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TRANSPORTE PORTO ALEGRE
As empresas alegam crise, e quem paga são os trabalhadores
Redação Rio Grande do Sul
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Acostumados a dar as cartas, os empresários do transporte público de Porto Alegre ao longo de décadas fazem o que querem na cidade, seja com os usuários, seja com a categoria rodoviária, sempre protegidos pelas direções sindicais pelegas, prefeitos e vereadores que ao longo de anos deixam correrem soltos os empresários do setor.

2019 mal começou e eles já querem aumentar a tarifa para R$ 4,78, como se R$ 4,30 já não fosse cara o suficiente. A justificativa deles costuma ser a mesma: o salário da categoria aumentou, o ticket também, e os preços de combustível e manutenção aumentam com a inflação. Mais recentemente eles estão culpando o UBER também por ter que aumentar a tarifa.

Entre os mais velhos se fala que se hoje não tem um metrô em Porto Alegre, tampouco se levou adiante o projeto do aeromóvel que hoje enferruja no entorno do gasometro, é porque já naquela época, os empresários do transporte atuaram pra barrar qualquer avanço que pudesse ameaçar o lucro fácil das empresas, que sempre operaram com pouco ou nenhum controle.

Ao encontrar um adversário como a UBER, líder entre apps de transporte, com a mesma sede de lucros, e disposta a comprar briga como já fez enfrentando os taxistas de Porto Alegre, os empresários miram no ataque aos trabalhadores, e no aumento da tarifa. Dessa forma cai por terra o discurso liberal de que mais competitividade abaixa o preço da mercadoria: na verdade a busca pelo lucro, seja dos empresários do transporte público, seja da UBER, acaba caindo na conta dos trabalhadores e da população que precisa do transporte pra se locomover.

As empresas que, desde a chegada de Marchezan, reduzem linhas e tabelas horárias inteiras, que não cumprem corretamente a planilha tarifária que usaram para aplicar os últimos aumentos, e que se sabe até ônibus a tempos incendiados já foram parar na planilha como carro reserva; agora querem mais.

Querem aumentar a tarifa em mais de 10%, enquanto aos rodoviários, com a anuência do sindicato, deram míseros 3,4 %.

O sindicato, que há anos defende tudo do mesmo, e que sempre dá a bênção à proposta patronal, mais uma vez usou o plano de saúde e o emprego dos cobradores como barganha. Chegaram ao cinismo de dizer que pelos próximos 3 anos, o emprego dos cobradores estaria garantido. Algo sem quaisquer condições de prosperar caso Marchezan e as empresas aprovem o fim dos trabalhadores da roleta, em projeto pronto pra votação na câmara.

Se que passar, tal projeto permitirá que as empresas ao demitir os cobradores, não precise repor. Ou seja, abre um caminho sem volta para demissões em massa na categoria. Tudo pra garantir mais lucro pros empresários, já que todo o excedente da redução da folha de pagamentos ficaria sob controle das empresas.

Ainda hoje, 28 de Janeiro, membros da direção do sindicato, em entrevista, ameaçavam "usar a força" (sic), pra barrar esse projeto.

Aos trabalhadores resta lutar.

Assim como na greve, devem tomar as ruas e os portões das garagens. Deve-se exigir que o sindicato use o aparato para dar suporte à luta dos trabalhadores, mas são os trabalhadores que devem tomar nas suas mãos a luta. Tampouco devem os trabalhadores firmarem qualquer acordo com a patronal que já sabemos, quer é liquidar com os trabalhadores da roleta.

A categoria tem que avançar rumo a não só barrar esse projeto, mas pra estatizar todas as empresas da cidade, e colocar sob controle dos trabalhadores e dos usuários do transporte público.

 
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