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Para manter seus lucros, GM pretende acabar com os direitos trabalhistas
Redação

Com a ameaça de fechar as plantas no Brasil, a GM (General Motors), apresentou aos trabalhadores das plantas de São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS), um plano de reestruturação como alternativa a suposta crise que passa a empresa. A proposta é de total precarização dos postos de trabalho, passando por redução dos salários, aumento da carga horaria e extinção do transporte fretado.

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Em mensagem interna aos funcionários da GM, Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul, informa que a empresa está passando por um enorme processo de restruturação e que no Brasil passa por um momento muito crítico. O comunicado coloca que em reuniões acionistas discutiram a viabilidade das plantas no Brasil, “não vamos continuar investindo para perder dinheiro”, disse Mary Barra, presidente global da GM. Alegando prejuízo desde 2016, coloca 2019 como um ano essencial para a empresa e que para sua manutenção precisará do sacrifício de todos.

Todos no caso são os trabalhadores que sofrerão com redução de salários, aumento da carga horária e perda de muitos direitos, como a PLR e o pagamento de horas extras (que seriam creditadas como banco de horas), por exemplo. A empresa procura negociar com sindicatos, fornecedores e o governo, tendo se reunido com os prefeitos de São Caetano e São Jose, apresentado um plano para viabilizar os investimentos da empresa na região, “Com a conclusão de tudo isso haverá o anuncio positivo dos investimentos”, comentou José Auricchio, prefeito de São Caetano.

O anuncio positivo de investimentos está diretamente condicionado a retirada brutal de direitos dos trabalhadores, os planos apresentados para as plantas citadas nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, atacam diretamente a vida de milhares de trabalhadores. Salários menores, mais horas de trabalho, exclusão do fretado, precarização dos planos de saúde, terceirizações e aumento do trabalho intermitente, substituição de horas extras por banco de horas, não pagamento da PLR no ano de 2019 e até não pagamento da previdência por 12 meses.

É a reprodução da reforma trabalhista do golpista Temer que endossa o discurso do reacionário Bolsonaro, “o trabalhador vai ter que escolher: mais empregos sem direitos, ou todos os direitos sem nenhum emprego”. Na verdade, é um ataque frontal a um setor importantíssimo na economia nacional que são as empresas automotivas e que pode dar base para que muitas fábricas apliquem os mesmos ataques em suas plantas.

A General Motors se apoia no discurso do governo para justificar o enorme ataque que planeja, a ideia é aumentar seus lucros em troca da vida de milhares de trabalhadores apoiados na desculpa do prejuízo. A empresa que abocanha 17,5% do mercado automobilístico no país é a líder de vendas e só no ano passado investiu milhões de reais nas mesmas plantas citadas. Seu principal modelo (Ônix) foi líder de vendas pelo quarto ano seguido entregando o dobro de unidades do segundo mais vendido, HB20 da Hyundai, demonstrando claramente um domínio absoluto de mercado. Em Gravataí é a terceira maior empresa da cidade.

As “ameaças” da montadora além de querer pisotear os direitos dos trabalhadores também pretende retirar uma boa fatia dos cofres públicos com negociações que passam pelo recebimento de ICMS no valor de muitos milhões de reais.

Os sindicatos dos metalúrgicos de São Caetano (Força sindical) e São José dos Campos (CSP- Conlutas) e de Gravataí, já passaram para os trabalhadores as proposta da montadora, dizem que não aceitarão corte de nenhum direito trabalhista, ainda assim continuam se sentando para negociar com a empresa por fora de organizar a luta efetiva contra esse enorme ataque a milhares de trabalhadores.

Diante desse enorme ataque que se avizinha o governo se posiciona com a seguinte frase de Carlos Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do ministério da Economia, “se precisar fechar (a fábrica), fecha”. Isso já deixa bem claro que o governo dá total aval para todos os ataques planejados pela montadora, e que se precisar demitir milhares de trabalhadores que o faça. Bolsonaro e sua corja não estando ligando nem um pouco para a vida dos trabalhadores, as grandes empresas, como a GM nesse caso, muito menos. A resposta não é buscar negociações com estes, que montados em cifras das quais não temos nem ideia, querem acabar com os mínimos direitos da categoria. Longe de uma ilusão das burocracias sindicais é preciso organizar nas fábricas articulações de trabalhadores, anti burocráticas que tomem os sindicatos em suas mãos e se preparem para enfrentar não só a precarização da GM, mas todos os planos de ataques programados pelos empresários, grandes capitalistas e pelo governo Bolsonaro.

Veja também: GM prepara restruturação produtiva para lançar suposta crise sobre os trabalhadores

 
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