ataque ainda maior sobre as mulheres trabalhadoras!

Além da dupla jornada, as mulheres também estão sujeitas aos trabalhos mais precários, com assédios moral e sexual constantes, e salários menores que os homens. Em média uma mulher ganha 30% a menos que um homem. As mulheres negras chegam a ganhar 60% menos que um homem branco. Basta ver na USP, onde o trabalho terceirizado que ganha muito menos que o de um efetivo é exercido majoritariamente por mulheres negras. E Bolsonaro e os patrões acham que trabalhar mais e ganhar menos ainda é pouco, é preciso trabalhar até morrer!

Por isso, neste 8 de março também gritamos por IGUALDADE SALARIAL JÁ! E direitos iguais entre efetivos e terceirizados, entre homens e mulheres, entre brancos e negros!

Não apenas nosso trabalho vale menos, mas nossos corpos também. Só no primeiro mês do governo de Bolsonaro foram mais de 200 feminicídios. Essa cruel estatística, é a mostra que mesmo o direito mais elementar, que é o direito a vida, não pode ser garantido por um sistema que visa nos explorar e oprimir em todos os aspectos da vida.

A morte da vereadora do PSOL, Marielle Franco, junto com o motorista Anderson Gomes, é exemplar em mostrar como a vida das mulheres, sobretudo as mulheres negras e lésbicas valem menos. Há quase um ano de sua morte, ainda fica a pergunta: QUEM MATOU MARIELLE? As investigações apontam como responsáveis as milícias comandadas pela PM que contam com o apoio de bandidos e políticos de influência, como Flávio Bolsonaro. Nos fios que cruzam o mistério sobre a morte de Marielle se enroscam desde o Senador filho do Presidente até o governador do Rio, que em campanha rasgou a placa em homenagem à jovem vereadora. No entanto nenhum suspeito preso ou julgado, nenhuma justiça feita por Marielle. Por isso, gritamos: O Estado é responsável!

Na USP sabemos que nossa luta se conecta em todos os sentidos com a luta das mulheres Brasil afora. Assédios sexual e moral constantes, direito a maternidade limitado, creches fechadas e trabalho terceirizado e precário com maioria de mulheres negras é a realidade da maior universidade do Brasil. A excelência da USP é construída sobre o machismo institucional que afeta estudantes, funcionárias e professoras cotidianamente. Por isso esse 8 de março também é pela reabertura da creche oeste, por mais contratações, contra o assédio moral e sexual e pelo fim da terceirização com efetivação de todas e todos os trabalhadores terceirizados.

Vamos marchar nesse dia 8 de março também dentro da USP para que escutem nosso grito!

Participe!

Programação:

8/3 Panfletagem unificada na USP, concentração no bandejão central às 12h

8/3 Ato geral, concentração no MASP às 17h

15/03 No Sintusp a partir das 17h30 - 1 ano sem resposta: Quem mandou matar Marielle?
Roda de Samba das minas, uma homenagem à Marielle

 
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