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GOVERN
Ernesto Araujo tem Trump como ídolo e um pai que ajudou nazistas e a ditadura
Redação

O pai do atual ministro das relações exteriores tem um grande legado a inspirar o reacionarismo do filho: garantiu impunidade a um dos maiores assassinos do nazismo e ajudou na impunidade dos militares na ditadura.

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Ernesto Araujo e o pai no detalhe, montagem da agência Brasil

Ernesto Araujo, ministro de relações exteriores de Bolsonaro é a cara da reação. Não somente pelas ultrarreacionárias ideias que vomita em seu blog e agora nas TVs e até mesmo no Diário Oficial da União mas porque o reacionarismo corre no legado da família e na parentela ampliada.

Em matéria de reacionarismo Ernesto Araujo parecia até o dia de hoje como não tendo concorrência no plano nacional que não fosse a ultra-reacionária Damares Alves. Perante ambos, Bolsonaro e Mourão parecem até sanguinários (ou elogiadores de sanguinários) relativamente civilizados. Até surgir informação sobre o pai de Araujo, aí ele encontrou um legado, uma competição a fazer jus ao esterco que emana de suas falas.

Os elogios de Ernesto Araujo à necessidade de uma “nova cruzada”, suas críticas à revolução francesa, ao “marxismo cultural” e aos direitos reprodutivos das mulheres beiravam o abismo do terraplanismo. Um reacionarismo à serviço de melhor servir aos interesses americanos, como argumentado aqui. Reportagem de hoje feita pela Folha de São Paulo mostra como Ernesto, um defensor da família em todo sua acepção patriarcal e reacionária é digno do nome que carrega.

Seu pai, Procurador Geral da República (PGR) designado pelo ditador Geisel, ajudou na lei da anistia que garantiu impunidade aos assassinos, torturadores e seus beneficiários civis da ditadura. O pai do chanceler não parou por aí em reacionarismo, ajudou na escandalosa impunidade a um dos maiores genocidas que a humanidade já viu, o nazista Gustav Wagner, o segundo no comando do campo de Sobibor, onde aos menos 260mil judeus, prisioneiros soviéticos e ciganos tiveram suas vidas arrancadas pela inalação de monóxido de carbono.
Na PGR o pai do ministro atuou contra a extradição de Wagner alegando a prescrição do crime de assassinato passados mais de 30 anos da ocorrência de ter contribuído na morte de mais de 200mil pessoas.

Eis o legado que Araujo honra quando tanto fala de família.

Essa impunidade aos militares e aos nazistas foi garantida por primos distantes. Os Thompson Flores são primos (distantes?) dos Araujo, como faz questão de lembrar um ativo membro “lava jato” da OAB-RS em postagens do primo no Itamaraty.

Comentário de primo de Araujo em artigo do blog do ministro

Carlos Thompson Flores Neto, pai do atual desembargador e presidente do TRF-4 (Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz) que foi peça crucial na prisão arbitrária de Lula foi ministro do STF, foi designado ao STF pelo ditador Costa e Silva e presidia o Supremo quando este garantiu que o nazista Wagner vivesse em paz e impune no Brasil, seguindo a orientação do PGR Henrique Araujo, pai de Ernesto e tio do primo de ilustre sobrenome que comenta postagens do ministro.

O Esquerda Diário buscou mas não conseguiu encontrar – até o momento – qual irmã ou irmão do pai de Araujo casou com um(a) Thompson Flores nestes anos de valiosos serviços prestados à ditadura e impunidade nazista e qual grau de parentesco tem o atual ministro do Itamaraty com o desembargador do TRF-4.

A família Thompson Flores, mais ainda do que a de Araujo, com muitas ramificações, tem extenso currículo de reacionarismo. De coronel responsável pelo assassinato de Antônio Conselheiro em Canudos, a barão e prefeito de Porto Alegre no Império, passando pelo prefeito biônico (não eleito) da capital gaúcha Telmo Thompson Flores, e em outra ramificação pelo empresário Sérgio Thompson Flores, ex-diplomata (será que conhecido do primo Ernesto?) famoso pelo brutal espancamento da atriz Global Cristiane Machado.

Quando o chanceler Ernesto Araujo fala em “um nacionalismo saudável” que expressava o nazismo "antes de sua deturpação", ou quando fala que um dos grandes legados de Trump nesta cruzada para recuperar o ocidente, além da defesa da ideia de pátria seria colocar “a família no centro da vida e não o governo ou a burocracia” (Trump e o Ocidente, pg 328, para ler o artigo clique aqui), hoje tornou-se mais compreensível o que ele queria dizer.

Para melhor servir aos interesses imperialistas, Ernesto Araujo não poupa reacionarismo. Só em ideias que já eram reacionárias séculos atrás ele encontra justificativa para instaurar uma ideologia que seja funcional a suas ações de entregar tudo que cheire a brasileiro para os EUA. Para Araujo, talvez, esse reacionarismo seja como uma segunda natureza e venha de casa. Venha dos serviços prestados pelo papai a Geisel, ao nazismo. Talvez esteja aí a chave interpretativa para decifrar o que ele quer dizer quando lista o que é mais sagrado a se preservar: a família patriarcal, a propriedade privada, a “nação” e o poder dos impérios e um Deus para justificar tudo isso. Um Deus vivo que atende hoje pelo nome de um bilionário loiro, Donald Trump, e tem como braço auxiliar na hagiologia de Araujo um reacionário cujo segundo nome é Messias.

Para melhor garantir a impunidade dos militares com a lei de Anistia, o PGR Henrique Araujo, garantiu impunidade a um assassino nazista, pois não fazia sentido extraditar e julgar um nazista por crimes de lesa-humanidade e deixar impunes os daqui, ou valia para ambos ou para ninguém. Um reacionarismo justifica (e exige) o outro. A missão de seu filho em auxiliar Trump a "salvar o ocidente" também exige múltiplos reacionarismos no plano dos "costumes" e da soberania.

 
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