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Reforma da Previdência
Abaixo a reforma da previdência de Guedes e Bolsonaro: a juventude não será escravizada
Faísca Revolucionária
@faiscarevolucionaria

Bolsonaro e Paulo Guedes querem aplicar outra Reforma Trabalhista dentro da Reforma da Previdência, direcionada à juventude. É elementar que a UNE e as Centrais Sindicais convoquem desde já um plano de luta contra os ataques. As professoras e os servidores municipais de São Paulo em greve mostram o caminho.

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26,6% dos jovens entre 18 e 24 anos estão desempregados. A porcentagem só cresce e o desespero da juventude também, majoritariamente concentrada em trabalhos já precários como no telemarketing, vendas e outros. Bolsonaro e Paulo Guedes encontraram aí uma brecha para garantir um dos lemas de campanha de Bolsonaro “nenhum direito e emprego, ou todos os direitos e nenhum emprego”, a começar pelos que ingressam no mercado de trabalho.

Com a proposta de Reforma da Previdência da equipe economica do governo, pretendem fazer-nos trabalhar até morrer, com 65 anos como idade mínima para homens e mulheres, enquanto a expectativa de vida em grande parte da população dos interiores não chega a este número. Agora, somada também à capitalização que pretende garantir os lucros dos banqueiros enquanto praticamente eliminam a garantia da aposentadoria, pretendem mascarar um ataque sem precedentes como oportunidades de emprego reais para os jovens ingressantes no mercado de trabalho. Fazem uma demagogia dizendo que os jovens ingressantes terão a possibilidade de "escolher" entre um registro como o atual, já calejado pela Reforma Trabalhista de Temer ou um descrito pelo arqui-neoliberal Paulo Guedes como ‘flexível’, ou seja, a retirada de direitos trabalhistas. Quando na verdade é escolha será feita pelos patrões que com certeza só vão ofertar empregos sem nenhum direito, para dessa forma avançar contra os direitos do conjunto da classe trabalhadora.

O que definitivamente não será garantido neste regime flexível são os acordos por categoria ou empresa, impossibilitando até mesmo que nos organizemos em nossos sindicatos, ou utilizar a Justiça do Trabalho, assim também impossibilitando o acesso à participação em acordos de categoria como vale-alimentação, vale-transporte e outros, que para aqueles que estão empregados, geralmente não garantem apenas sua alimentação individual, e sem os quais, não se sabe como chegarão ao trabalho. A escolha se resumirá portanto literalmente em não ter emprego ou aceitar ser mais brutalmente explorado sem direitos.

Seu objetivo é substituir os trabalhadores de mais idade, com demissões que não terão nem mesmo o Ministério do Trabalho para recorrer, para contratar trabalhadores jovens e precários, com salários de ainda maior miséria. Para aumentar ainda mais os lucros dos capitalistas e garantir que os trabalhadores desgastados pelos anos produzindo sejam obrigados a aceitar quaisquer trabalhos para sobreviver, enquanto batalham para poder se aposentar. Este processo de precarização cada vez maior das condições de trabalho não é recente, como coloca Flávia Telles, estudantes de Ciências Sociais no vídeo abaixo, mas uma política iniciada no governo de Fernando Henrique Cardoso, aprofundada nos anos de governo do PT com o aumento avassalador da terceirização, triplicando-a, seguido do Golpe Institucional que trouxe a Reforma Trabalhista de Temer. O denominador comum é o papel traidor das Centrais Sindicais e Entidades Estudantis em asfixiar a luta da classe trabalhadora, assim como o fazem agora com a trégua imparável com Bolsonaro, sem convocar um plano de lutas enquanto este leva adiante seus planos para massacrar as condições de vida da classe trabalhadora e da juventude,mirando especialmente nas mulheres, negras e negros e LGBT.

Há sete dias, Ricardo Vélez, Ministro da Educação de Bolsonaro, declarou que as vagas nas universidades públicas não devem ser para todos, que a ideia de uma universidade para todos não existe, afirmando que estas devem existir para uma elite intelectual. Ainda afirmou que não faria sentido com que um trabalhador Uber tivesse formação jurídica, afinal, para quê? Mencionando uma alternativa de mega exploração, sem absolutamente nenhum direito, que tem salvo trabalhadores da fome. A formação de um pensamento crítico ou conhecimento à serviço da população estão na contra-mão dos ataques que querem aplicar. Sua opinião é expressão dos objetivos de Bolsonaro e seu governo para a educação, precarização máxima das instituições já existentes e intervenção direta, tanto na nomeação de Reitores, aprofundando o caráter já antidemocrático das universidades e na sua ameaça de selecionar e até mesmo cortar bolsas de pesquisas de cunho ‘ideológico’, ou seja, com qualquer tipo de progressismo.

Os alvos de Bolsonaro são evidentes, em primeiro lugar as mulheres, negras e negros e LGBT da classe trabalhadora. Moro, seu Super Ministro da Justiça, quer avançar com um pacote que permita com que a polícia mais assassina do mundo tenha ainda mais licença para tal, podendo agora alegar “medo, surpresa ou violenta emoção”. A mira que já existia na cabeça da juventude negra se intensifica. A Reforma da Previdência deve ser apresentada na próxima semana e é indispensável que a UNE e as Centrais Sindicais convoquem um plano de luta para barrá-la, rompendo sua trégua com o governo. As professoras e os servidores municipais de São Paulo estão em greve desde segunda-feira contra o SAMPAPREV, uma Reforma da Previdência a nível municipal, aprovada em meio a gás lacrimogênio e spray de pimenta em pleno 26 de Dezembro, após ter sido derrotada em Março de 2018 por meio de uma greve. Ontem (5), os servidores da saúde do Rio Grande do Norte entraram em greve, exigindo o pagamento dos salários atrasados e também já apontaram a necessidade de vincular esta luta com a contra a Reforma da Previdência. É urgente que cerquemos esta luta de ampla solidariedade e apoio, pois esses trabalhadores apontam um caminha na luta contra os projetos de Bolsonaro e seus aliados.

Hoje começou o CONEB, o Congresso de Entidades de Base da UNE, que este ano acontece junto à Bienal da UNE, ao 4º Encontro Nacional de Grêmios da UBES (ENG) e 8º Encontro Nacional de Pós-Graduandos da ANPG (EPG). Esse espaço vai reunir centenas de jovens de diversos lugares do pais e precisa em primeiro lugar servir para preparar um forte plano de lutas capaz de unificar a juventude com a classe trabalhadora, organizando desde cada entidade estudantil um grande debate político nas calouradas, construindo desde a base as plenárias contra a reforma da previdência que vem sendo chamada pelas centrais sindicais, no próximo dia 20 de fevereiro em todo país.

Entretanto, Rodrigo Maia, que promete encabeçar as negociações pela Reforma na Câmara, foi apoiado pelo PCdoB de Manuela Dávila, partido que impulsiona a UJS, que por sua vez dirige a UNE junto ao PT. É essa a unidade que a direção da UNE propõe aos estudantes, apoiando o mesmo candidato do PSL de Bolsonaro, em vez de batalhar, a partir do Coneb, em cada escola e universidade desse país por um plano de lutas que nos coloque ao lado da classe trabalhadora. Acreditamos que o PSOL como principal oposição de esquerda à direção dessa entidade deveria, ao invés de cobrir pela esquerda a estratégia parlamentar do PT, que apoiou o cacique Renan Calheiros defensor das reformas no Senado, encabeçar essa batalha em exigência as entidades estudantis e sindicais para a articulação de um plano de lutas desde agora contra esse grande ataque que é a reforma da previdência e todos os avanços contra nossos direitos democráticos.

Nos inspiramos na força que as mulheres vem demonstrando internacionalmente na luta contra a extrema direita, que no Brasil também são as protagonistas das primeiras lutas de resistência em meio ao governo Bolsonaro, como as professoras e servidoras municipais de SP para construir no dia 8 de março um grande ato político contra Bolsonaro e seu projeto de reforma da previdência, exigindo também justiça por Marielle. Somos nós, jovens mulheres, negras e negros, LGBT, que já ocupamos postos de trabalhos precários e que batalhamos por bico atrás de bico para chegar ao fim do mês, somos nós que nos afogamos em dívidas enquanto o Banco Itaú registra o maior lucro da sua história. São eles ou nós, nos organizemos para derrotar o projeto escravista de Bolsonaro, Guedes e companhia. Para que os capitalistas paguem pela crise.

 
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