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CHACINA NO FALLET
Chacina do Fallet: o projeto de Moro, Witzel e Bolsonaro para a juventude negra
Redação

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que já prometia desde suas primeiras declarações que em seu governo “a polícia vai mirar na cabecinha e... fogo”, já tem como saldo de gestão a maior chacina policial do estado em 12 anos.

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Imagem: Reprodução Youtube/ The Intercept / DCM

Os Batalhões de Operações Especiais (BOPE) e do Choque (BPChq) da Polícia Militar subiram os morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro e dos Prazeres, em Santa Teresa e no Catumbi, no Centro da cidade, na última sexta-feira (08), assassinaram 13 jovens entre 15 e 22 anos e deixaram dois feridos em estado grave.

Um vídeo mostra a sequencia de tiros dentro de uma viela, depois corpos empilhados em viatura policial, e a casa de uma moradora lavada em sangue. Evidencias bárbaras de um tipo de crime praticado cotidianamente pelo Estado nas periferias e favelas do Rio e do país, com o agravante de agora serem orgulhosamente comemorados por políticos bolsonaristas, como o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL), que ficou famoso por quebrar placa em homenagem à Marielle Franco e mais que legitimadas pelo governador Witzel e o presidente Bolsonaro. Veja o vídeo feito pelo The Intercept:

Como se as evidências não bastassem, dezenas de moradores denunciam à imprensa e também à ouvidoria da Defensoria Pública, que já admite que ”há fortes indícios de fuzilamento” o que ouviram na manhã da chacina, frases como “Perdi, perdi, não faz isso!”, “Tenho família, perdi, não me mata!”

A dona de casa Tatiana de Carvalho de 38 anos, em entrevista ao Brasil de Fato, explica que o filho Felipe Guilherme Antunes, 21 anos, foi torturado e morto a facadas, sem nenhuma perfuração de tiro. “Você vê pela marca do chão como puxaram pra dizer que ele subiu a escada correndo e caiu ali. Tá dando que eles entraram com meu filho no Souza Aguiar vivo, mas é mentira. Ainda por cima quebraram membros, o pescoço dele, crânio fraturado. Como teve troca de tiros do jeito que meu filho tá? Eles estão inventando coisas sem lógica. Vieram na intenção de matar”, disse.

Rodrigo Amorim (PSL), que além de comemorar a chacina vai propor a Alerj uma moção de homenagem ao que ele chama de “atuação heroica da polícia” demonstra uma característica que parece comum entre os bolsonaristas, usar o espaço no parlamento para homenagear criminosos, sejam assassinos fardados ou milicianos condenados, como o fez Flávio Bolsonaro.

Witzel se apoia na base bolsonarista e no novo pacote de Moro para atacar com muito mais força a população pobre e negra no Rio. A chacina do Fallet mostra que hoje a polícia já pratica ilegalmente o que o Estado pretende legitimar oficialmente a partir de mudanças que propõe Moro em seu pacote.

A lei em vigor atualmente define legítima defesa como situação em que a pessoa, "usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem". O pacote de Moro propõe reduzir a pena até pela metade ou deixar de aplicá-la se a legítima defesa "decorrer de escusável medo, surpresa ou violenta emoção”. Impunidade garantida para a polícia e um verdadeiro convite para muitas chacinas como esta.

É preciso enfrentar os governos de ultradireita de Bolsonaro e Witzel. Para isso é necessário que as centrais sindicais, que organizam um amplo setor de trabalhadores rompam com a atual passividade, assumindo suas responsabilidades de direção do movimento político e sindical, e assim articulem um plano sério capaz de conectar o combate aos ataques econômicos que virão, com a luta por direitos humanos elementares que defendam a vida da juventude pobre e negra nas cidades. Esse plano de luta passa por barrar em primeiro lugar o novo pacote de atrocidades de Moro, mas avançar para acabar com os chamados autos de resistência, e também os tribunais militares em que eles mesmos se julgam e garantem sua própria impunidade.

 
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