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MORTES DE TRABALHADORES
Usiminas anuncia lucro recorde, enquanto esconde morte de trabalhadores
Redação

A siderúrgica é denunciada por trabalhadores, sindicato e MPT por ocultar acidentes de trabalho e morte decorrente de acidente em suas plantas. Além disso, há frequentes denúncias de moradores sobre a poluição e contaminação de lençol freático na cidade de Ipatinga.

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Há poucos dias a siderúrgica Usiminas anunciou lucro líquido de R$ 829 milhões, uma variação positiva de 163% em relação ao ano anterior, quando obteve um lucro líquido de R$ 315 milhões.

Ainda assim,a Usiminas é denunciada por trabalhadores, sindicato e MPT por ocultar acidentes de trabalho e morte decorrente de acidente em suas plantas. Além disso, há frequentes denúncias de moradores sobre a poluição e contaminação de lençol freático na cidade de Ipatinga.

A Usiminas é uma das maiores siderúrgicas nacionais e emprega cerca de 13 mil trabalhadores na cidade de Ipatinga, dos quais pelo menos 6 mil são trabalhadores terceirizados, e como um dos maiores empregadores a empresa tem grande influência na região. Mas essa influência é utilizada apenas para manter os altos lucros mesmo que isso signifique riscos à vida de milhares de pessoas.

Em agosto do ano passado, a explosão de um gasômetro na planta da siderúrgica foi responsável pelo ferimento de 34 pessoas e provocou um tremor que chegou a 1,86 na escala Richter, deixando em pânico os 250 mil habitantes da cidade, além de quebrar as vidraças da Câmara Municipal e de prédios e lojas ao redor. A explosão ocorreu dois dias após a morte de um trabalhador terceirizado que estava realizando a manutenção de um equipamento e inalou gases tóxicos.

Em 2018 pelo menos quatro acidentes graves foram registrados na Usiminas. Além dos citados acima, ainda em agosto um eletricista se acidentou enquanto fazia a manutenção programada na área de sinterização e teve um dos membros amputados. Em outubro, três funcionários sofreram queimaduras por vapor d’agua enquanto faziam manutenção na área de aciaria onde o ferro-gusa é convertido em aço. Em dezembro do ano passado, também ocorreu um incêndio em um equipamento na área da coqueria, esse sem vítimas diretas, mas que ficava a 300 metros da prefeitura, da câmara municipal e de um dos maiores supermercados da cidade.

O histórico de acidentes registrados já é suficiente para mostrar as condições perigosas a que estão expostos os trabalhadores em seu dia a dia e que também oferecem riscos à população da cidade, mas o que é revoltante é que para manter a “boa imagem” da empresa a Usiminas é denunciada por omitir os acidentes de trabalho que ocorrem em suas dependências. Segundo o procurador do Ministério Público do Trabalho, Adolfo Jacob, “A imprensa não publica nada, e a Usiminas só se manifesta depois que o inquérito é formalmente instaurado. Por força de lei, a usina deveria informar todo e qualquer acidente. Não é o que acontece”.

E não para por aí, a Usiminas também foi responsável pela poluição de lençol freático no bairro de Vila Ipanema, com substâncias como benzeno e naftaleno, altamente cancerígenas e a comunidade foi proibida de consumir a água de poços artesianos há mais de dez anos. Segundo depoimento de uma moradora “A Usiminas veio aqui e disse de um dia para o outro que teríamos de lacrar nosso poço. Para compensar o prejuízo, ela paga nossas contas de água”.

Há também a possibilidade de poluição do ar. Em 2010, a Usiminas foi obrigada por um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público mineiro a instalar quatro painéis eletrônicos em diferentes pontos do município, no entanto entre a população há muitas dúvidas sobre a efetividade das medições e não há um relatório que ateste a qualidade do ar e ausência de poluição.

Assim como no recente caso da Vale em Brumadinho o denominador comum dos acidentes de trabalho e mortes de trabalhadores e da população é a ganância de um punhado de capitalistas que colocam nossa vida em risco para que possam lucrar. Temos que lutar pela estatização da Usiminas sob controle dos trabalhadores e da população para que não existam mais casos como os citados aqui e os demais que sequer temos conhecimento.

 
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