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LUCROS BILIONÁRIOS DA VALE
Saldo da privatização da Vale: mortes, destruição e R$320 bilhões para os banqueiros
Redação

É repugnante e revoltante o crime cometido hoje em Brumadinho, Minas Gerais. Esse crime é continuidade do crime de Mariana e mais que isso, é resultado direto da privatização feita por Fernando Henrique Cardoso e continuada nos longos anos de governo do PT. O saldo de 21 anos de privatização da Vale é a entrega de R$320 bilhões para os acionistas e um rastro de mortes e destruição deixados em nosso país.

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Milhares de demissões nos anos 90, terceirização, exploração do trabalho e hoje, 25 de janeiro de 2019, um rastro criminoso de centenas de desaparecidos, centenas de quilômetros de destruição. Um novo repugnante crime capitalista. Como se não bastasse a maior tragédia ambiental da história nacional, em Mariana, o crime da Vale em Brumadinho revela a falsidade de que as privatizações são benéficas.

O crime da Vale do Rio Doce em Brumadinho continua o crime de Mariana cometido pela Samarco, empresa que é uma parceria da Vale com a anglo-australiana BHP Billiton, e é expressão direta da privatização feita por FHC e honrada pelo PT quando era governo. Essa destruição e essas mortes são um dos grandes saldos da privatização, junto dos R$ 320 bilhões que foram entregues aos banqueiros. Bilhões e mais bilhões aos banqueiros, e no Brasil ficam a destruição, as mortes.

Bolsonaro e Guedes são os herdeiros da catástrofe das privatizações, que ambos defenderam ferrenhamente em campanha. Bolsonaro cansou de dizer que "licença ambiental atrapalha", e que a fiscalização significa "indústria da multa". A vida de centenas de pessoas não importa nada para Bolsonaro e seu gabinete: os lucros dos capitalistas valem mais que as vidas humanas.

A Vale do Rio Doce foi privatizada pelo tucano FHC em 6 de Maio de 1997 pelo criminoso valor de US$3,3 bilhões, o que corresponde a R$17,66 bilhões nos dia de hoje. Este valor é equivalente a 5,5% dos R$320bilhões que foram arrancados do nosso solo como lucro legal!

O Esquerda Diário revisou os balanços da Vale desde sua privatização e atualizou os valores de seu lucro legal pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) acumulado até dezembro de 2018, os resultados são os seguintes:

1997: lucro de R$3,70bi

1998: lucro de R$4,45bi

1999: lucro de R$5,06bi

2000: lucro de R$7,75bi

2001: lucro de R$9,84bi

2002: lucro de R$5,42bi

2003: lucro de R$10,88bi

2004: lucro de R$13,91bi

2005: lucro de R$21,97bi

2006: lucro de R$27,34bi

2007: lucro de R$38,42bi

2008: lucro de R$36,57bi

2009: lucro de R$17,88bi

2010: lucro de R$47,62bi

2011: lucro de R$56,47bi

2012: lucro de R$13,812bi

2013: lucro de R$0,152bi

2014: lucro de R$1,22bi

2015: perda de R$-50,93bi

2016: lucro de R$14,30bi

2017: lucro de R$22,24bi

2018 (3 trimestres): lucro de R$11,156

Soma em valor de 2018: R$ 319,22 bilhões

Como pode se notar, em 3 ou 4 anos o preço da privatização já estava pago, e todo o restante foi saque e destruição de nosso país. O PSDB iniciou o crime em 1997, privatizando a empresa e entregando bilhões a empresários e acionistas. O PT seguiu os passos do neoliberalismo tucano. Os lucros para os acionistas aumentaram ferozmente nos anos de governo de Lula e Dilma: enquanto no governo FHC a média de lucro anual foi de R$6,03 bi por ano, nos governo do PT a média (incluindo o prejuízo de 2015) foi de R$18,1 bilhões de reais.

Esse crescimento gigantesco é explicado pelo crescimento da economia da China e toda valorização do preço do minério de ferro, mas escancara também a hipocrisia do discurso atual do PT, como aquele feito pela presidente do partido Gleisi Hoffmann, pois o PT governou o país por 13 anos, tinha a “Golden share” que permitia influir nos rumos da empresa. Mas não foi o que o PT quis, quis continuar a administração da Vale para engordar os banqueiros enquanto o país é saqueado, destruído por acidentes evitáveis.

Esses lucros fantásticos arrancados do nosso subsolo são entregues aos banqueiros nacionais e e imperialistas. Alguns dos maiores acionistas da Vale são o Bradesco (6,3%), o gigante imperialista japonês Mitsui (5,3%), o maior fundo de investimentos do mundo, os maiores parasitas das riquezas de todo planeta, o fundo americano BlackRock Inc (5%). Mas não se pode perder de vista a mão do Estado brasileiro, inclusive na gestão petista, em azeitar tudo isso para os banqueiros com o BNDES (7,89%) e o consórcio de fundos de pensão (que entregam migalhas aos funcionários das estatais enquanto deixam fortunas aos banqueiros) com 20,98%, o restante das ações (54,53%) estão circulando nas bolsas de valores, e passando por mãos de muitos banqueiros e bilionários que recebem ano a ano dividendos arrancados de nosso solo com mortes e destruição.

Lágrimas de crocodilo serão choradas pelos executivos da empresa, um show de fingimento de responsabilidade e ação será dado pelo governo e pelo judiciário, mas olhando para a Mariana já sabemos o resultado: executivos impunes, perdão da dívida ambiental e um rastro eterno de destruição de vidas, sonhos e do meio ambiente.

Bolsonaro e o governador de Minas Gerais, Zema, prometeram aumentar as facilidades das mineradoras, reduzindo controles ambientais que são para eles “entraves” e “burocracias”. Querem mais impunidade do que os tucanos e petistas já tinham dado a esses exploradores e destruidores.

Nas mãos dos banqueiros e de todos capitalistas e seus governos já sabemos o resultado da Vale privatizada: mortes, destruição.

Mariana, Brumadinho: basta de tragédias capitalistas! Não podemos mais aceitar isso, nossas vidas valem mais que os lucros deles. É urgente lutar pela re-estatização da Vale, sem nenhuma indenização a esses parasitas que lucram com as riquezas do país. É preciso colocar uma Vale re-estatizada sob gestão de seus trabalhadores e de especialistas do meio ambiente, com controle popular para garantir as mais seguras práticas de mineração e trabalho e para que estas grandes fortunas do subsolo do país sirvam aos interesses do povo brasileiro, garantindo saúde, educação, moradia a milhões de pessoas com estas vastas riquezas.

 
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