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BRUMADINHO
Empresa de cosméticos cria propaganda absurda com alusão as vítimas de Brumadinho
Redação

A empresa de produtos capilares Jendayi Cosméticos lançou a campanha de fotos por suas redes sociais. Nas fotos, tirados pelo fotógrafo e diretor de marketing da empresa, modelos posam cobertos de lama e com expressões emocionadas. A campanha atraiu a ira de muitos por sua postura oportunista frente à catástrofe capitalista que ceifou dezenas de vidas na última sexta-feira.

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Foi publicada hoje nas redes sociais da empresa Jendayi Cosméticos em "campanha protesto", onde modelos cobertos de lama "interpretam vítimas da tragédia" segundo a declaração da empresa.

A campanha foi idealizada e fotografada pelo fotógrafo e diretor de marketing da Jendayi, Jorge Beirigo. Em sua declaração, diz que "o objetivo desta campanha é mostrar que existe uma marca de cosméticos que se preocupa com a beleza... a beleza da vida (...)". Feita poucos dias após o rompimento da barragem da mineradora Vale na mina do Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), a (muito mal nomeada) campanha "Brumadinho CLAMA [sic]" escancara o oportunismo de empresas em atrair para si a atenção e comoção geradas com essa criminosa tragédia capitalista e a enorme perda de vidas e convertê-la em marketing para seus próprios lucros, declarando que "’Isso não pode ficar assim...’, ’Clama’ e ’A dor também é nossa’ são as principais frases desta campanha!", pedindo "doações ou orações" pelas centenas de vítimas da ingerência capitalista da Vale.

Atraindo enorme quantidade de críticas nas redes sociais pela campanha, denunciando a hipocrisia e o mal gosto da tentativa de auto promoção, a empresa publicou uma nota de esclarecimento sem de fato se retratar e segue recebendo críticas.

Nada novas são as tentativas de companhias capitalistas de tentar vender um "consumismo empoderado" ou de pintarem-se como "responsáveis" ou "combativas" frente às tragédias diárias sofridas na pele por milhões de pessoas pobres e da classe trabalhadora em todo o mundo por conta da sede de lucro incessante do capitalismo. Como a própria Jendayi, dizendo que está "presente nesta causa e em muitas outras", esses capitalistas tentam encaminhar a justa indignação de milhões com as injustiças e horrores do sistema capitalista e da espoliação imperialista para o consumo e capitalizar e capitalizar essas tragédias como forma de aparecerem ao público como "a empresa que se importa".

Entretanto a única coisa com a qual uma empresa capitalista se importa, a única coisa com a qual ela pode se importar, é o lucro, e isso fica claro a cada membro da classe trabalhadora que conhece as demissões em massa, os cortes de salários, as jornadas extenuantes e o corte de benefícios. Fica claro, inclusive, na conduta da própria Vale, mineradora que, privatizada para o capital imperialista, só existe em função de enviar anualmente remessas de lucro de bilhões a seus acionistas em detrimento da segurança dos trabalhadores e da população.

A justiça às vítimas da ingerência assassina da Vale, assim como as reparações devidas à classe trabalhadora, assim como às populações ribeirinhas e indígenas não virá, é claro, das lágrimas de crocodilo choradas pela Vale ou por qualquer outro capitalista que queira vender-se como "bonzinho" com a única intenção de reverter a raiva da população em lucro de vendas para a sua empresa. Virá, sim, da organização e luta da classe trabalhadora, lutando contra todo saque imperialista que rouba do povo para dar aos banqueiros. Lutando contra toda facilitação de caminho para empresas capitalistas, seja em leis trabalhistas ou licenças ambientais, para aumentar seus lucros. Lutando contra todas as privatizações e entrega de recursos ao imperialismo.

Enfim, lutando por uma saída independente para nossa classe, para impedir que os capitalistas despejem sobre a classe trabalhadora o peso da crise que eles mesmos criaram. Essa é a luta contra o entreguismo covarde de Bolsonaro, é a luta contra os desmandos do imperialismo de Trump, contra a sede de lucro de banqueiros como os donos da Vale, e a trilha de corpos que deixam em seu caminho. É a luta pela re-estatização da Vale, sob gestão dos trabalhadores e controle da população, sem indenização qualquer aos criminosos acionistas! Pois a resistência aos ataques capitalistas passa, necessariamente, pela luta independente e organizada da classe trabalhadora, dos povos negros, indígenas, ribeirinhos, dos LGBTs, das mulheres, e todos os setores vitimados diariamente pela máquina de matar capitalista.

 
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