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SÃO PAULO
Os planos do novo secretário de cultura de São Paulo são de mais cortes aos artistas
Redação

Na última segunda-feira (14) André Sturm foi demitido do cargo de Secretario Municipal de Cultura de São Paulo. A pasta agora está nas mãos de Alexandre de Almeida Youssef, conhecido diretor da Casa do Baixo Augusta.

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Imagem: Marcus Leoni/ FolhaPress

Durante os dois anos de administração de Sturm não foram poucos os escândalos e desserviços que este prestou a cultura e aos trabalhadores das artes na cidade. Logo no começo da gestão aceitando o corte de 40% no orçamento da cultura com a desculpa de rombo da gestão anterior, enfrentou protestos e a ocupação da câmera de cultura onde ativistas das artes pediam: Fora Sturm. Além de ter sido acusado pelo MP de improbidade administrativa, alegou ter agido dentro das normas do edital, no caso da direção do carnaval de rua em São Paulo.

A notícia da nomeação de Youssef que saiu na CBN na última segunda caracteriza como mais um passo a esquerda no governo de Bruno Covas após a nomeação de Carlos Bezerra (ligado a ala mais progressista do PSDB) para a secretaria de esportes. Mas vale questionar o que a nomeação de um parlamentar do PSDB e de Ale Youssef tem de esquerda. Sobre Carlos Bezerra está claro que de esquerda não tem nada, ala progressista do PSDB?? Agora o que podemos falar sobre Ale Youssef.

Um claro empresário no ramo das artes, mestre em Filosofia Politica e advogado, dirige a casa do Baixo Augusta e é comentarista da Rádio CBN, dirigiu diversos projetos culturais nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, foi coordenador da Juventude da Prefeitura de SP entre os anos de 2001 e 20014 na gestão de Marta Suplicy e escreveu um livro: “Novo Poder – Democracia e Tecnologia”, sobre o qual deu uma palestra, que está disponível no YouTube, para o grupo Votorantim.

Para saber um pouco mais sobre o novo secretário vale ver o vídeo e pensar nas ideias que ele propõe enquanto artista e pensador político, e daí entender que apesar de ser mesmo uma ótima o Sturm não dirigir mais a secretaria de cultura, não tem como ter ilusões de que Youssef seja a solução. A sua teoria do novo poder tem diversos problemas, mas para elencarmos o principal ele caracteriza que a maior crise mundial que passamos agora está na dialética entre a crise da representatividade democrática e a revolução tecnológica. Concordamos que sim existe uma crise de representatividade democrática, mas isso por que o capitalismo está se afundando cada vez mais na esperança de se manter e manter o acumulo de riquezas. Para Youssef a utilização da tecnologia aplicada a essa crise da democracia burguesa é a forma de salva-la, e aí reside um dos maiores problemas no discurso ideológico do novo secretário, ele quer salvar a democracia burguesa e a administrar através de recursos tecnológicos, chega inclusive a reivindicar o PODEMOS na Espanha que surge como uma terceira voz na política, mas que ao assumir o poder se coloca totalmente adaptado ao regime, abandonando os ideias dos trabalhadores.

Youssef com seu discurso progressista é visto como uma alternativa a esquerda no governo Covas, mas na verdade é mais um reformista buscando formas de humanizar o capitalismo e fazendo todos os acordos e conchaves para isso. Não existe nenhum mártir que vá assumir uma secretaria e ser um ativista por dentro; apenas a auto-organização dos trabalhadores inclusive os da cultura que poderá de fato dar uma saída aos tempos sombrios que estamos vivendo. Youssef é tão a esquerda quanto Sturm, ou qualquer outro empresário que vê na arte e na cultura uma mercadoria a servir seus interesses. Youssef defende o ativismo tecnológico e decisões por apps, mas nem menciona que a crise da democracia da qual tanto fala só terá uma saída por fora desse sistema, por fora do capitalismo e pelos métodos da luta de classes. Seu discurso é mais um desserviço a organização dos trabalhadores que nesse momento precisam resgatar seus métodos e ir as ruas, contra todos os ataques do governo Bolsonaro e sua corja e não na confiança que mais um parlamentar possa desde dentro mudar alguma coisa sem dialogo com a nossa classe trabalhadora.

Uma enorme prova dos objetivos da atual gestão está no discurso do atual prefeito Bruno Covas para a rede Globo na última terça-feira (15): "São mudanças naturais. O cargo de secretário é um cargo de confiança do prefeito. A população pode ficar tranquila, é a mesma gestão, são os mesmos compromissos assumidos em 2016, são as mesmas metas assumidas em 2017 junto à câmara. A nova equipe que entra é para dar continuidade ao bom trabalho dos secretários". Ou seja, Sturm ou Youssef ambos a serviço dos planos da gestão psdbista, a serviço dos cortes e da precarização, dos ataques aos trabalhadores, totalmente alinhados com os planos do governo Bolsonaro e claramente contra nossa classe.

Nós, trabalhadores da cultura precisamos fincar nossas raízes profundamente na luta de classes e ombro a ombro com a classe trabalhadora ecoar uma voz anti-imperialista para derrotar os ataques de Bolsonaro, Youssef e sua corja.

 
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