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MINERADORAS
Bolsonaro amigo das mineradoras: condena a fiscalização ambiental e quer privatizar tudo
Redação

Passados pouco mais de 3 anos do primeiro rompimento de barragem da Vale/Samarco, que atingiu milhares de vidas e destruiu o Rio Doce, e que os capitalistas responsáveis estão ilesos até hoje, Bolsonaro foi a Davos prometer que está disposto a privatizar tudo, seguindo as instruções do seu guru Paulo Guedes. Teve coragem de dizer que “somos um dos países que mais preservam o meio ambiente” ao mesmo tempo em que oferecia aos “investidores” estatais, recursos naturais, prometendo generalizar a licença privatista para que os capitalistas sigam repetindo tragédias como as que ocorreu hoje em Brumadinho.

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A Vale, dona da Samarco junto à anglo-australiana BHP Billiton, não só causou danos irreparáveis em diversos níveis para o meio ambiente e para a população, como avança com a precarização do trabalho, demitindo trabalhadores em massa para manter seus lucros: em 2017, dois anos após o crime de Mariana, a empresa demitiu 600 trabalhadores. A empresa, que continuou cometendo crimes ambientais de danos incalculáveis para toda a população, como ocorreu no Espírito Santo, onde outra barragem iniciou um processo de inundação, segue impune do crime de Mariana, lesando vidas em todos os lugares. Todos o Judiciário garantiu sua completa impunidade.

Privatizada em 1997 durante o governo FHC, a Vale junto a grandes mineradoras, como a Samarco, foram recebendo uma série de incentivos durante os governos subsequentes, nas gestões Lula e Dilma. Houve a extinção do DNPM, a criação da agência reguladora com cargos de diretores de funcionários da Vale, três MPs que favoreciam diretamente as mineradoras, flexibilização do EIA e EIaRIMa.

Graças a isso, a Vale chegou a ter um lucro de R$ 17,627 bilhões em 2017, dois anos após a tragédia em Mariana e permanece negligente quanto à manutenção adequada das barragens e segue impune dos crimes que vem cometendo.

Foram essas medidas privatistas, combinadas com as demissões e ataques aos direitos dos trabalhadores da empresa, que entregou aos grandes capitalistas o direito de lucrarem sob quaisquer circunstâncias vendendo nossos minérios, permitindo que uma nova barragem se rompesse. Essa realidade é apenas uma pequena demonstração do que o projeto privatista de Bolsonaro e Guedes, que prometem entregar tudo aos capitalistas, reservam de tragédias para as riquezas naturais, o meio ambiente e para a vida dos trabalhadores.

Bolsonaro já disse que seu governo não se responsabiliza pelo ocorrido, enquanto o presidente da empresa insiste em dizer que “não sabem o que aconteceu”. A Vale e a Samarco serão novamente impunes por mais de 300 desaparecidos, centenas de trabalhadores e moradores soterrados, pelas mortes e destruição ambiental que causaram?

É a serviço desse projeto capitaneado por Guedes que Bolsonaro, seus filhos e os “trumpistas” do seu governo incorporam um discurso de rechaço a tratados internacionais de proteção ambiental, de condenação do licenciamento ambiental e prometendo flexibilizar a fiscalização ambiental. É a promessa que faz às mineradoras de que poderão arrasar com o país livremente, se preocupar apenas em crescer seus lucros, não com direitos trabalhistas, com a vida dos seus funcionários, ou normas de fiscalização ambiental.

Seu governo é o governo das mineradoras. Ricardo Salles, seu ministro do Meio Ambiente, já foi condenado por ter favorecido empresas de mineração em 2016 ao acolher mudanças feitas nos mapas de zoneamento do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Tietê, quando era secretário do Meio Ambiente do governo Geraldo Alckmin, em SP.

Para evitar que tragédias como a de Brumadinho e Mariana, ambas protagonizadas pela Vale e pela Samarco, tenham ainda mais espaço no governo Bolsonaro, é preciso barrar o projeto privatista de seu governo.

Para impedir a destruição do meio ambiente, e principalmente, de milhares de vidas, é necessária a re-estatização da Vale sob gestão dos trabalhadores e controle da população, sem indenização, em especial aqueles que não pagaram um centavo pelos crimes ambientais e pelas vidas perdidas. Será colocando a mineração a serviço da classe trabalhadora e do povo pobre, buscando uma produção que não se paute no lucro e que não destrua o meio ambiente, a saída mais profunda para a liberdade dos patrões das empresas mineradoras imperialistas de arrasarem com o país como bem entendem.

 
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