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CRISE NA VENEZUELA
Brasil se une às provocações imperialistas na Venezuela com a máscara de “ajuda humanitária”
La Izquierda Diario Venezuela

Em um novo episódio de investida imperialista na Venezuela e do avanço golpista, o governo do Brasil aceitou instalar um “centro de apoio” para “ajuda humanitária” no estado fronteiriço de Roraima, que se somará ao existente em Cúcuta, Colômbia.

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Em um novo episódio da investida imperialista na Venezuela e do avanço golpista, o governo do Brasil aceitou instalar um “centro de apoio” para “ajuda humanitária” no estado fronteiriço de Roraima, que se somará ao existente em Cúcuta, Colômbia. O acordo foi anunciado depois de uma reunião em Brasília entre o representante de Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo, Maria Belandria, a “representante” designada pelo autoproclamado presidente Juan Guaidó, e por Lester Toledo, que detém o cargo de “coordenador de ajuda humanitária.”

Toledo declarou que “há dezenas de países na região, do grupo de Lima e da Europa, que já estão às ordens para trazerem as primeiras toneladas de ajuda, insumos médicos, alimentos”. O plano da oposição de direita venezuelana é aumentar a pressão sobre os militares que guardam a fronteira acumulando comida e medicamentos nestes centros de apoio para forçar que desobedeçam Maduro. Assim, aproveitam-se do sofrimento do povo trabalhador venezuelano causado pelo regime de Maduro para avançarem em uma ofensiva golpista que apenas irá aprofundar a crise atual. Desde o primeiro momento o fantoche de Washington, Juan Guaidó, apontou que os militares, o pilar fundamental de Maduro no poder, romperam com ele e passaram à política do golpismo, mas até agora não houve efeito.

Com um cinismo extremo a “representante” de Guaidó, Belandria, disse em coletiva de imprensa no Ministério das Relações Exteriores do Brasil que os suprimentos não serão fornecidos apenas pelos Estados Unidos, mas também por empresas e instituições brasileiras. Como se os Estados Unidos não fossem responsáveis por golpes de estado em toda a região, como se as instituições brasileiras não estivessem manchadas com o golpe institucional que derrubou Dilma Rousseff e continua agora com o ultradireitista Bolsonaro. Mais ainda, os Estados Unidos acabaram de decretar um embargo de petróleo e bloquearam o envio de recursos da empresa Citgo, subsidiária da estatal PDVSA, na busca de um colapso econômico maior e que apenas irá aumentar as dificuldades que o povo da Venezuela já sofre.

As cargas envidas para Cúcuta pelos Estados Unidos como “ajuda humanitária” estão sendo organizadas pela USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), uma instituição que tem sido historicamente utilizada como fachada para operações secretas da CIA. Os Estados Unidos estão longe de alguma preocupação pelo padecimento do povo, e tal política deve ser lida como uma provocação não só política, mas também militar, diante de um Maduro cada vez mais debilitado pela enorme crise econômica e social do país.

Guaidó chegou ao descaramento de reconhecer neste domingo que existe “a possibilidade de um enfrentamento entre venezuelanos” na fronteira com a questão da “ajuda humanitária”. Pelo visto, para este personagem, as vidas humanas não interessam minimamente, sabendo a situação tensa que se abre com uma política provocativa vinda dos Estados Unidos.

É com o mesmo humor que age o membro da Vontade Popular, Lester Toledo, que afirmou que a “ajuda” “será acompanhada por pessoas”, “por venezuelanos que desejam a chagada da ajuda e da liberdade” e que seriam acompanhadas, segundo ele, pelos “soldados da pátria”, consciente das consequências trágicas da situação levantada. Tudo vale ao propósito miserável de quebrar o aparato militar e que estes deem um golpe de Estado em Maduro.

Lembremo-nos do que Guaidó fez há alguns dias, com uma renovada submissão aos EUA, chegou a pedir a intervenção militar estrangeira com a fachada de “ajuda humanitária”, afirmando com tom de exortação que “faz parte da comunidade internacional, e de atores como Colômbia, Brasil e EUA definir se em um cenário em que se prolongue a crise e a ajuda humanitária termine sendo inefetiva ou insuficiente, adotarão uma posição de tolerância frente aos fatos”.

Trump e a oposição da direita usam vergonhosamente os grandes padecimentos que o povo sofre como resultado das políticas antipopulares de Maduro e o saque dos empresários nacionais e internacionais via dívida externa e outros mecanismos perversos. Para eles as calamidades neste drama social são apenas base de manobras para seus objetivos políticos.

Mas essa cruzada imperialista tem sido facilitada pelo próprio governo de Maduro. Mais de cinco anos de uma catástrofe inclemente que só vem aumentando e não tem sinais de parar. As políticas oficiais não têm feito mais que aprofundá-la, gerando escassez de alimento e potencializando uma hiperinflação que já supera os dois milhões por cento anual. Inclusive, para se manter no poder, o governo tem tomado medidas tão impopulares como pagar uma fraudulenta dívida externa enquanto o povo passa fome. Uma clara opção de favorecer credores internacionais.

Esta oposição de direita se apoia sobre este descontentamento, com o suporte da direita continental e do imperialismo ianque, para forçar a saída de Maduro e uma troca de regime, contudo prometem mais entrega ao capital estrangeiro e mais miséria para os trabalhadores e o povo pobre. Há de se enfrentar resolutamente o plano imperialista em curso e toda a ofensiva golpista. Ter esta política não implica em absoluto o mínimo apoio a Maduro, muito pelo contrário.

Maduro continua sustentando-se por um aparato militar que só se importa com uma sobrevida política de uma burocracia estatal e parasita que aumenta os mecanismos repressivos contra o povo. Não há nada de bom no horizonte para os trabalhadores das mãos do imperialismo ou das mãos de Maduro.

Enfrentando a ofensiva imperialista e todo o plano da direita golpista e lutando por um plano operário de emergência é que os trabalhadores poderão dar respostas aos seus padecimentos em meio à grande catástrofe econômica e social que reina no país; assim poderá haver uma saída progressiva. No calor dessa luta os trabalhadores poderão ir forjando organismos próprios na luta por um governo dos trabalhadores e do povo pobre.

 
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