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A RELAÇÃO ENTRE O CASO QUEIROZ E O CASO MARIELLE
Queiroz esteve escondido em favela controlada pelos milicianos suspeitos de assassinar Marielle
Redação
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A Operação “Os Intocáveis”, que prendeu hoje 5 milicianos em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, levou à tona novamente ligações entre Flávio Bolsonaro e as milícias. Esses grupos paramilitares, formadas em sua maioria por policiais, ex-policiais, ex-bombeiros e ex-militares, chegam a controlar regiões inteiras do Estado do Rio de Janeiro.

A prisão se deu devido a suspeita de envolvimento dos milicianos com o assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco. Entre os presos, dois chegaram a receber a homenagens de Flávio Bolsonaro: Adriano Magalhães (ex-capitão do BOPE) e Ronald Paulo Alves (Major da PM), ganharam honrarias da ALERJ em 2003 e 2004.

Leia mais: Miliciano “homenageado” por Flávio Bolsonaro é suspeito do assassinato de Marielle

Mas as suspeitas não param por aí. A coluna de Lauro Jardim, d’O Globo, afirma que Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flávio Bolsonaro, teria estado na favela Morro das Pedras entre os dias 17 e 20 de dezembro de 2018. Embora a defesa de Queiroz alegue que, ao longo desses dias, ele estaria na casa de sua filha - que também era funcionária dos Bolsonaro -, o colunista d’O Globo reafirma que o ex-motorista encontrava-se sim no Morro das Pedra. Tal favela é toda dominada justamente pela milícia envolvida no assassinato de Marielle e Anderson, que teve seus membros presos hoje A coluna pode ser lida aqui.

Leia também: Resposta cínica de Flavio Bolsonaro não convence, até aonde vai a relação do clã com as milícias do Rio?

Assassinados em 14 de março de 2018, o caso Marielle e Anderson até o momento não foi esclarecido e há inúmeros indícios que apontam para a cumplicidade do Estado, que chegou até ao ponto de censurar uma reportagem da Globo sobre a investigação. Além disso, houve também a perda de provas pela própria polícia. Essa ocorrência demonstra também que não se pode descartar a hipótese de que o Estado não quer encontrar o culpado. As cápsulas encontradas na cena do crime, de uso exclusivo dos militares, assim como a forma como ela foi executada, são todos indícios gigantescos de que o Estado foi mandante desse assassinato político, fornecendo inclusive os agentes da execução. Juntamente a isso, inúmeras manifestações revoltantes tentavam justificar o assassinato da vereadora e seu motorista, desde agentes do Estado até políticos como o deputado Rodrigo Amorim, do PSL de Bolsonaro, que ao lado do governador Wilson Witzel, fez questão de mostrar seu reacionarismo ao quebrar a placa em homenagem à vereadora.

Todos estes envolvidos precisam ser investigados. No entanto, toda a investigação indica que não é possível confiar que o Estado vai solucionar todo o caso e chegar até os mandantes do crime. O Estado tem as mãos sujas do sangue de Marielle e é preciso lutar para que todos os meios de investigação sejam colocados à disposição de uma comissão independente.

É urgente exigirmos que o Estado garanta recursos e todas as condições para a realização de uma investigação independente, disponibilizando materiais, arquivos para organismos de direitos humanos, peritos especialistas comprometidos com a causa, e que parlamentares do PSOL, representantes de organismos de direitos humanos, de sindicatos, de movimentos de favelas, etc, que sejam parte da investigação, a qual deve ser compartilhada e acompanhada de perto também pelos familiares de Marielle.

 
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