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8 DE MARÇO
Por comissões de metroviárias contra a Reforma na Previdência, Bolsonaro, Trump e por Marielle
Larissa Ribeiro
Metroviária de SP e e militante do Mov. Nossa Classe e Pão e Rosas

Fazemos um chamado às mulheres metroviárias e a todas as jovens e mulheres trabalhadoras para que se organizem junto ao Pão e Rosas para construir um 8 de março em que as mulheres possam se colocar na linha de frente da luta contra Trump e Bolsonaro, justiça por Marielle, contra a reforma da previdência, pelo direito ao aborto legal seguro e gratuito, contra a violência às mulheres e o projeto Escola sem Partido!

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Estamos diante de um governo de extrema direita, herdeiro direto do golpe institucional de 2016. Bolsonaro venceu as eleições mais manipuladas da história pelo judiciário de Moro, com um discurso misógino, que tem como grande inspiração Donald Trump e que promete continuar garantindo os lucros dos capitalistas, subordinando ainda mais o país ao capital internacional e ao imperialismo norte-americano. Seu governo é apoiado pela bancada da bíblia que quer avançar ainda mais contra o direito ao aborto, num país onde mais de 1 milhão de mulheres morrem vítimas de complicações por abortos clandestinos. Bolsonaro é inimigo das mulheres, LGBTs e dos negros.

Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas, nos posicionamos desde o princípio contra o golpe institucional. Defendemos a liberdade de Lula, preso arbitrariamente pelo judiciário golpista que impediu que a população tivesse o direito de decidir em quem votar, mesmo sem ter dado nenhum apoio político ao PT, já que não compartilhamos de sua estratégia de conciliação de classes meramente eleitoral.

Bolsonaro é rodeado de figuras das mais reacionárias e contra nossos direitos, como a ministra Damares Alves que diz que as mulheres devem ficar em casa e que “meninos vestem azul e meninas vestem rosa”. Ou como Rodrigo Maia, que é contra o aborto e o casamento igualitário, presidia a câmara dos deputados quando foi aprovada a reforma trabalhista de Temer e que acaba de ser reeleito com o apoio do PC do B de Manuela D’Ávila do PDT de Ciro Gomes. “Todo mundo consegue trabalhar até os 80 anos”, disse Maia recentemente. É com ele que Bolsonaro conta para aprovar a reforma da previdência.

Com a reforma trabalhista aprovada pelo golpista Temer, mulheres gestantes e lactantes serão submetidas trabalharem em locais insalubres. E estarão mais sujeitas ao assédio moral no trabalho ao terem que “negociar” seus direitos frente à chantagem e ameaças do patrão. E agora, Bolsonaro confirma que é a continuidade violenta dos ataques de Temer, apresentando uma reforma da previdência que aumenta a idade mínima de aposentadoria das mulheres para 62 anos. Ou seja, as mulheres que já cumprem a dupla e até tripla jornada de trabalho, fora e depois dentro de casa, com a criação dos filhos e todos os afazeres domésticos, terão que trabalhar ainda mais.

Ao mesmo tempo, vemos o PT defendendo que devemos nos concentrar nas pautas econômicas e deixar de lado as pautas morais com o argumento de que não passam de uma “cortina de fumaça”. Nós do Pão e Rosas não concordamos com essa ideia e entendemos que num país onde a classe trabalhadora é majoritariamente feminina e negra, nossas pautas devem ser tomadas pelo conjunto dos trabalhadores, homens e mulheres, não podendo haver essa separação entre nossas demandas e os ataques econômicos. Todos fazem parte da mesma engrenagem de retirada de direitos.

As professoras municipais, desde o ano passado, estão dando um grande exemplo de luta contra o SampaPrev, a reforma da previdência para os servidores da cidade de São Paulo. E iniciaram esse ano letivo em greve junto aos demais servidores municipais pela revogação desse projeto, com as mulheres na linha de frente se enfrentando com a repressão policial, a intransigência dos governos e com a burocracia sindical. As professoras mostram o caminho na luta contra a reforma da previdência de Bolsonaro!

No metrô de São Paulo, usuárias, jovens aprendizes e cidadãs, efetivas e terceirizadas, enfrentamos diariamente os reflexos de uma sociedade machista. São inúmeros casos de assédios sofridos por usuárias do transporte público cada dia mais precário e também no nosso local de trabalho. A empresa, por sua vez, se cala diante desses casos, fazendo campanhas visuais demagógicas que não resolvem o problema de fundo, enquanto seguem com os planos de privatização, precarização e ataques aos nossos direitos.

Ficou famoso o caso de Eduardo Maggi, Assessor Executivo da empresa do Metrô, que passou a ser investigado por ter sido flagrado tirando fotos por baixo da saia de uma usuária. Além de não punir de maneira alguma, a empresa ainda o PROMOVEU a Gerente de Empreendimento da Linha 2 - Verde. “Caiu pra cima”, como costumamos dizer.

Além disso, nós das bancada eleita dos funcionários nas CIPAs das linhas 1, 2 e 3, seguimos numa queda de braço com a empresa pela criação da subcomissão de proteção e saúde da mulher. É um absurdo que a empresa siga negando essa subcomissão frente à realidade que vivemos, ainda mais em uma categoria majoritariamente masculina. Fruto dessa negativa é o mais recente caso gravíssimo de assédio que um supervisor cometeu contra uma trabalhadora terceirizada. Mesmo assim, a empresa não só segue negando a criação da subcomissão, como está agora impondo o plano de trabalho sem nem ao menos colocar para votação!
Repudiamos essa ingerência da empresa nas CIPAs. Isso mostra como a companhia não está comprometida com a saúde e segurança das mulheres e que não tomará medidas que respondam às nossas demandas.

Por isso, achamos que é muito importante as mulheres estarem organizadas em seus locais de trabalho. Levamos para a última reunião unificada das bancadas dos eleitos das CIPAs a proposta da criação de comissões de mulheres por linha para fortalecer a nossa organização de base. Para exigirmos nossas demandas no metrô, todos os nossos direitos democráticos e lutar contra os ataques dos governos.
Nós, do Pão e Rosas, nos inspiramos na força que as mulheres mostram ter ao redor do mundo. Nas argentinas do Ni una a Menos, nas que marcharam contra Trump, nas indianas e nas que vestem os coletes amarelos na França. Inspiramos-nos nas jovens que ocuparam escolas aqui no Brasil, que protagonizaram a primavera feminista e o #EleNão. Apoiamos-nos nesses movimentos que, se aliados à classe trabalhadora, possuem a energia capaz colocar abaixo o patriarcado sustentado pela superexploração capitalista.

O 8 de março que se aproxima será o primeiro grande ato político no governo Bolsonaro. Essa marcha acontecerá às vésperas do dia 14 de março, um ano do assassinato de Marielle Franco e Anderson, que permanece impune e escancara a ferida aberta do golpe institucional.

Fazemos um chamado às mulheres metroviárias e a todas as jovens e mulheres trabalhadoras para que se organizem junto ao Pão e Rosas para construir um 8 de março em que as mulheres possam se colocar na linha de frente da luta contra Trump e Bolsonaro, justiça por Marielle, contra a reforma da previdência, pelo direito ao aborto legal seguro e gratuito, contra a violência às mulheres e o projeto Escola sem Partido!

 
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