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EDUCAÇÃO
Quem são os novos Secretários da Educação e quais seus planos para a educação
Redação

Quem são os novos Secretários Estaduais da Educação de todos os Estados e quem são os governadores que os indicaram e quais seus planos para a educação.

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No Brasil, os secretários de Estado são os membros de governos dos diversos estados, com funções semelhantes às dos ministros federais. As secretarias são os órgãos dos poderes executivos estaduais ou municipais, servindo de auxílio aos governadores ou prefeitos nas suas tarefas administrativas. Cada governador ou prefeito deve indicar nomes para as Secretarias, assim como o presidente deve fazer com seus ministros.

Assim, mostra-se importante conhecer a política de cada governo para a educação ao redor do país, para entender a escolha de seus Secretários. Para dar um exemplo, O Secretário da Educação do Distrito Federal anunciou em janeiro desse ano que pretende perseguir professores em nome do Escola Sem Partido. Não por acaso, ele foi indicado ao cargo de Secretário por dois governadores diferentes, ambos do partido golpista MDB, de Temer.

A razão dessa ofensiva generalizada aos docentes reside no fato destes terem uma ampla capacidade de dar uma resposta política aos contínuos projetos de precarização e retirada de direitos capitaneados pela burguesia. Nesse cenário, é preciso que os sindicatos utilizem sua força para mobilizar comitês de base nas escolas, unindo professores, terceirizados e estudantes. Cabe ressaltar que somente por meio dessa frente única é que será possível criar um polo efetivo de luta contra os ataques dos golpistas e de Bolsonaro, rompendo a paz com os maiores interessados no fim do pensamento crítico nas escolas: os capitalistas.
Esta reportagem tem a intenção de denunciar os ataques pretendidos contra a Educação, nos governos que se iniciam em 2019. Conheça a seguir alguns dos secretários da educação, seus respectivos governadores, seus partidos e suas propostas para a Educação.

ACRE
Mauro Sérgio Ferreira da Cruz

Especialista em Gestão escolar pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), e estudou Teologia na Pontifícia Facoltà Marianum de Roma. Em 2017, trabalhou como professor convidado nos cursos de Pedagogia Catequética e Filosofia e Direitos Humanos da Faculdade Católica do Acre. Mauro também aproximou a Igreja Católica no Acre do grupo liderado por Gladson Cameli (PP), eleito governador. Recentemente , o secretário foi professor convidado do Plano Nacional de Formação de Professores (PARFOR) da Universidade Federal do Acre, onde ministra aulas de História da Igreja Antiga e Medieval. Mauro também já fez contribuições à Fundação Bradesco.
Gladson Cameli, o governador que o indicou, é alvo de inquérito aberto com a Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.

ALAGOAS
Laura Cristiane de Souza

Professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Laura atuou como secretária-adjunta e secretária-executiva da Educação na gestão do vice-governador Luciano Barbosa. Foi professora do campus da Educação Básica na rede privada e também coordenou o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) de Química do Campos UFAL-Arapiraca de 2011 a 2014. Nos últimos dois anos, esteve à frente da organização do Encontro Estudantil da Rede Estadual de Alagoas, evento de protagonismo juvenil onde os estudantes expõem trabalhos nas áreas de ciência, tecnologia, inovação e cultura empreendedora
O governador que a indicou, Renan Filho (eleito do MDB, o partido de Temer), teve durante sua candidatura o apoio do PT e do PCdoB alagoanos, uma aliança que governou o país por 13 anos, garantindo o lucro dos capitalistas e o religioso pagamento da dívida pública.

AMAZONAS
Luiz Castro Andrade Neto

É formado em Magistério, num curso técnico pela Padre Anchieta, e em Direito pela Universidade federal do Amazonas (Ufam). Nascido em São Paulo, ele está no Amazonas desde 1977. Foi prefeito de Enira, eleito deputado estadual, foi presidente do Instituto de Cooperação Técnica Intermunicipal e secretário estadual de Produção Rural. Ele faz parte do partido REDE, de Marina Silva. O mesmo partido que, com falso discurso de “sustentabilidade”, defende projetos de um suposto “Capitalismo Sustentável”: nada mais do que uma forma de fazer demagogia, fingindo não estar ao lado dos capitalistas contra os trabalhadores. Seu governador é Wilson Lima (PSC), antigo partido de Bolsonaro e um dos centrais em apoio ao Escola Sem Partido.

AMAPÁ
Maria Goreth da Silva e Souza

Ela é pedagoga, servidora pública há 30 anos, especialista em Administração Escolar, especialista em Educação pela Fundação Getúlio Vargas. Possui MBA em Gestão de Pessoas e Mestrado em Planejamento Governamental em Políticas Públicas. Foi diretora-presidente da escola de Administração do Amapá (EAP), e secretária de Estado da Administração. Atualmente exerce a função de secretária de Estado da educação do Amapá.
O governador do Amapá, reeleito para seu 4º mandato, é Walder Goéz (PDT), e já prometeu cortes de gastos para todo o estado.

BAHIA
O professor Naomar de Almeida Filho
, ex-reitor das universidades federais da Bahia (UFBA) e do Sul da Bahia (UFSB), é cotado para assumir a Secretaria estadual de Educação no lugar do senador Walter Pinheiro (Sem partido-BA). O nome foi levado ao governador Rui Costa (PT) por integrantes de seu próprio partido, que pressionam para indicar o novo comandante da pasta. Rui, entretanto, teve conversas com os partidos aliados, mas não confirmou nada até o momento. Existe a possibilidade de sua demora ou cautela tenha relação com as greves dos servidores públicos da Bahia, em agosto do ano passado, o que pode ter gerado algum desgaste com algumas centrais sindicais. Tendo em vista que a Secretaria da Educação envolve um grande setor de servidores públicos, torna-se válido observar com atenção qual será sua escolha de secretário. O posto foi oferecido por Rui à senadora Lídice da Mata e Souza (PSB), mas não há indícios de que as conversas tenham avançado.
Até a última revisão deste artigo, o Governo do Estado da Bahia ainda não anunciou um secretário da educação para 2019.

CEARÁ
Eliana Nunes Estrela

Formada em Pedagogia pela Universidade Regional do Cariri (Urca), é especialista em Educação pela mesma instituição, e em Gestão Pública pelo centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed), vinculado à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF – Minas Gerais). Também é Mestre em gestão e Avaliação Pública pelo Caed. Atuou como professora, gestora escolar e coordenadora na rede pública estadual de ensino. Assumiu a frente da Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) 18, e coordenou a Crede 19.
O governador, Camilo Santana, anunciou em 21/12/2016 uma proposta de emenda à constituição do estado do Ceará que propunha congelar os gastos do estado pelos próximos 10 anos, inclusive com educação.

DISTRITO FEDERAL
Rafael Parente

Foi subsecretário na secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, na primeira gestão de Eduardo Paes (MDB). No Rio, ele implementou uma plataforma online colaborativa de aulas digitais chamada Educopédia. Doutor em Educação pela Universidade de Nova York, Rafael também é CEO da startup de educação Conecturma, presidente do Centro de Excelência e Inovação em Política (Ceipe), e cofundador do Movimento Agora. Entre suas ideias está a criação de uma espécie de “conselho de notáveis” da área, para encontros trimestrais, com o objetivo de discutir os rumos da educação pública no DF. Rafael Parente também fez declarações à mídia local: “A promessa de não dar espaço à ideologia de gênero vai ser cumprida integralmente. Outra questão é a chamada doutrinação, e existem ações que estamos pensando e planejando para serem implementadas dentro das escolas. Porque de fato existe [a doutrinação]. E a gente não pode ter professores querendo que suas visões de mundo, políticas e religiosas sejam passadas aos alunos de uma forma autoritária”. E, notavelmente, essa é a linha do movimento Escola Sem Partido, que na realidade não defendem uma escola sem partidos, mas de partido único.
O governador com quem atua, Ibaneis Rocha (MDB), disse no seu primeiro discurso que “Só se faz política com políticos. Temos que encarar que só através da política se fazem as transformações sociais”, numa declaração que ignora milhões de trabalhadores e trabalhadoras enquanto sujeitos políticos.

ESPÍRITO SANTO
Vitor Amorim de Angelo

Com 36 anos, ele é Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos e formado em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Desde 2011, atua como professor de Ciência Política na Universidade de Vila Velha, onde é também coordenador do Programa de Pós Graduação em Sociologia Política, no qual dá aulas no curso de Relações Internacionais e das pós-graduações em Segurança Pública e Sociologia Política. Sua gestão será 1conjunta a do governador Renato Casagrande (PSB).

GOIÁS
Aparecida de Fátima Gavioli Soares Pereira

Mestre em Educação e Licenciada em Letras e Pedagogia, Fátima possui pós-graduação em Gestão Pública pelo Centro de Liderança Pública de São Paulo (CLP-SP), além de bacharel em Direito. Atua como consultora da Fundação Lemann. Também participou de processos seletivos para gerenciar Secretarias de Educação em Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, sendo aprovada em todos eles. A sua escolha pela gestão goiana se deve à sua afinidade com o programa de Ronaldo Caiado (DEM). Na atual gestão, Fátima Gavioli já anunciou que pretende acabar com a função do professor de apoio, que são os profissionais que ajudam alunos com dificuldades de aprendizado. São cerca de 3 mil professores atingidos pela política de cortes de Caiado; cerca de 10 mil estudantes prejudicados. Quando foi secretária estadual de educação de Rondônia, recebeu uma multa por contratação irregular de professores em caráter emergencial, ao invés de convocar pessoas aprovadas em concurso público.

MARANHÃO
Felipe Camarão

Ele ocupa o cargo de secretário de educação desde 2016. É formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), é mestre em Direito pela mesma instituição. Iniciou sua carreira profissional dirigindo o Procon/MA. Posteriormente chefiou o escritório de representação da Advocacia-Geral da União, em Imperatriz, mesmo local em que foi procurador-chefe da procuradoria Seccional Federal do município. Foi aprovado, entre outros, nos concursos públicos para escrivão de polícia civil, analista judiciário do TJ/MA e para procurador federal. A convite do Governador Flávio Dino, foi Secretário de Gestão e Previdência em 1º de janeiro 2015. Em agosto do mesmo ano, foi empossado Secretário de Estado da Cultura. Atualmente, aos 35 anos, é secretário de estado da Educação e presidente da Fundação da Memória Republicana.

MATO GROSSO
Marioneide Angelica Kliemaschewsk

A pasta não sofreu mudanças: em 6 de abril de 2018, Pedro taques (PSDB) nomeou a servidora para comandar a Secretaria de Educação do Estado – o secretário anterior se candidataria a outro cargo. Marioneide Angelica é servidora de carreira e ocupava o cargo de secretária adjunta de gestão Educacional e Inovação na Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer do Mato Grosso. Em abril de 2016 ela chegou a ser nomeada secretária municipal de Educação, em gestão do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (DEM), atual governador do estado. É graduada em pedagogia, administração de empresas e economia, pós-graduada em recursos humanos e gestão escolar, é servidora efetiva da rede municipal de educação há 29 anos, onde atuou como professora do ensino fundamental.

MATO GROSSO DO SUL
Maria Cecilia Amendola da Motta

Assumiu o cargo em 2015, no governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), que, reeleito, opta por mantê-la na Secretaria. É presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), foi secretária municipal de Educação de Campo Grande, e presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) de Mato Grosso do Sul. Sua formação é em Pedagogia com habilitação em Administração e Supervisão, Ciências Biológicas e especialista em Didática do Ensino Superior, Ecologia e Gestão de Cidades. É mestre em Educação na área de Políticas Públicas para a infância.
Azambuja, o governador que indicou Maria Motta, é mais um tucano investigado pelo pagamento de propina e

MINAS GERAIS
Julia Sant’anna

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), possui mestrado em globalização e Desenvolvimento Latino-Americano na Universidade de Londres e doutorado em Ciência Política na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Servidora concursada do estado do Rio de Janeiro na carreira de especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Na pasta, atuava como assessora especial da infraestrutura e tecnologia. Foi membro do programa de Lideranças da Fundação Lemmann.
Julia Sant’anna é Secretária de Estado da Educação do governador Romeu Zema, do Partido Novo, que surge em 2011 com ideais liberalistas, e que não recebeu dinheiro público para fundear as campanhas, mas generosas doações do próprio Amoêdo, Pedro Moreira Salles e do casal Sucupira (ligados a investimentos na Inbev com os Lemmann e Herrman Telles, Americanas, e a sociedade Warren-Buffet: Burguer King e Heinz; Fundação Estudar e Brava).

PARÁ
Leila Freire

Pedagoga pela Universidade do Amazonas (UNAMA), é especialista em alfabetização e educação infantil pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), tem mestrado em Educação pela UNAMA. Já ocupou o cargo de secretária de educação do município de Ananindeua e foi vereadora de lá pelo partido MDB, de Temer. No início do governo de Helder Barbalho (MDB), que se inicia agora em 2019, Leila Freire foi anunciada como Secretária Estadual da Educação. Barbalho também fez um pedido ao Ministro da Justiça, Sérgio Moro, para o envio de frotas da Força Nacional para responder ao aumento de violência no estado. O pedido foi negado.

PARAÍBA
Aléssio Trindade

Assumiu o cargo em 2015, no governo de Ricardo Coutinho (PSB) e segue nele durante o governo de João Azevedo (PSB). Foi secretário de Educação Profissional e Tecnológica no Ministério da Educação (MEC) e é professor do Instituto Federal de educação, Ciência e Tecnologia da paraíba (IFPB). Possui graduação em Engenharia Elétrica pela Federal da Paraíba (UFPB), mesma área em que é mestre e doutor. Foi diretor de Ensino do Instituto Federal de Brasília (IFB) e coordenador da Câmara Técnica de Pesquisa e Inovação do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), instituição na qual também assumiu o cargo de diretor de desenvolvimento.
A primeira gestão em que atuou foi com o governador Ricardo Coutinho (PSB), que utilizou a Polícia Militar (PM) para reprimir uma manifestação contra o golpe institucional, em 2016. Sua gestão, agora, será com o governador João Azevedo (também do PSB), que em sua campanha foi apoiado pelo DEM em aliança com o PT.

PARANÁ
Renato Feder

O governador Ratinho Junior (PSD) anunciou o empresário Renato Feder como seu secretário de Educação. Ele é sócio e CEO da Multilaser, empresa de tecnologia de eletrônicos e informática. Também é CEO da Aluno 10, empresa de tecnologia educacional focada em reforço escolar. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP). Foi professor no Instituto Mackenzie e diretor do Colégio ALEF. É co-autor do livro “Carregando o Elefante” e co-fundador do Ranking dos Políticos, que avalia o desempenho de senadores e deputados federais.
Atuará com a gestão do governador Ratinho Júnior (PSD), que anunciou no início do ano que vai cortar 20% dos gastos das Secretarias de Estado.

PERNAMBUCO
Fred Amâncio

Ocupa o cargo de secretário de Educação desde 2015, com o governo de Paulo Câmara (PSB), e o governador reeleito o manteve no cargo. Foi chefe das Secretarias Estaduais de Saúde, Desenvolvimento Econômico e Planejamento e Gestão. Também foi coordenador de planejamento e acompanhamento na Secretaria da Fazenda de Pernambuco, o diretor de legislação e tributação, e também secretário-executivo de coordenação geral. Foi presidente e vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape. Formado em Administração e Direito pela Federal de Pernambuco (UFPE), é pós-graduado em Economia Aplicada à Gestão de Negócios em Petróleo e Gás, ambos na Fundação Getúlio Vargas.
Em setembro de 2018 ele fez declarações à Agência Brasil a respeito do fim do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento de Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O programa, que teve seu inicio em 2007 e fim previsto para 2020, repassa recursos provenientes de impostos, assim como repasses da União, para o investimento para a educação básica, fundamental e o ensino médio, movimentando em 2017 R$ 145,3 bilhões (dado do Tesouro Nacional). A declaração de Fred Amâncio a respeito do Fundeb foi de que existiria consenso sobre a importância do fundo e teria dito que “o fim do Fundeb não é mais uma preocupação” e que “o fundo é uma garantia de recursos permanentes para a educação”.
Seu governador reeleito, Paulo Câmara (PSB), além de aliado do tucano paulista Geraldo Alckmin, serviu-se do relato da “crise de segurança” para intensificar a militarização do estado.

PIAUÍ
Helder Sousa Jacobina

Assumiu a secretaria em abril de 2018. Ainda na pasta, foi superintendente de gestão e secretário interino. Na Secretaria Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência foi diretor de gestão e, posteriormente, assumiu chefia da pasta. Foi vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Piauí, consultor do gabinete da auditoria do Tribunal de Contas do Piauí, professor do Centro Unificado de Ensino Superior, da Escola Superior, da Escola Superior de Advocacia e professor convidado na Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Sua formação é em Direito pela Uespi e é especialista em Controle da Administração Pública.
Quando Helder Jacobina entrou na Secretaria de Educação do Piauí, o governador era Wellington Dias (PT), que foi reeleito, iniciando sua nova gestão em 2019. A greve de professores do Piauí (com pautas salariais) segue há mais de 15 dias, mas como resposta o governador enviou uma carta aberta aos professores estaduais pedindo “bom senso”.

RIO DE JANEIRO
Pedro Fernandes Neto

O governador Wilson Witzel (PSC), aliado de Bolsonaro no Rio, escolheu o ex-secretário de Meio Ambiente do município do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes, para ocupar o cargo na Secretaria de Estado da Educação. Pedro também foi secretário de Assistência Social e Direitos Humanos da capital e do estado do Rio de Janeiro, passando pela chefia da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia. É cirurgião dentista, professor universitário, mestre pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ), pós-graduado em Políticas Públicas pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e fez cursos de extensão em universidades do exterior (Harvard e George Washington no EUA, e Salamanca, na Espanha). Atualmente sem filiações partidárias, em 2018 foi candidato ao cargo de governador do Rio de Janeiro pelo PDT, o partido do direitista Ciro Gomes e da porta voz dos latifundiários, Kátia Abreu.
O atual governador, Witzel (PSC), é ex-juiz, recebeu super-salários (entre 68 e 81 mil reais), defende a privatização das universidades, protagonizou o ato que quebrou a placa de Marielle Franco e deixou claro em debates durante a campanha que seu posicionamento é de extermínio dos negros periféricos do Rio de Janeiro.

RIO GRANDE DO NORTE
Getúlio Marques Ferreira

A governadora e ex-senadora Fátima Bezerra (PT) nomeou o professor aposentado para a chefia da Secretaria de Estado da Educação. Marques Ferreira possui mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e experiência na área de Administração. Foi o idealizador do programa de expansão da educação tecnológica instituído no Brasil pelo Governo Lula, por meio de emenda ao Plano Plurianual (PPA) da então deputada federal Fátima Bezerra, a atual governadora.
O RN foi o segundo estado a entrar no Plano de Ajuste Fiscal do golpista Temer, e durante o antigo governo (Robinson Faria, do PSD) atrasou sistematicamente o sálario de diversos servidores estaduais. Durante sua campanha, Fátima Bezerra tomou como exemplo para sua futura gestão o governo petista de Minas Gerais. Deve-se considerar que Fernando Pimentel atrasou salários, reprimiu greves e provou não ser uma alternativa à esquerda.

RIO GRANDE DO SUL
Faisal Karam

É formado em Administração de Empresas pela Unisinos, concorreu a deputado estadual nas eleições de 2018 pelo PSDB, mesmo partido do governador Eduardo Leite, que lhe atribuiu o cargo de Secretário de Estado da Educação. O atual secretário foi duas vezes prefeito de Campo Bom pelo PMDB, antes de filiar-se ao PSBD. Karam também foi prefeito do município de Campo Bom entre 2009 e 2016, quando as gestões do governo eram de Yeda Crusius (PSDB) e depois de José Ivo Sartori (PMDB). No dia 2 de janeiro desse ano, o governador Eduardo Leite anunciou cortes de gastos e fusão de secretarias do Estado, medidas que atacam os direitos dos trabalhadores, expondo a política golpista e anti-operária com a qual o PSDB pretende governar.

RONDÔNIA
Suamy Lacerda de Abreu

Está na rede pública estadual de ensino há 30 anos. É formado em História pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR) com especialização em Administração Escolar e Supervisão Escolar. Foi gerente executivo de educação do SENAI/RO. Candidatou-se ao cargo de vereador na cidade de Porto Velho pelo partido PP (coligação PP/PPS/PSDC). Suamy Lacerda é, em 2019, secretário de Educação de Rondônia do governo do Coronel Marcos Rocha (PSL), que teve o ato de sua posse encerrado por um pastor evangélico, e que garantiu em outras Secretarias militares, advogados e empresários, deixando claro a quem serve seu governo.

RORAIMA
Leila Perussolo

É formada em Direito, História e Pedagogia, e doutora em Ciências da Educação. Já foi pró-reitora da Universidade Estadual de Roraima (UERR), diretora da Escola do Legislativo e consultora de Educação e Cultura do MEC. Perussolo foi indicada pelo governador Antônio Denarium (PSL). A Secretária anunciou em 24/12/2018 que até 50% dos cargos comissionados da pasta serão extintos e o ensino integral será desativado em sete das 11 escolas que aderiram ao período. Ela justificou no anúncio, que as medidas “energéticas” foram tomadas em razão do endividamento da Educação. E isso não está descolado da política do governador do estado.
Em 8 de dezembro de 2018, Temer anunciou uma nova intervenção federal em um estado: Roraima. O interventor, ao invés de militares como no Rio de Janeiro, foi o governador eleito no estado: o empresário Antônio Denarium, do PSL de Bolsonaro. Trata-se de um interventor “integral”, que assumiu todas as funções do governo do estado, mesmo que estivesse a 1 mês de sua posse. Enquanto isso, a então governadora – a empresária Maria Suely Silva campos (PP) – seguiu no cargo, recebendo seu salário. Na prática, foi a antecipação de seu mandato, o que demonstra haver afinidade entre os projetos dos bolsonaristas e de Temer. Isso é um claro exemplo de como o salário de políticos que governam para os patrões é pago às custas da educação dos filhos de trabalhadores.

SANTA CATARINA
Natalino Uggioni

Graduado em Ciência pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), ele tem mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Antes de assumir a Secretaria de Estado da Educação, foi superintendente do Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, onde há inúmeros projetos de pesquisas com financiamentos de empresas nacionais e internacionais, de modo que suas pesquisas dependem do interesse de empresários. Deve-se considerar também que o secretário dirigiu esse Intituto com foco em gerenciamento de estágios, projetos de inovação, consultoria em sistemas da inovação e melhoria da competitividade industrial. Nas suas primeiras entrevistas, o secretário falou sobre o uso da tecnologia nas escolas, que segundo ele “já está sendo providenciada com aquisições de tecnologia de ponta”, prenunciando um pacto com grandes empresários da tecnologia.
O projeto do uso de tecnologias nas escolas, a partir de parcerias com empresas tecnológicas, foi uma das promessas de campanha do governador Carlos Moisés (PSL), que é bombeiro militar. Uma das medidas do governador, anunciada do Diário Oficial do Estado dessa segunda-feira (14), foi o veto do Projeto de Lei 48/2017, que trata do uso do nome social e reconhecimento da identidade de gênero de travestis e transexuais na administração e escolas públicas do estado, em uma medida repulsivamente transfóbica. E isso ocorre justamente no país em que foram documentados 179 assassinatos motivados por transfobia, apenas em 2017 (levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais). Vale lembrar que os dados são subestimados, uma vez que muitos nomes sociais não são aceitos e que há dificuldade de notificar este tipo de violência. Além disso, boa parte desses assassinatos (a morte de pessoas trans representa 45% das mortes de LGBTs) não é levada até o final pelo Estado, e a mídia não divulga de maneira adequada. O Estado é responsável por essas mortes, pela incapacidade de caminharmos mais profundamente contra essas estatísticas, e também pelos retrocessos nos debates de gênero, a partir de movimentos como o Escola Sem Partido (um movimento que tem um longo histórico com membros do PSL).
Assim é possível ver com clareza que o projeto, não de uma escola sem partido, mas sim de uma escola de partido único, impõe na educação a ideologia da burguesia, tanto no plano nacional como no plano estadual.

SÃO PAULO
Rossieli Soares

Ele acaba de deixar o comando no Ministério da Educação (MEC), onde foi ministro por 7 meses no governo Temer, para chefiar a maior rede de ensino do Brasil e da América Latina. Advogado e mestre em Gestão e Avaliação Educacional pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2017). Foi Secretário de Educação Básica e Secretário de Estado da Educação do Amazonas. Como ministro, participou ativamente da reformulação do Novo Ensino Médio e homologou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Rossieli atua em São Paulo em conjunto com João Dória (PSDB), o atual governador, que quando era prefeito encaminhou uma ordem às escolas e creches da rede municipal de São Paulo de impedir os alunos de repetir as merendas, fez cortes na educação, eliminou espaços didáticos nas escolas (como salas de leitura, informática, vídeo e brinquedotecas), cancelou concursos para dar aula na prefeitura e outras tantas medidas que precarizam a educação dos filhos dos trabalhadores, e abrem espaço para o lucro de empresários que veem a educação como mercadoria.

SERGIPE
Josué Modesto dos Passos Subrinho

No Sergipe, as pastas de Educação, Esporte e Cultura foram unificadas sob uma mesma Secretaria (Seduc), comandada por José Modesto. Ele é economista pela Universidade Federal do Sergipe (UFS), instituição na qual chegou a ser vice-reitor e reitor. Também foi reitor pró-tempore da Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA). Pela nova estrutura, além das funções de gestão da Educação estadual, a Seduc será responsável pela administração, ampliação e melhoria dos espaços esportivos como estádios, praças e equipamentos desportivos e de lazer; política estadual de cultura; fomento à cultura e às artes, preservação, guarda e gestão do patrimônio estadual e administração dos equipamentos culturais e artísticos. Foi empossado secretário da Educação em abril de 2018, e com a reeleição do governador Belivaldo Chagas (PSD), se mantém no cargo. O atual governador Chagas tem como vice Elaine Aquino (PT), em mais uma demonstração de conciliação entre golpistas e petistas.

TOCANTINS
Adriana da Costa Pereira Aguiar

Sem mudanças no comando da pasta da Educação. Adriana assumiu a chefia da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) pela segunda vez em março de 2018. Formada em Pedagogia pela Universidade de Gurupi (UNIRG/TO), ela se especializou em Planejamento, Orientação educacional e Gestão Escolar. Como gestora, foi coordenadora, supervisora escolar e diretora. Neste último cargo, ela exerceu por 10 anos na Escola Presidente Costa e Silva, pela qual ganhou o Prêmio Gestão Escolar. Assumiu a Diretoria Regional de Educação de Gurupi em 2012, de onde saiu para comandar a Secretaria de Estado da Educação e Cultura do Tocantins em 2014, sob o governo de Marcelo Miranda (PMDB). O ex-governador acumula em seus 26 anos de atuação política inúmeras denúncias de envolvimento com corrupção. Um deles: o escandaloso desvio de mais de 200 milhões dos cofres públicos de Tocantins.
O outro governador de quem Adriana Aguiar foi Secretária da Educação foi Mauro Carlesse (PHS), vencedor de uma eleição suplementar, após prisão do antigo governador do Tocantins, e reeleito para o governo em 2019. O ministério Público Eleitoral fez mais de um pedido de cassação do governador Mauro Carlesse (PHS) e do vice Wanderlei Barbosa, do mesmo partido. A base de uma das acusações é um ato do governo em que foram exonerados 15.766 funcionários temporários em diversas áreas, inclusive na educação.

 
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