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RJ: EDUCAÇÃO
Governo Witzel deixa 20 mil alunos sem matrícula. A culpa também é sua, Pedro Fernandes
Luiz Henrique
Professor da rede estadual em Resende, RJ

O sistemático fechamento de turmas, turnos e até mesmo de escolas, somado ao nefasto sistema de gestão integrada da educação, que sob o pretexto de “informatizar os processos” busca retirar da comunidade escolar qualquer autonomia sobre o controle do processo educativo, finalmente mostra seu resultado: o secretário de educação do estado, Pedro Fernandes do PDT, em uma tentativa pífia de se descolar desta crise, admitiu que 20 mil alunos ficarão sem acesso à educação escolar. Demagogicamente o secretário culpa as administrações anteriores, enquanto mantém as mesmas práticas que levaram a essa crise.

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A infame política de “otimização” da rede estadual no Rio de Janeiro segue a ideia propagada pelo banco mundial de que o problema da educação nos países subdesenvolvidos seria uma baixa proporção na relação aluno x professor, ou seja, haveriam poucos alunos para cada professor, contrariando qualquer evidência pedagógica de que isto diminuiria a qualidade do ensino! Mas de fato o governo PMDB seguiu a risca esta receita, e para aumentar esta relação, entre 2010 e 2017 fechou 231 escolas, de acordo com dados do INEP, com uma redução impressionante de 95 mil vagas neste período, além de seguir uma política de fechamento de turmas que apenas em 2017 fechou turmas em 150 escolas. Para coroar este desmonte, em 2017 a SEEDUC baixou uma resolução que propunha o estudo para a otimização (leia-se “fechamento”) de escolas que estivessem em um raio de 3km de outra escola, além de diversas portarias aumentando o número de alunos por turma, para que as escolas remanescentes absorvessem uma parte destes alunos, sem que o governo precisasse aumentar proporcionalmente o gasto na escola.

Pedro Fernandes, o atual secretário de educação do governo Witzel, e ex-candidato a governador pelo PDT, não apenas manteve este sistema de fechamento de escolas, com de fato endossa a política ultrarreacionária do atual governador de militarização das escolas. Enquanto a retórica da burocracia estatal nas reuniões para alocação de professores com tempos excedentes nas regionais da SEEDUC é de que “as constantes greves afastaram os alunos”, a realidade é que o fechamento de escolas nas zonas rurais, o fim da matrícula no balcão da escola (agora centralizada no sistema online), estabeleceram barreiras que só fazem aumentar a evasão escolar no Rio de Janeiro. Soma-se tudo isso ao possível retorno das avaliações externas, que haviam sido derrotadas pelo movimento de ocupação de escolas em 2016, para entender que Pedro Fernandes está a frente de uma continuidade ainda mais agressiva dos ataques a educação promovido pelos governos anteriores.

O Rio de Janeiro está se tornando a ponta de lança nos ataques a educação e a única forma de enfrentar esta realidade não é através de manobras parlamentares, mas sim através da força de luta da classe trabalhadora. É preciso romper a paralisia sindical e exigir das centrais sindicais, CUT e CTB, e também do SEPE, assembleias para que os trabalhadores possam construir um plano de luta que contemple não apenas as pautas da educação no Rio de Janeiro, mas também os ataques a classe trabalhadora de conjunto no âmbito federal, como a reforma da previdência e as privatizações, afim de deter a escalada de da extrema direita representada no governo Bolsonaro, que quer fazer os trabalhadores pagarem pela crise.

 
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