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REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Em meio a incertezas, retorno próximo de Bolsonaro deve acelerar agenda da reforma da previdência
Redação
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O sempre oportunista e atual governador de São Paulo, João Doria, atuou nessa segunda-feira, 11, de modo a acalmar expectativas e incertezas que podem ganhar força no mercado, com o prolongamento da ausência de Bolsonaro no comando do governo, devido a seu tratamento médico. Doria disse que a proposta de reforma da previdência deve ser enviada ao congresso na semana que vem, após Bolsonaro se reunir com seu ministro da economia, Paulo Guedes, na próxima sexta-feira, 15. Logo em seguida, Dória diz que isso é uma avaliação sua, não de Bolsonaro (!).

Além da ausência de Bolsonaro há duas semanas, também contribui para relativa insegurança sobre o tema algumas indefinições sobre a proposta a ser apresentada. Enquanto Paulo Guedes defende a igualdade de idade entre homens e mulheres, 65 anos, Bolsonaro se coloca a favor de menos tempo para as mulheres. Postura bastante oportuna para quem já é amplamente conhecido por declarações abertamente machistas. Em recente entrevista ao Financial Times, aliás, Guedes defendeu Bolsonaro, dizendo que ele não é um “bicho papão extremista”.

O super ministro Paulo Guedes está bastante ativo no ataque aos direitos sociais e no que depender dele será ainda maior do que a própria reforma da previdência. Recentemente ele pediu a técnicos que preparem uma proposta de PEC para desvincular totalmente as receitas da União, o que havia anunciado em seu discurso de posse como possível “Plano B”, para o caso de uma não aprovação da reforma. Com isso, todos os gastos com saúde, educação e seguridade social, por exemplo, passariam a ser determinados exclusivamente em função do jogo político, dessa degenerada política brasileira, sem qualquer garantia constitucional. Ou seja, é possível que o “Plano B” seja proposto mesmo com a reforma sendo implementada.

Para isso, aliás, Guedes tem contado com a iniciativa de Rodrigo Maia (DEM), recém reeleito presidente da câmara de deputados, para articular a proposta com os governadores, tarefa que seria de Lorenzoni, ministro da Casa Civil, que aliás não apoiou Maia em sua candidatura e que acumula desentendimentos com Guedes desde antes da posse do governo. Outro ponto de incertezas sobre a reforma é em relação a militares e policiais federais, pois enquanto Guedes aponta para incluir, ainda que de maneira diferenciada, esses setores, dentro do governo há quem defenda que não, chegando as pressões para atender a isso inclusive em outro nome de peso, o ministro Moro.

O fato é que, do ponto de vista dos interesses das classes sociais, Guedes e Bolsonaro estão unificados em retirar direitos e rebaixar as condições de vida dos trabalhadores, sendo que uma postura menos dura da parte de Bolsonaro em relação a seu ministro “guru” de economia muito lhe serve para manter prestígio entre a população, favorecendo-o no jogo político de forças dentro do governo.

 
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