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ANDREA D’ATRI PELA EUROPA
Cerca de 2000 pessoas nas palestras de Andrea d’Atri na Europa
Redação

Andrea D’Atri, socialista e feminista da Argentina, fundadora do grupo de mulheres Pão e Rosas, realizou uma viagem europeia com debates e rodas de conversa em Roma, Munique, Madrid, Barcelona, Burdeaux, Toulouse, Paris e Berlin que atraíram a 2.000 pessoas.

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Andrea D’Atri é fundadora do grupo de mulheres Pão e Rosas e dirigente do PTS na Frente de Esquerda da Argentina, além de autora do livro "Pão e Rosas”, sobre gênero e classe no capitalismo e do curso" Feminismo e socialismo” realizado por mais de 6000 pessoas em 2018. Nos últimos 15 anos houve edições do seu livro em espanhol, português, italiano e, mais recentemente, em alemão e francês.

Durante as últimas semanas, ela fez uma turnê internacional através de vários países da Europa em que ele apresentou seu livro recentemente traduzido em diferentes idiomas. Ela participou de palestras e reuniões onde discutiu com mulheres trabalhadoras, jovens, estudantes, imigrantes e intelectuais feministas a atual situação do movimento de mulheres e a ascensão da extrema-direita, a greve feminista da 8M, o desafio de construir um feminismo anticapitalista, anti-racista e anticapitalista e classista.

Sua primeira atividade foi em Roma, onde discutiu com companheiros do FIR-La Voce Delle Lotte, do sindicato SiCoba e de movimentos sociais. O debate aconteceu num prédio ocupado por movimentos de luta pela moradia, chamado Viale delle Provincie. Lá, discutiu os resultados da crise de 2008, como o recente ascenso da extrema direita e o papel que o movimento de mulheres deve ter para enfrenta-la, além de recentes movimentos da luta de classes internacional, como os Coletes Amarelos.

Após a Itália, seguiu para a Alemanha, onde participou de um debate em Munique num salão cheio de gente. Junto a ela também participou Narges Nassimi, fundadoraa do Pão e Rosas na Alemanha, que falou sobre a última greve de mulheres que ocorreu na Alemanha, em 1994 e como muitas das demandas que as mulheres reivindicava continuam atuais. Andrea também reivindicou a necessidade do movimento de mulheres se unir ao movimento operário e como na Argentina, a partir do movimento de mulheres se faz a exigência para que os sindicatos façam assembleias para organizar a luta contra a opressão e a exploração e para organizar a greve do 8 de março. Também se debateu as diferentes vertentes do movimento de mulheres e a necessidade construir um feminismo socialista, com uma perspectiva revolucionária.

Não queremos que algumas mulheres se tornem exploradoras. Queremos derrubar o sistema de exploração

A próxima parada foi em Madrid, na Facultad de Filosofía y Letras de la UAM, onde também encontrou uma sala cheia. A atividade contou com a participação de Lucia Nistal, dirigente do Pão e Rosas na Espanha.

Andrea D’Atri começou seu discurso fazendo um “tour” histórico sobre a relação entre o patriarcado – que possui milhares de anos atrás - e o sistema capitalista. Ela ressaltou que o capitalismo, um sistema baseado na exploração de milhares de milhões de pessoas e o desenvolvimento das desigualdades monstruosas, preservou as relações patriarcais de opressão das mulheres para maximizar a exploração.

Em particular, explicou a partir da teoria marxista do valor-trabalho a relação do capitalismo entre o trabalho não remunerado das mulheres em casa, necessária para a reprodução da força de trabalho, e no âmbito da produção capitalista. "O Capital precisa da reprodução da força de trabalho para a extração de mais-valia, mas a maioria das tarefas que permitem a reprodução é feita no campo das famílias como trabalho não remunerado e não reconhecidos como tal, e cai principalmente sobre as mulheres ".

D’Atri analisou a grave contradição que o neoliberalismo representou para milhões de mulheres em todo o mundo: a conquista de novos direitos e "uma maior igualdade perante a lei", enquanto aprofunda para a maioria a "desigualdade ante a vida". Com o aumento da precaridade laboral, a pobreza, o aumento da violência e a incerteza sobre o futuro.

Frente às propostas do feminismo liberal, falou:

Vamos lutar para incluir mais mulheres nos cargos de gestão das empresas para que possam explorar outras pessoas, ou vamos lutar para acabar com este sistema que é baseado na exploração de milhões de seres humanos no mundo, onde as mulheres sofrem as piores consequências?

Um outro ponto discutido foi a importância da massiva greve de mulheres que ocorreu no 8 de março do ano passado e como estão ocorrendo encontros estaduais para a organização esse ano.

Ainda em Madrid, participou de um debate junto com a advogada e ativista cigana Pastora Filigrana e antropóloga e jornalista Nuria Alabao sobre o ascenso da extrema-direita, que na Espanha, através do partido Vox, teve uma eleição significativa na Andaluzia. O debate foi aberto por Josefina Martínez, em nome do Pão e Rosas e da Corriente Revolucionaria de Trabajadores y Trabajadoras (CRT) (Partido irmão do MRT na Espanha) e também lotou a sala.

Ver debate completo: Andrea D’Atri: “Una sociedad liberada de las cadenas de la explotación y opresión, no es un deseo, es una imperiosa necesidad”

Em Barcelona participou de duas atividades. A primeira foi num encontro de mulheres, que reuniu mais de 100 mulheres. Além dela, também participaram importantes trabalhadoras que foram referências em lutas protagonizadas por trabalhadores mulheres, como o movimento de trabalhadora de hóteis denominado Las Kellys, as contratadas da empresa telefônica Movistar que protagonizaram a “revolta das escadas” e Luisi, referente e protagonista da grande greve de 8 meses da Panrico.

Discutindo como as mulheres foram linha de frente em muitos processos de luta, afirmou:

As trabalhadoras podem ser dirigentes de sua classe diante da crise capitalista

A segunda atividade foi na Aula Magna da Facultad de Geografía e Historia de la Universitat de Barcelona, reunindo mais de 170 pessoas. Participou também aMaría Jesús Izquierdo, professora de teoria sociológica na Universidad Autónoma de Barcelona e María Rovira, referente do movimento anti-monarquia.

Sua passagem pela Espanha ocorreu um pouco antes do julgamentos dos ativistas independentistas catalãs presos, ao qual prestou solidariedade.

Atividade em Bordeaux

Depois da Espanha, foi para França, onde participou de atividades em Bordeaux, Tolouse e Paris.

Atividade em Tolouse

Ver também: Fotos do debate de Tolouse

Nos debates de Bordeaux e Tolouse houveram cerca de 200 pessoas em cada atividade, em quanto em Paris cerca de 350 pessoas assistiram. Discutiu-se muito sobre o movimento dos Coletes Amarelos, onde as mulheres estão tendo um protagonismo importante. Outro ponto da discussão foi a greve de 45 dias da Onet, uma empresa de limpeza em que grande parte de seus trabalhadores são mulheres.

Não é coincidência que o movimento das mulheres está assumindo os métodos de luta da classe trabalhadora, da greve, porque hoje, pela primeira vez na história, quase 50% da classe trabalhadora é composta de mulheres. Esta separação, que foi estabelecida entre os direitos democráticos que afetam as mulheres e as questões econômicas que afetam a classe trabalhadora, tem cada vez menos significado - acrescentou D’Atri.

Atividade em Paris

Para terminar sua estadia na Europa, D’Atri participou de um debate em Berlin que reuniu cerca de 100 pessoas.

 
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