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Capitalismo em convulsão?
Redação

Greve de 200 milhões na Índia, greve de professores nos EUA, Coletes Amarelos na França, greves no Zimbábue, Hungria, e entre outros, mostra que o capitalismo está convulsionando. Entender a relação que existe entre todos esses exemplos de mobilização e luta que os trabalhadores dão a nível mundial com a crise capitalista é fundamental para pensarmos como devemos atuar nesse momento contra os ataques que virão contra a classe trabalhadora e conseguirmos ser a força que vai derrubar esse sistema de opressão e exploração.

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Greve de 200 milhões na Índia, greve de professores nos EUA, Coletes Amarelos na França, greves no Zimbábue, Hungria, maré verde na Argentina, protestos massivos no Estado Espanhol e na Tunísia, greve geral na Costa Rica, Haiti, crise imigratória em diversos pontos do mundo, e poderia citar mais, isso sem falar no Brasil né? Que somente no momento em que essas linhas são escritas os trabalhadores da UNESP estão em greve pelo pagamento de seu 13º salário que está em atraso pelo segundo ano seguido, os garis de Belford-Roxo(RJ) também estão em greve pelo pagamento de salários, os trabalhadores da UAI BH (Unidade de Atendimento Integrado) derrotaram o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, em sua primeira tentativa de privatização no estado.

Entender a relação que existe entre todos esses exemplos de mobilização e luta que os trabalhadores dão a nível mundial com a crise capitalista e o aprofundamento de tandências bonapartistas em diversos países é fundamental para pensarmos como devemos atuar nesse momento contra os ataques que virão do governo do ultradireitista Bolsonaro e conseguirmos ser a força que vai derrubar esse sistema de opressão e exploração.

Fruto da Grande recessão de 2008, que culminou no que Gramsci caracterizou como “crise orgânica” abre as portas para o plano de ataques que sofremos aqui, iniciado nos governo Dilma, passando pelo golpista Temer e agora com Bolsonaro eleito nas eleições mais manipuladas da história recente do país, como a reforma trabalhista, lei da terceirização irrestrita, PEC do teto de gastos, já aprovados, e a tentativa de reforma da previdência, isso sem falar os ataques às liberdades democráticas, que não são ataques exclusivos à classe trabalhadora brasileira, eles vem sendo aplicados em diversos países do globo.

Esses ataques tem um objetivo claro: fazer com que sejam os trabalhadores, os negros e negras, LGBTs, as mulheres e os jovens paguem pela crise capitalista, para isso eles tem que nos tornar trabalhadores mais baratos, com menos direitos e que fazer com que trabalhemos mais.

Historicamente foi assim, historicamente a burguesia atua para fazer a classe trabalhadora viver na miséria, sem educação de qualidade, sem saúde, sem acesso ao lazer e à cultura, inclusive sem o único direito que o capitalista diz que temos, que é o direito de trabalhar, nos deixando morrer inclusive de fome.

Como Engels escreveu em seu livro “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra” de 1845:

“Morrem de fome, é certo, indivíduos isolados, mas que segurança tem o operário de que amanhã a mesma sorte não o espera? Quem pode garantir-lhe que não perderá o emprego? Quem lhe assegura que amanhã, quando o patrão com ou sem motivos o puser na rua, poderá aguentar-se, a si e à sua família, até encontrar outro que “lhe dê o pão”? Quem garante ao operário que, para arranjar emprego, lhe basta boa vontade para trabalhar, que a honestidade, a diligência, a parcimônia e todas as outras numerosas virtudes que a ajuizada burguesia lhe recomenda são para ele realmente o caminho da felicidade? ninguém. O operário sabe que, se hoje possui alguma coisa, não depende dele conservá-la amanhã; sabe que o menor suspiro, o mais simples capricho do patrão, qualquer conjuntura comercial desfavorável podem lançá-lo no turbilhão do qual momentaneamente escapou e no qual é difícil, quase impossível, manter-se à tona. Sabe que se hoje tem meios para sobreviver, pode não os ter amanhã.”

Como poderíamos então, garantir nossos meio para sobreviver?

Os argumentos usados pela burguesia, com sua velha tentativa de vender o "sonho do empreendedorismo" para quem sabe um dia você “ascender” de classe, sabemos muito bem que essa é uma saída utópica e favorável a manutenção desse sistema de exploração e opressão já que para haver capitalismo tem de haver não somente patrões e funcionários, afinal, se todos fossem patrões, quem seriam os funcionários?, como também um grande exército de mão de obra reserva que estará disposto, num momento de crise onde os capitalistas queiram diminuir os salários como solução, a aceitar uma quantia miserável pra conseguir sobreviver, sem garantia nenhuma. A única saída que os trabalhadores tem é a saída revolucionária, é tomar de volta pra si tudo que foi produzido em cima do nosso sangue e suor, sob as custas da superexploração da classe trabalhadora, da escravidão dos negros, da exploração da juventude e principalmente das mulheres que enfrentam duplas ou triplas de jornadas trabalho

Nesse sentido, para lutar não só pela sobrevivência, mas por uma vida plena pra todos os trabalhadores e setores oprimidos, e derrotar a tentativa de jogar nas nossas costas a crise capitalista, devemos nos organizar. Devemos exercer o direito de construção de uma organização revolucionária dos trabalhadores, que seja capaz de exprimir todos nossos anseios e tormentos gerados por esse sistema no qual vivemos e apresente um programa que defenda, por exemplo, a divisão do trabalho entre empregados e desempregados como solução para o desemprego, que defenda o direito ao aborto legal, seguro e gratuito pra que as mulheres que quiserem ou precisarem abortar não morram por aborto clandestino, que todo político ganhe o mesmo salário de uma professora e tenha seu mandato revogável por aqueles que o elegeram, a estatização de todo o sistema de ensino e o fim do vestibular pra que os filhos de toda a classe trabalhadora tenham o direito de estudar aquilo que tiverem vontade e que todo o conhecimento gerado ali seja voltado para os interesses dos trabalhadores e da juventude, entre outras demandas.

Para isso, devemos nos apoiar em todos os exemplos de luta e mobilização que citei no primeiro parágrafo, que, diga-se de passagem, não passei perto de citar todos que poderia, mas que são pontos de apoio fundamental para vermos como através dos seus métodos históricos de luta o proletariado conquistou seus direitos e por vezes superou suas direções traidoras. Devemos nos apoiar na crescente onda de levante das mulheres que serão mais uma vez as protagonistas desse movimento, assim como no legado histórico de Rosa Luxemburgo, grande revolucionária alemã que foi assassinada 100 anos atrás por estar convencida de suas ideias e não abrir mão delas. Assim como nos legados de outros dirigentes revolucionários como Lenin e Trotsky, que dirigiram a maior revolução da história, tomando o poder para a mão dos trabalhadores na Rússia em 1917.

O capitalismo está convulsionando, o nível de sua crise só se aprofunda e seus coveiros somos nós, a classe trabalhadora com sua força gigantesca e a única classe que para lutar por sua emancipação luta também pela emancipação da humanidade.

 
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